Festa de Santo Antônio na praça Matriz atrai turistas e traz diversão e cultura à cidade de Barra do Garças

Religião

Agência Focaia
Reportagem
Júlia Viana
Marcos Antônio


Festa de Santo Antônio, em Barra do Garças, une religião e cultura, atraindo turistas para o 
município vindos de cidades da região - Imagem reprodução.
 
A cidade de Barra do Garças (MT) há 68 anos é palco de uma comemoração cultural que se tornou referência aos arredores da região do Araguaia, por sediar a festa do padroeiro da cidade, Santo Antônio. As festividades ocorrem na Praça Matriz, que inclusive passou por ampla reforma em 2014, com investimento da prefeitura municipal na casa dos milhões de Reais.

Nesse ano, a tradicional festa ocorreu do dia 31 de maio ao 13 de junho, realizada pela paróquia Santo Antônio, com festejos entre às 18h e 2h, durante os 14 dias de comemorações.

O evento é marcado por trazer à cidade, as comidas e lembradas do mês de junho, como pipoca, cachorro quente, pastéis, crepe e doces típicos. Criando um evento atrativo para os visitantes, que se deslocam das cidades vizinhas à Barra do Garças, para apreciar a festa, movimentando o turismo e economia da cidade.

Além da diversidade culinária que “Santo Antônio” traz, ocorre um parque de diversões, com muitos brinquedos para todas as idades, criando atmosfera de alegria e diversão para as tradicionais famílias da cidade, principalmente fazendo as noites se tornarem contagiantes para crianças e adolescentes.

Outro ponto atrativo é o bingo, com os apaixonados pela aposta e a verbalização tradicional do locutor.  Cada cartela custa um valor simbólico de R$ 3, com prêmios aos ganhadores, como bebidas e valores em dinheiro. Há ainda o leilão de prendas sediado pelo barra-garcense Alencar Soares Filho, ex deputado estadual e membro do tribunal de contas do Estado de Mato Grosso. 

História

Marcada pelo cenário tradicional católico, a festa é uma tradição na cidade, "desde que o Santo virou padroeiro que remete a protetor, a festa acontece e une religião e diversão", afirma Maria Soares, barra-garcense vendedora de doces e católica, que, segundo ela, está presente em todos os dias da festa. 

O evento também conta com um dos símbolos mais memoráveis do cenário festivo, o conhecido “pau de Santo Antônio”, dos quais muitos participantes e religiosos acreditam nas realizações intercedidas pelo padroeiro da cidade, por meio das lascas da madeira, que fica no meio da festa. Ao público o direito de  rodar e tirar um pedaço da casca do tronco para depois esperar o milagre do santo casamenteiro, como parte das crendices populares brasileiras.

O santo Antônio do qual conhecemos é natural de Lisboa, Portugal. Aos 19 anos, torna-se agostiniano. Mais tarde, ingressou na ordem dos franciscanos, tornando-se Frei. Dizem algumas lendas que uma moça de família humilde de Nápoles, cidade situada na Itália, não podia pagar para se casar. 

Em desespero, ela rezou ao Santo Antônio pedindo que a ajudasse, assim, milagrosamente, o santo lhe entregou um bilhete, dizendo para a tal moça procurar um comerciante, do qual lhe daria moedas de prata. Assim, com o dinheiro em mãos, a moça pôde enfim se casar. A partir daí, “Santo Antônio” recebeu a fama de “O santo casamenteiro”. 

De acordo com o professor Eliel Ferreira, um dos fundadores da cidade de  Barra do Garças em torno de 1924, o coronel Cristino Côrtes era devoto do Santo Antonio. Sendo assim, ele tornou-se padroeiro da cidade, e instituiu-se a festa comum na igreja, que se tornou uma tradição, em função de Côrtes. 

O comércio

 Além da religiosidade dedicada ao santo, há intenso comércio ao redor da igreja que movimenta a região central da cidade mato-grossense, durante a festa.

O resultado das vendas são destinadas à prefeitura, que alugam os espaços da praça para as empresas que vêm de várias partes da região e até de outros estados, com uma grande estrutura para atender a festa. 

Nem sempre foi assim, no passado os lucros resultavam em investimentos para o crescimento da paróquia, mas desde os anos 90, a festa se tornou mais pagã, e os lucros não são mais destinados a igreja e sim à prefeitura e a quem estiver vendendo, afirma Ferreira.