Professores da UFMT realizam Assembleia Geral na próxima segunda para decidir sobre encerramento da greve

Greve

Raissa Ali

 

A greve dos professores das universidades federais brasileiras se encaminha para o encerramento, com retorno às aulas e retomada do calendário letivo. Os professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), se reúnem em Assembleia Geral nesta segunda-feira (1) para decidir sobre o assunto referente os próximos passos sobre a greve na instituição mato-grossense.


O Andes (sindicato nacional dos docentes das instituições de ensino superior) em reunião com as bases nacionais sinalizou o fim das paralisações dos professores até a quarta-feira (3), no entanto, a Adufmat (Associação dos docentes da Universidade Federal de Mato Grosso) não compreende que se trata de uma decisão automática promovida pelos sindicatos locais.   



Reunião dos professores da UFMT na próxima segunda-feira se revela decisiva para o 

encerramento ou não da greve - imagem ADUFMAT.



Deste modo, conforme o conselho local de greve (CLG), seguindo orientações do Andes para a formalização do acordo com o governo, a reunião será o momento para se buscar consenso sobre o fim ou não da greve na UFMT.


"Temos uma agenda importante para discutir o movimento de greve, com uma plenária agendada para sexta-feira, 28/06 e já foi convocada uma Assembleia Geral para o dia 01/07, às 13h", afirma o presidente da Adufmat, Maelison Silva Neves, à Agência Focaia, após consulta ao CLG.

 

Dúvidas sobre acordo


A última assembleia da entidade sindical, realizada na última sexta-feira (21), frustrou quem aguardava por uma decisão sobre uma indicação do encerramento da greve, como sinalizada pelo Andes.


A Adufmat, logo após a Assembleia publicou nota, afirmando que a deliberação foi pela “indicação ao Comando Nacional de Greve do Andes-Sindicato Nacional pela rejeição à proposta de acordo do Governo Lula, e continuidade do movimento paredista".  


Conforme avalia Neves, "a avaliação do CLG da ADUFMAT, entendeu como equivocada a forma como o CNG (conselho nacional de greve) encaminhou essas questões. As seções sindicais não dispunham de dados do cenário nacional sobre saída ou continuidade da greve. E greve, como sabemos, é correlação de forças." 


Ainda sobre a votação que não ocorreu, o conselho diz que votar a saída da greve sem nenhuma assinatura de acordo não faria sentido. O CLG destaca a falta de dados para averiguar a situação no momento da reunião anterior.


"Nossa AG [assembleia geral], realizada na sexta dia 21, teve uma pauta acertada para aquele momento. Tínhamos vários professores perguntando sobre o cenário nacional e não havia essa informação."


 

Sindicato nacional sinaliza o encerramento da greve, o que será 

discutido pelos professores dos Campi da UFMT, nesta segunda. 

Deliberação aguardada pela comunidade acadêmica 

- imagem: Raissa Ali.


Decisão é dos professores


Sobre uma possível pressão das outras universidades que decidiram pelo encerramento da greve, Neves afirma que "que cada sindicalizado avalia a força da greve, discute a pertinência de uma saída unificada e vota. Nesse caso, quem sai ou mantém a greve são as/os docentes sindicalizados, não a UFMT."


Quanto às divergências nos resultados das Assembleias Gerais das universidades federais brasileiras, a entidade relembra que faz parte do processo democrático, existem opiniões opostas dentro das discussões e é isso que garante a diversidade do movimento.


"Todo espaço de luta é plural e o sindicato como espaço de luta democrático dos docentes tem no seu corpo disputas e divergências e isso é saudável, é a própria democracia," afirma o presidente da Adufmat.