O debate público sobre a internet está alcançando um novo patamar por conta da polêmica em torno do site Facebook, considerado a maior rede social virtual do planeta, com cerca de 900 milhões de usuários. Saiu do terreno da tecnologia e está entrando na seara dos valores culturais, comportamentos e ética.
Enquanto a discussão era entre os nerds da tecnologia, ela era apaixonada apenas quando os egos saiam fora dos trilhos. Agora, a tendência é que a polêmica comece a mexer com aquilo que as pessoas consideram mais valioso: os seus valores. Os valores estão associados à segurança e à estabilidade — e, por isso, quando são questionados, o tom do debate sobe.
Foi o que aconteceu há dias com o debate em torno de um artigo publicado pelo ex-editor chefe do The New York Times Bill Keller, no qual ele compara a invasão da privacidade alheia promovida pelos editores do jornal News of the World, do bilionário Ruperto Murdoch, e a coleta de dados de seus usuários feita pelo Facebook.
Keller foi irônico ao afirmar que “quando Murdoch invade a nossa privacidade, é um crime. Quando Mark Zuckerberg, dono do Facebook faz o mesmo, é o futuro”. A comparação provocou furor entre os defensores e críticos das novas tecnologias de comunicação e informação (TICs). Jeff Jarvis, do blog Buzzmachine, pulou nas tamancas ao protestar que a diferença básica entre Murdoch e Zuckerberg é que o primeiro capturou ilegalmente informações alheias enquanto o segundo as recebe de forma consensual e gratuita.
Leia a íntegra do artigo de Carlos Castilho no Observatório da Imprensa.