Maioria das universidades não aceita acordo com o governo e Andes afirma que greve continua

Greve

Raissa Ali

Professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) se reuniram, na tarde desta quarta-feira (29), para discutir quais os próximos passos da greve, após a categoria negar proposta de acordo com o governo, mas assinado pelo Proifes (Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico), nesta segunda-feira (27). 

Como destaca a direção do movimento, a greve não terminou e as negociações devem continuar no sentido de chegar a um novo acordo com os representantes do governo. Na próxima segunda-feira (3), como informa a categoria, será realizada reunião com Ministério da Gestão e Inovação (MGI) para retomar discussão em torno das propostas da categoria. 


Professores ligados ao Andes mantêm paralisação e busca negociação com o governo. Nesta 

segunda-feira haverá mais uma reunião com o MGI – imagem Andes.


Para o mesmo dia estão previstas manifestações em Brasília objetivando pressão política para que o governo volte ao banco de negociação com os professores das universidades públicas. 

As mobilizações e encontros na capital federal terá a participação além do Andes (sindicato nacional dos docentes das instituições de ensino superior), Fasubra (federação de sindicatos de trabalhadores técnico-administrativos em instituições de ensino superior públicas do Brasil) e Sinasefe (sindicato nacional dos servidores federais da educação básica, profissional e tecnológica). 

Acordo questionado

Em reunião tumultuada no MGI, na segunda-feira, representantes do governo chegaram a um acordo com a Proifes (Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico),  assinado pela liderança sindical, o que deveria resultar no encerramento a greve dos professores, com aumento de 9% para a categoria em janeiro de 2025, e 3,5% em 2026, sem nenhuma majoração de salários para este ano. 

Após reunião com José Lopez Feijoó - elogiado na imprensa pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como um negociador sindical experiente - da secretaria de relações de trabalho do MGI, com a divulgação do documento de confirmação do acordo, o descontentamento foi rápido de outras representações sindicais.  

Como antecipou o MGI, a data seria a última oportunidade na negociação para aceitação ou não da proposta destacada pelo Ministério da gestão e inovação em serviços públicos. 

O acordo é descrito pelo Andes como um golpe contra a categoria, pelo fato de não atender as propostas das bases sindicais, que discutem as propostas nas instituições de cada estado. Desta forma, o sindicato entrou com representação na justiça pedindo a suspensão do acordo. 

Como o acordo foi negado pelo conselho nacional de greve, diz o Andes, as paralisações serão mantidas nas instituições públicas de ensino que aderem ao movimento, na busca de haver um novo acordo com o governo federal. 

Conforme publicação do Jornal Folha de S. Paulo, um dia após o acordo contestado pelo Andes, “na terça (28), as 63 instituições de ensino paralisadas nos últimos 55 dias realizaram assembleias para decidir se retornariam às atividades, e todas optaram por seguir em greve. Dentre elas estão Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e Ufba (Universidade Federal da Bahia.”