Jornalismo: O que é isso?

No Japão não existe. E no Brasil?

O que dizem os pesquisadores em jornalismo da SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo, sobre um registro do mestre Houaiss:”...o teor das declarações do cientista tende mais para o jornalismo do que para a ciência.”; inferindo anteriormente “...jornalismo, abordagem superficial de um tema, menos interessada a esclarecê-lo do que em agradar o gosto e os interesses populares que estão na moda.”?


Fica em aberto a questão, como, aliás, parece estar aberta ao redor do mundo, pelo que responderam os mais de 400 jornalistas que têm participado, ao longo dos últimos 25 anos, do Programa de Bolsa do Instituto Reuters para o Estudo de Jornalismo - IRSJ, um centro de pesquisa baseado na Universidade de Oxford (Inglaterra) e patrocinado pela ThomsonReuters, recentemente tornada a maior agência de notícias e informações empresariais do mundo.


Um jornalista japonês (o nome não é revelado pelo IRSJ) respondeu que “não existe na língua japonesa uma palavra equivalente para jornalismo, então o Japão importou apenas a pronúncia, que ficou “ja-narizumu”, sendo mal interpretada como algo sofisticado e, de alguma forma, com o significado afastado da notícia”.

 
Seguramente, além de não compreenderem o que é jornalismo, os japoneses complicam ainda mais a explicação para o quê importaram – mas exportam fotojornalismo, o melhor do mundo, pelo menos em equipamento.


O IRSJ pergunta para cada jornalista que passa pelo seu Programa de Bolsa se há uma definição rápida de “jornalismo” aceita no seu país e qual, na sua opinião, o maior desafio que “isto”  está enfrentando.


De um brasileiro não identificado ficou registrada a seguinte pérola:  “No Brasil o jornalismo tem se tornado menos analítico e investigativo nos últimos dez anos, e passou a significar essencialmente o relato da realidade.


Nas redações atualmente no Brasil, normalmente não há discussões, planejamento e avaliações de artigos. A pesquisa para novas abordagens é rara. A velha idéia de jornalismo como mera redação de textos continua reinando. O maior desafio é a motivação do jornalista para pesquisar, analisar, avaliar seu próprio trabalho, para crescer intelectual e culturalmente e adquirir uma visão global”.