Professores da UFMT decidem pelo encerramento da greve nos campi, com retorno das aulas na próxima segunda

Greve

Raissa Ali

 

Em Assembleia Geral realizada na tarde dessa segunda-feira (01) professores da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) decidiram encerrar a greve, após 41 dias de paralisação das atividades acadêmicas. Em votação a categoria deliberou pelo retorno nos campi nesta quarta-feira (3), com a volta às aulas na próxima segunda-feira (8).


A data da retomada das atividades em sala, ocorreu após discussão entre os professores, que avaliaram as dificuldades da volta de grande número de alunos de suas cidades aos campi, muito rapidamente.



Professores em Assembleia Geral da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat) em 

votação que decidiu pelo fim da greve na instituição - imagem: Raissa Ali.



A presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFMT, Araguaia, Amanda Sophia, se manifestou na defesa do retorno das aulas no começo da próxima semana. Após apreciação dos professores da instituição, a data foi confirmada por maioria.


As definições sobre o calendário acadêmico, que precisa ser reorganizado, em consequência do período da greve, serão discutidas pelo Consepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) em reunião que deverá ocorrer nesta quarta-feira (3).


Avaliação da greve


A decisão do encerramento da greve obteve unanimidade pelos professores da UFMT, no entanto, sinalizaram pela continuidade das discussões em torno dos problemas recorrentes da educação pública brasileira, bem como os salários, cujo acordo estabelecido com o governo, que no entendimento da categoria, não é satisfatório.


Conforme posição da maioria dos docentes, o movimento não teria mais condições de continuar diante da posição do governo nas negociações e decisões tomadas pelas lideranças do movimento. Em publicação, a Adufmat (Associação dos Docentes da UFMT) na sua página esclarece que o encerramento da greve é necessário, neste momento, mas os resultados não agradam a categoria.


Os professores “decidiram encerrar a greve, não por indisposição para continuar, mas por entenderem que o Comando Nacional de Greve [CNG] induziu a categoria a finalizar o movimento de forma precoce,” numa referência às negociações realizadas pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes).


Os professores das universidades federais saem da greve com mais de dois meses de paralisações, com aumentos nos salários de 9% 2025, e 3,5% em 2026, sem nenhum acréscimo nos vencimentos da categoria para este ano, um dos pontos mais delicados das discussões, vencido pelo governo.


Os professores receberam no ano passado aumento de 9%, e para este ano houve majoração nos valores dos auxílios alimentação, saúde e creche, aumentos que não chegam aos docentes aposentados. 

 


Momento da decisão sobre o encerramento da greve pelos professores do campus 

Cuiabá, durante assembleia da categoria - imagem ADUFMAT.