Estudantes brasileiros reunidos em Recife discutem democracia e passe livre no congresso da UNE

Congresso

Maria Eduarda Carvalho

 

Os estudantes brasileiros ser reuniram em Recife (PE) para 14ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizada entre os dias 29 de janeiro e 2 de fevereiro de 2025. Do Campus da UFMT Araguaia participaram 22 graduandos.

 

Conforme os organizadores, participaram do Congresso cerca de 10 mil pessoas, com destaque entre os encontros estudantis no país e um dos maiores festivais estudantis da América Latina. Congresso que reúne jovens de diferentes regiões para discutir as políticas educacionais e culturais brasileiras.


Estudantes da UFMT durante viagem para o congresso da UNE realizado em Recife, 

Pernambuco – imagem reprodução. 



O tema central da Bienal deste ano foi “a rua é o nosso palco principal”, uma alusão ao protagonismo dos estudantes nos movimentos sociais e na luta por direitos da população. A cidade nordestina foi escolhida para este ano como espaço das manifestações culturais e debates públicos para discussão sobre a política e educação.

 

Para os organizadores, a Bienal não apenas celebrou a arte e a cultura, mas também se tornou um espaço de resistência política, reafirmando o papel dos estudantes como agentes ativos na construção de um Brasil mais democrático e igualitário.

 

Pautas Políticas e Culturais

 

Durante a Bienal da UNE foram apresentadas pautas políticas com atenção à educação do Brasil, como a reforma universitária e a anistia política. A proposta apresentada entre os debates sinalizou a preocupação dos estudantes pela busca de reconhecer e reparar as injustiças causadas pela ditadura militar. Na mesa de discussões a importância de uma educação pública, gratuita e de qualidade, além da necessidade de democratizar o acesso ao ensino superior brasileiro.

 

A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) trouxe para análise dos congressistas a necessidade de lançamento de um manifesto pela implementação do Passe Livre para todos os estudantes. Como destacado no evento está é uma demanda histórica, que visa garantir o direito ao transporte público gratuito, uma ferramenta essencial para o acesso à educação e à cultura.

 

João Matheus Rezende Rodrigues, estudante da UFMT Araguaia, graduando em Ciências Biológicas, defende a proposta da UNE pelo passe livre irrestrito no transporte público, como uma medida para garantir o direito à mobilidade e o acesso a direitos fundamentais, como saúde e educação. Ele acredita que o passe-livre facilita o acesso às universidades, permitindo maior inclusão de estudantes.

 

“Se tem por entendimento que muitas universidades que hoje estão vazias poderiam se ocupar e estar cheias de estudantes e mentes brilhantes, quando o acesso a ela for facilitado, e o passe livre é um grande avanço nesse quesito,” afirma.

 

Rodrigues destaca também a importância da valorização dos três pilares da universidade: ensino, pesquisa e extensão. Ele critica a ideia de que a educação não gera retorno financeiro. Embora apoie iniciativas como o "Pé de Meia das Licenciaturas", que incentiva o ingresso no ensino superior, o estudante alerta para a falta de garantias de emprego e valorização dos formandos, ressaltando a necessidade de melhores condições de trabalho para os professores.

 

“O pé de meia das licenciaturas é extremamente importante e parte de uma luta necessária, porém agora precisamos lutar pela valorização dos profissionais da educação também, do contrário seria somente incentivar a conclusão de um curso por intermédio de uma quantia em dinheiro, que será disponibilizada ao final dele.”


Programação Cultural e Artística

 

Quanto à programação cultural, na Bienal ganharam destaques shows de artistas como Nação Zumbi, Duda Beat, MC Troinha e Academia da Berlinda, além de apresentações de grupos de teatro, dança e música. Eventos que também foram abertos ao público da cidade.

 

Legado da Bienal


No congresso da UNE, estudantes destacam a luta pelos direitos à educação pública em 

assembleia na capital pernambucana - imagem reprodução.

 

A defesa dos estudantes, ao final da 14ª edição da Bienal da UNE foi de celebração da juventude e do seu papel na luta por um Brasil mais justo e igualitário. Os debates sobre os rumos da educação, cultura e direitos civis, sinalizam as atividades de mobilização e engajamento político estudantis, reafirmando que organizados a comunidade discente têm o poder de transformar o país.