Apesar do alto índice de acessos aos livros da biblioteca do Campus Araguaia, docente afirma que estudantes leem pouco
Cultura
Agência Focaia
Reportagem
Trycia Silva
Foto: Adailson Pereira
Espaço da biblioteca destinado aos estudos e leituras, onde fica o acervo de livros do Campus Araguaia da UFMT.
Professores da Universidade
Federal de Mato Grosso, Campus Universitário do Araguaia, afirmam que há pouca
leitura entre os acadêmicos, que fazem o seu uso somente para avaliações. Porém,
dados do site da biblioteca apontam que os acadêmicos têm alto índice de
frequência à biblioteca. Além do mais, como se pode observar, as novas
tecnologias da informação os universitários encontram maior possibilidade de
contato com textos acadêmicos. Para entender o nível de leitura dos
estudantes, o Focaia decidiu entrevistar docentes e discentes
para conhecer esta realidade.
De acordo com o bibliotecário da
UFMT/CUA, Geraldo Carlos da Silva, de janeiro a dezembro de 2017, o site da biblioteca
do campus registrou 148.831 acessos ao seu acervo de
obras. Considerando apenas os dias letivos, menos os finais de semana e
período de férias, são mais de 500 acessos diários. O número segundo
ele, é considerado relevante pelo a quantidade de estudantes na instituição,
que é de aproximadamente três mil acadêmicos, porém, envolvendo também
professores e pessoas interessadas em pesquisa. Em contrapartida,
docentes não concordam, sinalizando que o índice de leitura ainda é
pouco.
Para a professora do curso de
Letras, Águeda Aparecida da Cruz Borges, a leitura é parte essencial na
educação das pessoas, e é preciso prestar atenção principalmente no meio
acadêmico, com os estudantes, analisa. Ela ainda diz que há insatisfação geral
dos docentes em relação à pouca leitura por parte dos seus alunos. “Não dão a
devida importância à leitura para entretenimento, informação e crescimento
pessoal”, relata a professora.
Borges acrescenta que orienta
seus alunos a alargar o olhar e ler os textos de todos os campos de estudos.
“Ler o campo, a cidade, as pessoas a música, a nossa organização social e
outras diferentes da nossa; ler a vida, além da transparência e, obviamente, as
leituras, pois elas escrevem o mundo”, finaliza.
O que diz o estudante
A graduanda do 3° semestre, do
curso de Letras, Amanda Lima Landim, relata que lê bastante livros acadêmicos.
“Na universidade, como estou fechada somente neste ambiente, eu leio mais o que
meus professores pedem. Até porque as disciplinas são curtas e é muito conteúdo
para ser estudados”, afirma.
Landim lembra que antes de
ingressar na universidade não lia muito, porém, ao participar de projetos no
ensino superior incentivou o seu hábito pela leitura. “Depois que conheci um
gênero literário, que me identifiquei à leitura foi prazerosa, ela deixou de
ser mecânica. E os projetos da universidade foram uma base pra mim. A faculdade
incentivou bastante”, declara.
Para o acadêmico do curso de
Engenharia de Alimentos, João Lucas Neves, a maioria dos livros que lê é da
universidade. Ele relata que em 2017 leu apenas três livros para passar o
tempo. “Com a leitura adquirimos conhecimento, enriquecemos o nosso vocabulário
e melhoramos a escrita”, analisa.
A estudante do 3° semestre do
curso de Biomedicina, Vitória Lizzi Naegele, não possui o hábito de ler. De
acordo com ela, a leitura acontece apenas para provas e trabalhos da faculdade.
Ela frequentou bastante a biblioteca em 2017, e prefere estudar por livros
físicos do que pela internet. “A pessoa que lê bastante tem uma desenvoltura
melhor ao falar e ao escrever”, observa.
Projetos Acadêmicos
Os cursos de formação em humanas,
no Instituto de Ciência Humanas e Sociais (ICHS), do Campus Araguaia
da UFMT, geralmente ganham destaque pelos projetos de incentivo à leitura. Seus
trabalhos são dedicados a esta proposta.
O curso de letras informa que há
projetos voltados para a leitura como, por exemplo, o círculo de leitura,
coordenado pela professora, Marinete Souza, que faz parte do Programa de
Tutoria da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proeg).
O Abracadabra é outro
programa com a mesma finalidade, com atividades de contadores de histórias,
coordenado pela professora Maria Claudino da Silva.
Além de trabalhos de outros
cursos do instituto neste sentido, o curso de Geografia soma aos projetos de
leitura com a atividade do Geoteca coordenado por Sandro Cristiano de Melo.
O campus ainda possui mais dois
institutos, o Instituo de Ciências Exatas e da Terra (ICET) e o Instituto de
Ciências Biológicas e da saúde (ICBS).