Estudantes de jornalismo da UFMT/CUA realizam aula de campo nos veículos de comunicação em Goiânia

Educação

Agência Focaia
Redação
Adailson Pereira

      Fotos: Giulia Sacchetti
Luciana Finholdt, apresentadora da TV Serra Dourada – SBT, durante conversa com os acadêmicos de jornalismo


Estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Araguaia (UFMT/CUA), viajaram, nos dias 20 a 23 de novembro para Goiânia, com o objetivo de conhecer os meios de comunicação da capital de Goiás. Como atividade acadêmica, coordenada por professores da instituição, os futuros jornalistas observaram na prática o que eles aprendem na teoria, durante as aulas.

O presidente interino da estatal, Agência Brasil Central, Paulo Valério da Silva, citou que o jornalista sempre tem que trabalhar com a verdade, afirmou que não deve utilizar o jornalismo como uma arma, mas sim, como uma ferramenta de edificação. “Nessa transformação acelerada que a comunicação vive, passa pelo jornalista a responsabilidade dessa condução, através da fala, escrita. Haja com responsabilidade”, avaliou o presidente.

 Na visitação aos meios de comunicação, jornalistas experientes apresentaram para os acadêmicos as dificuldades e desafios enfrentados na profissão. Para a repórter da TV Serra Dourada, afiliada do SBT, Mélany Bessa, um dos obstáculos é a questão financeira, “o salário não é muito atraente", analisa. A jornalista ainda cita, que diariamente pensa se faz sentido acordar cedo e ir trabalhar, porém, o carinho do público faz se sentir motivada. "O contato com as pessoas é que vale a pena, o reconhecimento que eles têm em nós", analisa. Outra informação que Bessa expôs aos acadêmicos é em relação ao texto televisivo, para ela, tem que ser limpo e direto, uma forma da população entender melhor a notícia apresentada.

Produção jornalística

Além de conhecerem as estruturas de cada veículo de comunicação, os acadêmicos tiveram  acesso aos bastidores dos meios, como estúdios, redação, onde são produzidas as notícias. A estudante do segundo período de Jornalismo, Letícia Leite de Oliveira revelou seu fascínio pelo jornalismo televisual. Como destaca é importante conhecer os estúdios de TV, o trabalho feito por trás das câmeras. Segundo ela, a atividade enriquece o conhecimento. “Os colaboradores foram bem receptivos, eu já gostava da área do telejornalismo, com essa viagem, percebi que é isso é o que realmente eu quero”, expõe.

A aula de campo, contou com a participação dos professores, Antônio Sebastião Silva e Patrícia Kolling. Na visita, os profissionais da imprensa revelaram além prática o que os estudantes aprendem na teoria, como as questões políticas que envolvem a produção noticiosa, a interferência da publicidade no espaço noticioso, além o dia-a-dia na vida do jornalista. 

Em palestra dos jornalistas para os estudantes, os profissionais buscaram mostrar as dificuldades enfrentadas por eles em conseguir ingressar no mercado de trabalho. Vários pontos foram questionados pelos acadêmicos, entre eles como os veículos de comunicação se mantêm financeiramente.

Como descreveu a coordenadora de comunicação da Record TV, Mátya Rodrigues da Cunha, para manter a estrutura, os veículos de comunicação dependem do dinheiro vindo do poder público, como Estado e Prefeitura. Porém, segundo o apresentador do Balanço Geral, também da TV Record, Oloares Ferreira, proximidade com o executivo não afeta o trabalho do jornalista, que diariamente mostra os problemas apresentados pelos moradores, por vezes, questionando as administrações públicas. 

Ferreira ainda afirma que na profissão, o jornalista não pode apenas ser editor, ou repórter, o mercado está disputado e não permite o exercício de apenas uma atividade na imprensa. Segundo ele, o jornalista tem que exercer outras funções, de modo a se diferenciar na profissão, cujo espaço é competitivo, assim, atingir objetivos na carreira, dentre eles está a busca de melhor remuneração salarial.


Veículos como o jornal O Popular, não necessitam da verba vinda dos órgãos públicos, conseguem se manter apenas com os dinheiros vindo do espaço publicitário e assinaturas, é o que diz o editor executivo do jornal, Fabrício Cardoso (foto à esquerda, com o braço estendido), quem acompanhou e apresentou aos acadêmicos da UFMT a rotina da redação do jornalismo do principal jornal impresso do Estado, da Organização Jaime Câmara (OJC).
Comunicação pública

Numa outra realidade financeira trabalha a TV UFG, que, para produzir conteúdos, depende de verbas da união, porque não pode captar recursos com publicidade, dependente do orçamento público, diferentemente do que ocorre com as empresas comerciais. A direção da emissora convive com planejamento financeiro apertado diante da crise estatal, com redução de recursos pelo governo federal. 

Outra questão levantada pelos acadêmicos foi a ausência da participação dos estudantes do curso de Jornalismo da UFG nas produções da emissora pública, com atividades práticas. Na visão dos estudantes da UFMT está seria uma forma de adquirir experiência profissional. 

A editora-chefe de jornalismo da TV, Kamyla Maia, afirmou que os graduandos da universidade de Goiás não mostraram  interesse, até mesmo pela dificuldade de se obter bolsas de ajuda de custos para os universitários, em período de crise financeira na educação pública, como nos últimos anos. Avaliou ainda, que nem os docentes se dispuseram fazer trabalho laboratorial, considerando haver necessidade de tempo para um projeto de extensão, objetivando 
como atividade de práticas laboratoriais produções para a TV UFG, 

Emissoras visitadas

Os estudantes do curso de jornalismo da UFMT Araguaia visitaram em Goiânia (GO), nos três dias de atividades, a Agência Brasil Central (ABC), que inclui à TV Brasil Central (TBC) e a Rádio Brasil Central (RBC); Record TV Goiás; TV Anhanguera (Globo); TV Serra Dourada (SBT); TV Universitária da Universidade Federal de Goiás (UFG); os jornais impressos, Diário da Manhã e O Popular, além das rádios CBN do veículo radiofônico da UFG e a Assessoria de Comunicação da UFG (Ascom).