Paralisação na Universidade
Agência
Focaia
Adailson Pereira
A Associação dos Docentes da Universidade
Federal de Mato Grosso (Adufmat) decidiu aderir à paralisação nacional das instituições públicas de ensino superior, nesta terça-feira(16), como
protesto às novas medidas do governo federal que reduz investimento nos
serviços Públicos e perdas dos direitos dos trabalhadores da educação.
A preocupação dos professores e servidores
públicos é com o Projeto de Lei (PLP) 257/16, o qual impõe ajuste fiscal com
prejuízos aos serviços públicos e programas sociais e a Proposta de Emenda
Constitucional (PEC) 241/16, que reduz as despesas da União,
limitando os gastos Públicos com relação ao ano anterior, corrigidos pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O professor de Jornalismo da UFMT, Campus
Araguaia, Gilson Costa, que representou a Adufmat-Araguaia em Assembleia
realizada em Cuiabá, na quinta-feira (11), afirma que “um dos focos da paralisação
é o corte de 45% no repasse às universidades públicas previsto na Lei de
Diretrizes Orçamentárias para o ano de 2017. O protesto contra as medidas do
atual governo não é só do setor da educação, são várias centrais sindicais do
país que participam desse ato”, analisa o professor.
O Sindicato Nacional dos Docentes das
instituições de Ensino Superior (ANDES) compõe o fórum sobre a conjuntura
política para a educação, juntamente com outras categorias do funcionalismo
públicos.
“O que se espera com essa paralisação, de
alguma forma, é dizer para a população e especialmente para o governo, que os
funcionários estão atentos nessa luta e não aceitarão as medidas que vão
comprometer áreas importantes como saúde e educação. Isso é um alerta para o
governo, pois mostra que a categoria não está morta, está atenta e não
permitirá precarizações. A categoria irá lutar e posicionará contra (estas
medidas), protagonizando ações que impeçam isso (retirar direitos e recursos da
educação). Essa paralisação é um dessas ações”, avalia Costa.
Greves
No ano passado, a UFMT protagonizou a maior
greve da história da instituição, com mudanças do calendário acadêmico que já passava
por alterações devido ao movimento da categoria na paralisação ocorrida em
2012.
Questionado sobre os rumos do movimento, o
professor Gilson Costa afirma que “a possibilidade de greve depende de várias
questões, dentre eles, como o governo vai tocar esses projetos. Como a
categoria em nível nacional vai se organizar”.
Segundo o professor a suspensão
das aulas é um processo complexo, não dependendo apenas de um fator específico.
“Pelo que eu tenho acompanhado pelo sindicato, não tem nenhum indicativo de
greve para os próximos dias, isso não existe”. Porém, Costa não descarta greve
inteiramente, o que depende da conjuntura política nacional e a negociação
política do projeto de Lei e a PEC da educação.
Os professores da Universidade Federal de Mato
Grosso (UFMT), de maneira específica, também reivindicam o pagamento dos 28,8%
que a categoria obteve depois de vários anos de demanda na justiça. Trata-se de
equiparação ao reajuste dado aos militares não concedido aos docentes da
instituição mato-grossense. Apesar de a justiça dar ganho de causa para à
categoria, a atual reitoria não fez o repasse na folha de pagamento.
A paralisação no Campus do Araguaia, conforme
nota da Adufmat local, acontecerá nesta terça-feira, às 8h30 na sala 223, na
unidade universitária de Barra do Garças.