Gawker Media quer construir maior rede de blogs independentes do Brasil


Gaby Darbyshire,diretora executiva da Gawker Media, fala à ProXXIma sobre os planos do grupo para o Brasil, novos formatos publicitários e a importância de fomentar o diálogo com a audiência


A advogada Gaby Darbyshire gosta de falar e de ir direto ao ponto. “Quero ver acontecer no Brasil nos próximos cinco anos o que nós fizemos nos EUA nos últimos cinco. Queremos mudar as conversas. Sim, nós temos grandes ambições”, disse à ProXXIma a diretora executiva da Gawker Media, maior rede de blogs independentes norte-americanos, durante visita a São Paulo na última semana.

Nascida em Beirute (Líbano), ela cresceu em Londres e comanda, de Nova York, diversos departamentos do grupo de mídia que hoje soma mais de 40 milhões de leitores mensais no mundo: o jurídico, o financeiro, de desenvolvimento de negócios, o RH e as operações. “Acreditamos que o futuro do jornalismo é a conversa com os leitores. Porque assim você engaja a sua audiência, envolve, cria um relacionamento duradouro.”

A Gawker foi fundada em 2002 por Nick Denton, um jornalista do tradicional “Financial Times” que decidiu se dedicar ao blog de gadgets Gizmodo (5,1 milhões de leitores mensais em 2012, considerado “um dos maiores blogs do mundo” pela “Forbes”). A esse carro-chefe, somaram-se outros noves títulos nos EUA.

Hoje, três blogs da empresa figuram na lista dos dez mais lidos do planeta elaborada pela Technorati – além do Gizmodo, o Deadspin, voltado a esportes, e o Gawker, que cobre mídia, entretenimento e negócios. Uma das chaves do sucesso é a valorização de sua audiência. “Os comentários podem ser a melhor parte de uma matéria”, observa Gaby. “Mas, se a maioria deles for de baixa qualidade, isso vai nivelar as conversas no seu site por baixo.”

Para nivelá-las por cima, o investimento em sistemas que aprimoram a interação sempre foi alto. No final do ano passado, o grupo lançou o Kinja, plataforma que privilegia os leitores mais qualificados e “isola” os comentaristas ruins. A advogada lembra que isso sempre aconteceu na vida real. “Numa festa, você não precisa lidar com certo tipo de gente; simplesmente vira as costas e sai de perto delas.” Mais