Os Guató, considerados o povo do Pantanal por excelência,ocupavam praticamente toda a região sudoeste do Mato Grosso, abarcando terrasque hoje pertencem àquele estado, ao estado de Mato Grosso do Sul e à Bolívia.
Podiam ser encontrados nas ilhas e ao longo das margens do rio Paraguai, desde
as proximidades de Cáceres até a região do Caracará, passando pelas lagoas
Gaíba e Uberaba e, na direção leste, às margens do rio São Lourenço. No
interior deste vasto território sua presença foi registrada desde o século XVI
por viajantes e cronistas.
Foi entre 1940 e 1950 que se iniciou de modo mais intenso a
expulsão dos Guató de seus territórios tradicionais. O gado dos fazendeiros
invadia as roças dos índios e os comerciantes de peles dificultavam a
permanência dos Guató na ilha Ínsua e arredores. Acuados, migraram para outros
pontos do Pantanal ou se dirigiram para as periferias de cidades, como Corumbá,
Ladário, Aquidauana, Poconé e Cáceres etc. Foram poucas as famílias que
permaneceram na ilha Ínsua. A partir da década de 50, os Guató foram considerados
extintos pelo órgão indigenista oficial e assim, foram excluídos de quaisquer
políticas de assistência. Foi somente em 1976 que missionários identificaram
índios Guató vivendo na periferia de Corumbá. Aos poucos o grupo começou a se
reorganizar e a lutar pelo seu reconhecimento étnico. Hoje, são os últimos
canoeiros de todos os povos indígenas que ocuparam as terras baixas do
Pantanal.