Mobilização
Agência Focaia
Redação
Barbara Argôlo
Vasco Aguiar
Fotos: Vasco Aguiar/Adailson Pereira
Coordenador do DCE, Luiz Guilherme Carvalho questiona a nova política de alimentação na universidade.
Na Universidade Federal de Mato Grosso,
Campus Araguaia, foi realizado
ontem (24), audiência pública para discutir a nova política de alimentação
estudantil. Esta é a segunda de quatro audiências, que
devem acontecer nos quatro campi da universidade. O objetivo, segundo nota da
instituição, é apresentar à comunidade acadêmica subsídios para a construção da
nova política de alimentação, levando em consideração as
diretrizes estabelecidas pelo Decreto nº 7234/2010-PNAES, pelo qual o Governo
Federal instituiu o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), e a
realidade orçamentária atual das universidades públicas brasileiras.
Na audiência, que
contou com cerca de 300 alunos, era esperada a presença da reitora da
universidade, Myrian Serra, que não compareceu, como divulgado cumpria agenda em
Brasília. Em seu lugar vieram de
Cuiabá a Pró-Reitora de Assistência Estudantil
(PRAE), Erivã Garcia Velasco e Tereza Christina Mertens Aguiar Veloso,
Pró-reitora de Planejamento (PROPAN).
Compôs a mesa para a audiência pública (foto acima) o pró-reitor do Campus Araguaia, Paulo
Jorge da Silva, a Diretora do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS),
Lennie Bertoque, a Diretora do Instituto de Ciências Exatas e da Terra (ICET),
Loyse Toussolini e Luiz Guilherme Carvalho, coordenador do Diretório Central dos
Estudantes (DCE).
Segundo Erivã Garcia, com a audiência
pública, “temos a oportunidade de trazer os elementos que nós conseguimos nos
apropriar como gestão, e olhar para o orçamento, para a condição dos estudantes
e elaborar uma proposta”. A pró-reitora (PRAE)
acrescenta que, “essa é a base
que nós queremos conversar, olhar para nossa política e entender como um todo,
e daí extrair todas as nossas estratégias de enfrentamento dessa condição
adversa, que existe para os estudantes, para a gestão e para o país”, afirma.
O coordenador do DCE do Campus Araguaia, Luiz Guilherme
repudiou a forma como está sendo imposta pela reitoria a nova política de
valores nas refeições. “A maioria dos campus do interior não tem condições de
pagar esse valor, de R$ 5 por refeição. Haverá evasão e a universidade voltará
a ser local apenas da elite”, lamenta.
O estudante afirma que o aumento do
valor no RU está sendo feito para pagar dívidas da universidade. “O que nós,
estudantes, que saímos de nossas casas para estudar e precisamos da assistência estudantil, para
garantir nossa permanência, temos
a haver com isso”, questiona. A proposta do DCE é que o valor das refeições
seja de R$1,50, e para o café da manhã R$0,50, conforme estudos feitos pela
entidade estudantil com alunos do
Campus, através de pesquisa online.
Já o pró-reitor do campus, Paulo Jorge
da Silva, afirma ser a favor da alimentação estudantil gratuita e questiona, “me
pergunto por que o presidiário não paga nada pelas suas refeições, e bandidos
como Eduardo Cunha, que roubaram tanto o país, estão comendo sem pagar
absolutamente nada. Se isso é possível para eles, porque não para os
estudantes”, conclui.
A aluna do curso de Comunicação
Social-Jornalismo, Joice Luana, em depoimento durante
a audiência pública, relatou que
“é importante saberem que, caso esses R$ 5 sejam implantados, serão mais da
metade dos estudantes dessa universidade que passarão fome”, disse com tom de
voz embargado. A acadêmica acrescenta
que “se com R$1 já estamos com dificuldades de nos manter aqui, imagina se esse
valor aumentar para R$ 5”, indaga.
Encaminhamentos
Alunos da UFMT Araguaia comparecem para
audiência pública e reivindicam revisão
nos valores da nova política de alimentação na universidade.
nos valores da nova política de alimentação na universidade.
Não houve acordo em relação ao impasse sobre o valor das refeições. Ao final, as pró-reitoras e DCE decidiram que, após
a realização de audiências públicas nos Campus de Sinop e Rondonópolis, será
montada uma comissão com representantes de todas as unidades.
“Feitas todas as propostas, vamos
ampliar o espaço de discussão com essa comissão, que terá representações dos
campi. A agenda de discussão deverá ser construída por essa comissão. Enquanto
isso o valor do restaurante permanecerá de R$ 1”, informou Erivã Garcia.
Segundo o DCE Araguaia, a mobilização dentro da pró-reitoria continua até
sexta-feira (27), com fechamento
do portões do Campus da universidade, sem atividades acadêmicas, mantendo a
paralisação que começou na sexta-feira (20). Porém,
está liberada a entrada de funcionários terceirizados e estudantes que
necessitem cuidar de projetos em laboratórios, além das atividades do Núcleo de
Práticas Jurídicas (NPJ).