Protestos lançam sombra sobre Copa, diz 'Guardian'

Em reportagem de página inteira, o diário britânico "The Guardian" afirma que os protestos realizados em diversas cidades do Brasil "lançam uma dúvida sobre a Copa do Mundo".


Manifestantes bloqueiam acesso a estádio Fonte Nova em Salvador (AFP/Getty Images)
Jornal diz que muitos estão furiosos com gastos de R$ 31 bi em estádios
em vez de investimentos em temas urgentes

De acordo com o jornal, as manifestações provocaram cenas "improváveis de serem vistas no país fanático por futebol e é a última coisa que os organizadores da Copa do Mundo desejavam ver no Brasil antes do torneio do ano que vem".

Entre as cenas ditas inimagináveis, o jornal lista "torcedores de futebol fugindo de balas de borracha, ruas que conduzem a estádios bloqueadas por multidões enfurecidas, hordas jogando pedras contra representações da Fifa, e cartazes da Copa das Confederações sendo queimados''.

O Guardian frisa que a Copa do Mundo não foi um dos únicos fatores a desencadear as manifestações e cenas de violência vistas durante os protestos, mas afirma que "o megaevento foi o pára-raios" e que muitos estão "furiosos com o fato de o governo estar gastando R$ 31 bilhões com um torneio que só acontece uma vez, enquanto ainda não conseguiu tratar de temas mais urgentes".

O jornal lembra ainda que ex-jogadores, como Romário, Zico e Tostão já haviam advertido há meses sobre problemas ligados à competição e que integrantes da seleção brasileira manifestaram solidariede aos manifestantes.

O diário afirma que "a situação tensa está ferindo as chances de um evento bem-sucedido no ano que vem" e que para milhões no Brasil, "a Fifa se tornou uma marca manchada, associada a uma elite global distante que lucra às custas das populações locais".

Agência Brasil
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