Senador afirma que ‘todos os parlamentares da bancada de Mato Grosso’ são favoráveis à implantação da UFAR em Barra do Garças

 Política

 

Redação

Fernanda Moraes 

A Pró-reitoria do Campus Universitário do Araguaia (CUA) dá continuidade ao projeto para independência administrativa da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que se arrasta ao longo dos últimos anos, em discussão na comunidade acadêmica da unidade acadêmica.

Oficialmente o Projeto de Lei n°4.810 foi apresentado em outubro de 2020 pelo senador por  Mato Grosso, Carlos Fávaro (PSD), que trabalha para a viabilização de recursos e implantação da Universidade Federal do Araguaia (UFAR), que terá como sede a cidade de Barra do Garças.

De acordo com a assessoria do parlamentar, há compromisso firmado neste sentido com o pró-reitor, Rodrigo Azevedo, que vem realizando reuniões com membros do Conselho Universitário do Araguaia (CONSUA) para deliberações sobre o projeto.

O Projeto de Lei atualmente está em tramitação no Senado, em comissão que trata sobre o assunto, implantação de universidades autônomas. 

A Universidade Federal de  Rondonópolis (UFR) passou por esse trâmite em 2018, quando obteve independência administrativa da UFMT, deixando a condição de campus universitário.

Em entrevista à Agência Focaia, o Senador Carlos Fávaro afirma que o projeto tem “apoio muito forte da comunidade acadêmica, inclusive da reitoria da UFMT”, que, apesar da redução dos recursos pelo governo federal para as universidades públicas, há abertura para a implantação do projeto. Afirma que desde a apresentação da proposta, muitos deputados federais e senadores manifestam seu apoio, cujo trabalho visa o desenvolvimento da região.

 

Senador Carlos Fávaro (PSD/MT) busca recursos para transformar campi da UFMT, Araguaia e Sinop, em universidades autônomas - Imagem: Reprodução

A seguir entrevista com o senador:

Focaia - Quando que iniciaram as conversas entre o senhor e a Universidade Federal de Mato Grosso para apresentação de projeto com o objetivo de criação da UFAR?

Senador Carlos Fávaro - Há muitos anos tenho tratado da questão de ampliarmos a oferta de cursos e assegurarmos a interiorização do ensino superior. Em 2020, quando assumi como senador, passei a tratar isso de forma a garantir o andamento deste desejo. Desde quando elaborei o Projeto de Lei, passamos a receber o apoio muito forte da comunidade acadêmica, inclusive da reitoria da UFMT.

Quais pessoas estão envolvidas na elaboração do projeto?

Temos recebido o auxílio de muitos professores, pró-reitores, uma equipe técnica dentro do gabinete, além de servidores do Ministério da Educação, altamente capacitados, atuando para o avanço da proposta.

Como surgiu a ideia de transformar o Campus UFMT / Araguaia em uma universidade autônoma?

Surgiu de ter ouvido diversas pessoas, inclusive da comunidade acadêmica, que entendem, assim como eu, a necessidade de termos universidades federais, autônomas e independentes, em todas as regiões de Mato Grosso. Com este entendimento, é claro, o Araguaia não poderia ficar de fora. É uma região com muito potencial, com muitas necessidades, que pode se desenvolver de forma sustentável e com justiça social, com uma universidade federal.

Como será o trâmite para a aprovação do projeto no Congresso?

O Projeto passará por comissões definidas pela presidência do Senado, vai ao Plenário e segue para a Câmara dos Deputados, que também analisa o projeto nas comissões e, finalmente, em Plenário.

Como está o andamento do processo?

Aguardando o envio, por parte da presidência do Senado, para as comissões permanentes que tratam do tema avaliarem e emitirem um parecer favorável.  

Neste momento político, de redução de verbas públicas para as universidades federais brasileiras, haveria abertura do governo federal para aprovação do projeto?

Não tenho a menor dúvida de que sim. Junto com o Projeto de Lei que prevê a abertura da Universidade do Araguaia, apresentei também uma proposta para criar a Universidade Federal do Norte de Mato Grosso, em Sinop. Em junho, o Ministério da Educação iniciou os estudos para a criação da universidade e a expectativa é que ela demande um investimento, em pessoal, da ordem de R$ 8 milhões ao ano. Já há uma boa estrutura física nos dois casos, temos professores e as maiores despesas seriam com a contratação de pessoal, o que é fácil de se resolver.

O senhor conta com apoio de parlamentares para esta proposta?

Sim. Desde quando apresentei a proposta, muitos deputados federais e senadores me procuraram para manifestar seu apoio ao projeto. Todos os parlamentares da bancada de Mato Grosso também são a favor do projeto.

Caso a proposta seja aprovada, ao mesmo tempo haverá liberação de recursos para ampliação da estrutura do atual campus para abrigar a nova universidade?

Tudo vai passar pela análise técnica do Ministério da Educação, que faz este levantamento. Se for necessário o aporte de recursos, com certeza ele ocorrerá.

Qual a avalição do senhor quanto à importância da implementação do projeto, de criação de uma universidade, para a região do Araguaia?

O Araguaia ter uma universidade autônoma é muito importante para toda a região. O projeto visa justamente dar autonomia para a comunidade acadêmica, professores, alunos, que vivem na região, conhecem as demandas por qualificação dos municípios e podem atuar para suprir estas necessidades. O Poder Público tem o dever de fazer com que esta região tenha desenvolvimento, sob todos os aspectos e, enquanto senador, faço a minha parte.

Considerando que o próximo ano ocorrem as eleições, a comunidade acadêmica não poderia entender como sendo uma proposta apenas de interesse político, sem efeito prático?

O mandato de um senador é de oito anos. Portanto, só vou disputar uma eleição, a reeleição no caso, em 2026. Não se trata de uma proposta de cunho eleitoreiro, mas sim a luta de quem entende as necessidades de Mato Grosso, defende a interiorização do ensino superior, com orçamento e autonomia, e trabalha para fazer chegar na ponta os serviços ofertados pelo Poder Público. Temos uma luta grande pela frente, mas também temos a convicção de que ela dará frutos a Mato Grosso.