Professores e servidores federais em greve realizaram nesta segunda ato unificado em Barra do Garças e Cuiabá

Greve


Claudio Nunes

Raissa Ali

Professores e servidores técnicos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) realizaram, na tarde desta segunda (3), ato unificado na região central da cidade de Barra do Garças, na praça Sebastião Júnior.


Em Cuiabá, os professores se reuniram no ato unificado em uma das entradas da UFMT, no Bairro Nova Esperança.

   

A manifestação reuniu representações sindicais da ADUFMAT (Associação dos Docentes da UFMT), SINTUF-MT (Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação da UFMT) e SINASEFE (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica).


Os professores estão em greve desde o dia 17 de maio, porém, grande parte das universidades paralisaram suas atividades no dia 15 de abril. O ato teve como objetivo chamar a atenção das comunidades locais com panfletagem, exposição de faixas com informações sobre a paralisação que ocorre na maioria das instituições públicas do país.


Ato unificado dos servidores da educação em greve, que reuniu os representantes da Adufmat,
Sinasefe e Sintuf, no 
centro de Barra do Garças (MT), - Imagem: Cláudio Nunes.



Presente no evento o técnico administrativo, Saulo Pereira Cardoso, afirma que a categoria precisa levar à sociedade as reivindicações das categorias da educação, na busca de mais apoios da comunidade, "principalmente pais e estudantes, o que ajudaria a pressionar mais o governo." 


Cardoso esclareceu que as reivindicações dos servidores técnicos "são recomposição salarial, reestruturação das carreiras docente do ensino básico técnico e tecnológico (EBTT) e técnico administrativo educacional. E também pedimos revogação dos cortes no orçamento que ocorrem todos os anos, e que prejudicam assistência estudantil, bolsas, investimentos em infraestrutura." 


Segundo ele, possível avaliar que, caso continue assim [sem os investimentos do governo], daqui 20 ou 30 anos, não existirá educação federal pública, gratuita e de qualidade.


Negociações com o governo 


No último dia 27, o governo federal assinou acordo com o Proifes ((Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico), mas o documento foi negado pelo conselho nacional de greve, pelo fato de não haver o consenso as bases sindicais, como destacou o Andes. Assim, as paralisações foram mantidas nas instituições públicas de ensino que aderem ao movimento, na busca de novas negociações com o governo federal. 


A proposta reivindicada pelos servidores ao governo federal é de reajuste salarial em 3,69%, em agosto de 2024; 9%; em janeiro de 2025; e 5,16%, em maio de 2026.


Na tentativa de retomada das negociações, o governo e representantes sindicais se reuniram nesta segunda-feira (3), mas conforme destaca o site Metrópolis, o Ministério da Gestão e Inovação “adiantou que não haveria reajuste neste ano para nenhuma categoria. Ao fim da mesa de debate sobre a contraproposta das entidades que não assinaram o acordo, o MGI e o Ministério da Educação (MEC) informaram que não existe mais espaço orçamentário para negociação.”