Aprovação de projeto em Comissão do Senado retoma debate sobre criação da Universidade Federal do Araguaia
UFAR
Jhenniffer
Muniz
A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado Federal aprovou, no dia 21 deste mês, o projeto de 2.223/2021 que transforma o Campus Universitário do Araguaia, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em uma nova instituição: a Universidade Federal do Araguaia (UFAR).
O projeto, que é de autoria do senador Wellington Fagundes (PL-MT), relatoria de Wilder Morais (PL-GO), segue para análise da Câmara dos Deputados, caso não haja recursos para ser votado em plenário.
Oficialmente o Projeto de Lei 4.810 foi apresentado em outubro de 2020 pelo senador do Mato Grosso, Carlos Fávaro (PSD), mas essa discussão sobre a independência administrativa do Campus Araguaia já se arrastava há alguns anos.
![]() |
Vista aérea do Campus da UFMT Araguaia que pode se tornar universidade independente. Projeto que passou por comissão do
Senado gera expectativa nas comunidades regionais - imagem arquivo Focaia. |
Em
2021, o pró-reitor à época do Campus Universitário do Araguaia, Rodrigo Ferreira,
levou para análise do Conselho Universitário do Araguaia (Consua), o
projeto para a criação da UFAR. E, nesse mesmo ano, o Senador, Carlos Fávaro,
afirmou que ‘todos os parlamentares da bancada de Mato Grosso’ eram favoráveis
à implantação do projeto na universidade.
Os
membros do Consua, em março de 2023, em nova rodada de debates decidiu formar
uma Comissão Especial para analisar a viabilidade do projeto, diante das divergências
de avaliação da comunidade acadêmica. Chegou a avaliar expansão das discussões
entre os discentes para ampliar o debate. No
entanto, não se chegou à conclusão no Conselho sobre o assunto.
O campus de Rondonópolis foi o primeiro a se desmembrar da UFMT em 20 de março de 2018, e se tornou a Universidade Federal de Rondonópolis (UFR). Também se discute a emancipação do Campus de Sinop, com a possível criação do campus Universidade Federal Norte do Mato Grosso (UFNMT).
Universidade Federal do Araguaia
Com sede em Barra do Garças, a nova universidade terá seus
alunos, professores, estrutura física e patrimônio do antigo campus
automaticamente transferidos.
Nesse projeto, a Universidade Federal do Araguaia será
financiada pelo Orçamento da União, além de contar com auxílios de entidades
públicas e privadas, operações de crédito e remunerações por serviços
educacionais.
O senador mato-grossense Wellington Fagundes no anúncio da
aprovação do projeto nas mídias sociais destaca que a criação da nova
universidade atenderá demandas antigas da comunidade acadêmica, promovendo
maior autonomia e decisão sobre questões específicas da região.
Como avalia o parlamentar, a nova universidade independente
contribuirá para o desenvolvimento econômico local e regional, e por estar na
divisão entre os Mato Grosso e Goiás, deverá beneficiar a população dos dois
estados, além do Tocantins, pertencente à região norte do país.
O relator do projeto, o senador goiano Wilder Morais avalia
que a iniciativa está alinhada com as diretrizes do Plano Nacional de Educação
2014-2024, que visam ampliar a oferta de vagas no ensino superior.
A expansão da rede federal de educação superior, diz o senador, trará ganhos na qualificação da mão de obra local, aumento da produtividade, desenvolvimento de tecnologias e uso sustentável dos recursos naturais, além de diminuir a migração de jovens para outros centros urbanos, promovendo a inclusão social e democratizando o acesso ao ensino superior.