Jornal revela que a ex-secretária de Estado usou apenas uma conta de email pessoal durante o seu mandato. Prática é considerada de difícil justificação em circunstâncias normais.
Hillary Clinton é apontada como possível candidata presidencial JUSTIN SULLIVAN / AFP
Em quatro anos como secretária de Estado norte-americana,
Hillary Clinton nunca utilizou uma conta de email profissional e pode ter
infringido uma lei federal.
A notícia foi publicada esta terça-feira pelo jornal New
York Times que revela que só há dois meses é que a provável candidata
presidencial democrata entregou 55 mil páginas de correio electrónico, no
âmbito de uma campanha do Departamento de Estado para defender a transparência.
Entre 2009 e 2013 à frente da diplomacia norte-americana,
Clinton utilizou apenas o seu email pessoal – uma prática considerada pouco
justificável por especialistas consultados pelo NYT.
“É muito difícil conceber um cenário – a não ser em caso de
uma guerra nuclear – no qual uma agência possa justificar autorizar o seu
dirigente de nível ministerial a usar apenas canais de comunicações privados
para tratar de assuntos governamentais”, disse o antigo director de litigâncias
na Administração do Arquivo e Documentação Nacionais, Jason Baron.
A prática de Hillary Clinton pode incorrer na violação de
uma lei federal que obriga a que parte da correspondência dos responsáveis das
agências nacionais seja retida pelos organismos públicos. Um porta-voz da
ex-secretária de Estado garantiu que ela respeitou “a letra e o espírito das
regras”, mas não deu qualquer explicação para a utilização exclusiva de Clinton
do seu email pessoal.
Nos seus quatro anos de mandato, nem Clinton nem ninguém da
sua equipa tomou providências para que os seus documentos fossem preservados,
diz o NYT, e é incerto se os emails foram guardados.
O Departamento de Estado tentou desvalorizar o episódio,
garantindo que sempre houve acesso a “uma grande quantidade de documentos da
secretária Clinton, incluindo emails entre ela e outros responsáveis do
Departamento”, afirmou a porta-voz, Jan Psaki.
Leia mais no Público