UFMT/CUA desenvolve projeto no Parque Serra Azul, com o objetivo de ‘estimular a curiosidade e o amor pela ciência,’ diz professor
Ciência
Maria Eduarda Bonfim
Eduarda Nascimento
Com o objetivo de popularizar a ciência, formação de conhecimento sobre cidadania e aproximar a universidade da comunidade regional, grupo de estudantes e professores do curso de Ciências Biológicas da UFMT/CUA realizam o projeto “Biologia no Parque, envolvendo diferentes áreas do conhecimento.” Participam das atividades discentes do ensino fundamental e médio de Barra do Garças e região.
Idealizado em 2018, o projeto só foi efetivamente colocado em prática em 2025 pelos organizadores, com o propósito de atender a formação de experiência acadêmica interna à universidade. A proposta se transformou em um espaço de aprendizagem lúdica e empolgante, capaz de despertar nos jovens o interesse pelo conhecimento científico e pela universidade.
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Estudantes e professores durante realização do projeto multidisciplinar, no Parque Serra Azul - imagem reprodução. |
“O
nosso objetivo vai muito além de cumprir uma exigência acadêmica. Queremos
plantar uma sementinha nesses estudantes, mostrar o quanto a universidade tem a
oferecer, estimular a curiosidade e o amor pela ciência”, explica o professor Fernando Pedroni, um dos
coordenadores do projeto.
Trilha no Parque Serra Azul
Como
ponto alto do projeto a Trilha das Cachoeiras, realizado no Parque
Estadual da Serra Azul, os alunos da rede pública, acompanhados por monitores
universitários e professores, percorrem o trajeto explorando fauna, flora,
geologia e paleontologia. A caminhada se transforma em um laboratório vivo, cada
passo é uma oportunidade de relacionar teoria e prática em tempo real, exalta o
professor.
Como um trabalho de educação multidisciplinar, antes da caminhada, estudantes de Educação Física conduzem alongamentos durante o percurso. O grupo recebe suporte de bombeiros, uma exigência da Secretaria de Educação para garantir segurança, além de contar com apoio de universitários de Enfermagem e Engenharia.
Quando
há condições climáticas desfavoráveis não são permitidas as descidas ou em caso de
restrições físicas entre os participantes. Assim, as atividades são
transferidas para o Centro de Visitantes do Parque, onde os alunos
vivenciam experiências científicas com lupas, insetos, flores e exemplares do
acervo do Museu de História Natural do Araguaia (MUHNA).
“Esse cuidado mostra que o projeto está preparado para atender diferentes públicos, sempre com segurança, planejamento e sensibilidade”, ressalta Pedroni. O professor lembra que após os incêndios será necessário a liberação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA) para as visitações e realização das aulas de campo na Serra Azul.
Nesta semana a UFMT está em recesso para as atividades acadêmicas, devido ao encerramento do primeiro semestre letivo de 2025, com retorno das aulas na próxima segunda-feira (13). No entanto, diz o professor, como "temos muitos alunos que estão na cidade e dispostos a participar, nesse período sem aulas", as atividades podem ser desenvolvidas se houver liberação das visitações.
Formação de futuros professores
Além
de proporcionar vivência prática para estudantes, que aprendem a conduzir aulas
de campo e interagir com públicos diversos, o projeto contribui diretamente
para a formação de uma juventude mais crítica, curiosa e interessada em
ciência.
Segundo Pedroni, a divulgação científica é um dos pilares mais fortes da proposta. “As pesquisas muitas vezes ficam restritas ao meio acadêmico. Projetos como esse permitem que a comunidade veja, compreenda e valorize o que é produzido dentro da universidade. A UFMT precisa assumir o protagonismo na sociedade de Barra do Garças, e iniciativas assim nos colocam nesse caminho.”
Com
custo reduzido e importância educacional, “Biologia no Parque” cumpre o
papel de atividade universitária e abre caminhos para que mais jovens se vejam
como futuros cientistas, professores e cidadãos atuantes.
Mais do que uma atividade de externa ao Campus, o projeto se estabelece como uma ponte entre universidade e comunidade, entre teoria e prática, entre presente e futuro. A cada descida pela Serra Azul, surgem novas descobertas e horizontes para a ciência e para a vida, avalia docente.
