As organizações que se destroem por dentro


Imagem: Marcas fortes

As universidades, muito provavelmente, estão entre as organizações que mais conseguem se destruir internamente pela lamentável e repugnante guerra de egos. A tão propagada democracia das "decisões colegiadas" encobre ranços autoritários que podem ferir de morte a própria estrutura. Uma delas é centrar as discussões, que deveria ser didático-pedagógicas, nos cargos comissionados ou nas questões de fundo administrativo. Com isso, subverte-se a ordem das prioridades e o que é meio passa a ser fim em si mesmo. Quando isso acontece, a organização começa um fino e quase imperceptível processo de definhamento que, se não leva à morte, passa a adoecer, paulatinamente, seus membros. A guerra de egos talvez seja a maior responsável por esse processo de autodestruição organizacional. No caso das universidades, o problema é mais grave porque se trata de uma organização cujo discurso é o da liberdade, mas, cuja prática é tão ou mais autoritária quanto a da sua máter-divina igreja. A centralização das decisões certamente acentuará o problema.

por Gilson Monteiro em Ufam para o futuro