Na comemoração de 54 anos da UFMT, reitora diz que inovação e resistência marcam a história da universidade

Evento

Maria Eduarda Bonfim


A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) completou no dia 10 deste mês 54 anos. Instituição fundada por Benedito Pedro Dorileo advogado e ex-reitor da UFMT e Gabriel Novis Neves médico e ex-reitor da UFMT em um período que nem mesmo a capital mato-grossense dispunha de cursos do ensino superior para a comunidade.


A programação para comemoração de aniversário teve início com sessões de cinema no Cineclube Coxiponés, que ocorreram todas as terças-feiras, com uma mostra de cinema italiano, a qual que se estendeu até a primeira semana de dezembro. 


UFMT completa 54 anos com atividades comemorativas ao longo dos meses de novembro
e dezembro
- imagem reprodução.


Além disso, no campus Cuiabá, foi inaugurado o Centro Multiusuário de Pesquisa em Materiais, no Instituto de Física, considerado importante marco para a pesquisa acadêmica da universidade. 


Na parte cultural, um dos destaques foi o concerto do Coral da UFMT, que apresentou uma nova regência sob o comando do maestro e diretor artístico Oliver Yatsugafu, com a participação da Orquestra Ciranda Mundo.


As comemorações terminaram no dia último dia 14 com a realização da corrida UFMT/UNISELVA, no campus Cuiabá. Os inícios dos Jogos Universitários também fizeram parte do encerramento das festividades, reunindo estudantes e professores, realizados no ginásio do Campus Cuiabá


Durante este período a reitora, Marluce de Souza, além das atividades na sede administrativa, realizou visitas nos campi Araguaia e Sinop. 


Sobre as celebrações dos 54 anos da UFMT, Souza concedeu entrevista à Agência Focaia. Para quem “a UFMT tem como meta ser uma universidade preparada para os desafios do futuro.” Destacando que a instituição é o resultado de “uma história de resistência, inovação e compromisso com a sociedade”. A seguir.


Como a UFMT tem se reinventado para se manter como pilar da educação pública superior de Mato Grosso?


A UFMT se reinventou ao longo desses 54 anos, graças ao envolvimento de muitas pessoas, visíveis e invisíveis, que contribuíram para a construção da instituição. Desde sua fundação, a universidade enfrentou grandes desafios, mas também celebrou vitórias importantes. A UFMT nasceu engajada com a realidade de Mato Grosso, conectada com a natureza, as comunidades locais e os povos indígenas, o que reflete sua essência desde a época em que era chamada de Uni-Selva. 


Como avalia hoje os desafios enfrentados na fundação da universidade, especialmente considerando que na época a capital não dispunha de ensino superior?


O maior desafio foi a falta de recursos financeiros. Quando a UFMT foi fundada, em 1970, o orçamento era zero. As instalações iniciais eram modestas, e a reitoria funcionava em um espaço improvisado. No entanto, com o apoio do governo estadual, liderado pelo governador José Fontanillas Fragelli, conseguimos superar essa dificuldade inicial. O projeto de campus universitário foi audacioso, e mesmo com dificuldades financeiras, conseguimos desenvolver um espaço que simboliza nossa evolução.


Qual a importância da visita da reitora Marluce Souza aos campi do Araguaia e de Sinop no início das comemorações dos 54 anos da UFMT? 


As visitas aos campi do Araguaia e de Sinop foram essenciais para nossa gestão, pois refletiram o nosso compromisso com a transparência e a deliberação coletiva. Durante essas visitas, discutimos as demandas da comunidade universitária, além de reforçarmos as relações institucionais e a importância da participação no processo orçamentário. Queremos garantir que todos os Campi da UFMT se consolidem como centros de excelência na educação superior em Mato Grosso.


Assembleia realizada na manhã no dia de aniversário de 54 anos UFMT, com discurso da
reitora Marluce Souza
 - imagem Willian Gomes/Secomm.


A programação de aniversário da UFMT teve uma diversidade de eventos culturais, acadêmicos e comunitários. Como essas atividades refletem a missão da universidade?


As comemorações dos 54 anos da UFMT foram um reflexo da nossa missão de promover a educação, a pesquisa e a extensão de forma inclusiva e transformadora. Além disso, queremos reforçar nosso compromisso com a comunidade, o desenvolvimento social, e a sustentabilidade. A programação envolveu atividades como a exposição de artes, um concerto da Orquestra Sinfônica, e um projeto de memória histórica da UFMT. Acreditamos que a universidade deve ser um espaço aberto à criatividade e ao desenvolvimento de todas as áreas do saber.


A inauguração do Centro Multiusuário de Pesquisa em Materiais foi um marco importante. Como essa nova estrutura pode impactar as pesquisas realizadas no campus Cuiabá, especialmente no Instituto de Física?


O Centro Multiusuário de Pesquisa em Materiais é uma grande conquista, pois fortalece o papel da UFMT na inovação científica, especialmente em áreas como a física ambiental. A estrutura contribuirá para o avanço das pesquisas, especialmente no Instituto de Física, que desempenha um papel fundamental na análise de ecossistemas da nossa região. A colaboração entre ciência e preservação ambiental será um dos focos desse novo centro de pesquisa.


A Orquestra Sinfônica da UFMT está sob uma nova regência, sob a direção do maestro Oliver Yatsugafu. Como a mudança de regência impacta o desempenho e a imagem da Orquestra Sinfônica da Universidade?


A mudança de regência traz uma nova energia para a Orquestra Sinfônica, e a escolha do maestro Oliver Yatsugafu foi um passo importante para fortalecer ainda mais nosso compromisso com as artes. A Orquestra sempre foi parte essencial da nossa identidade cultural, e com essa nova regência, queremos criar mais oportunidades para que nossos alunos e a comunidade universitária se conectem com a música. A integração com os cursos de música da universidade também será fortalecida.


O que a UFMT espera alcançar no futuro, especialmente em termos de inovação acadêmica e ampliação das suas ofertas de cursos e pesquisas?


A UFMT tem como meta ser uma universidade preparada para os desafios do futuro, especialmente no campo da inovação acadêmica. Queremos fortalecer as áreas de pesquisa, com maior incentivo e financiamento, e expandir as ofertas de cursos, incluindo novas áreas do conhecimento. A valorização dos nossos pesquisadores, em especial as mulheres na ciência, será uma prioridade. Estamos também comprometidos em integrar ainda mais a tecnologia à educação e à pesquisa, para que a UFMT continue a ser um pilar fundamental no desenvolvimento do Estado e do país. A UFMT tem uma história de resistência, inovação e compromisso com a sociedade. Ao completarmos 54 anos, celebramos as conquistas do passado e os desafios que ainda temos pela frente. Acredito que estamos no caminho certo para uma universidade ainda mais forte, inclusiva e conectada com as demandas do futuro.