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O procurador federal da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Osvaldir Pinto Mendes, tentou intimidar os estudantes do campus de Sinop a cumprirem ordem de reintegração de posse da reitoria no campus de Cuiabá, onde estavam acampados desde o dia 5 de agosto, ou seja, há 12 dias.
Após
essa ocorrência, o procurador se negou a dar entrevista.
O procurador federal da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Osvaldir Pinto Mendes, tentou intimidar os estudantes do campus de Sinop a cumprirem ordem de reintegração de posse da reitoria no campus de Cuiabá, onde estavam acampados desde o dia 5 de agosto, ou seja, há 12 dias.
A
pedido da UFMT, na quinta-feira (15) o juiz Cesar Bearsi, da 3ª Vara Federal em
Mato Grosso, determinou o “despejo” de qualquer espaço universitário, com multa
de mil reais por dia, em caso de descumprimento. No despacho, o juiz já
autorizou também a atuação da Polícia Federal, para uma possível retirada à
força.
“Não
se esqueçam da multa de mil reais que nós não vamos perdoar. Vocês vão empenhar
a cueca de vocês, mas nós vamos cobrar mil reais por dia”, ameaçou.
O
estudante de Publicidade, Sérvulo Neuberger, pediu respeito ao procurador por
duas vezes. “Mais respeito aí heim, mais respeito aí”.
“Coisa
mais absurda”, disse o presidente da Associação dos Docentes da UFMT (ADUFMAT),
Carlos Roberto Sanches, ao ver o registro audiovisual. Segundo ele, isso não
pode acontecer dentro de um espaço universitário. “Para mim isso ainda é o
reflexo das manifestações ditatoriais presentes na história recente do país e
que ocorrem nas universidades também”.
Mediante
essa situação de despejo, o grupo resolveu cumprir a ordem judicial, levantou o
acampamento e voltou para Sinop na sexta (16), com a certeza de que vai
acompanhar o cumprimento das promessas feitas durante o período de negociação
com a reitora Maria Lúcia Cavalli Neder, especialmente em reunião de última
hora, realizada na quinta. A estudante Karine Miller, afirma que a reunião foi
marcada por outras ameaças. A reitoria nega.
Com
o acampamento, os alunos denunciaram o caos no ensino da UFMT em Sinop, onde
faltam professores e técnicos, salas de aula, material e equipamentos,
biblioteca decente e computadores, entre outras necessidades básicas. É grande
a lista de problemas, que colocam em dúvida a qualidade da formação acadêmica.
Em
Sinop, terão agora que decidir se encerram uma greve que se estende desde 22 de
julho.
Ao
voltar para casa, os alunos de Sinop deixaram um último ato de rebeldia. Uma
faixa em frente à reitoria, escrito assim: “Disponível para ocupação”, em uma
clara indicação aos demais grupos insatisfeitos com o andamento da
Universidade, para que também reajam.
Keka
Werneck, da Assessoria de Comunicação da Adufmat-S.Sind.