Animais abandonados em torno de Campi preocupam UFMT, ONGs e autoridades públicas

Saúde

Ivonete Passos

 

Reclamações de aparecimento de cães e gatos abandonados nas dependências da Universidade Federal de Mato Grosso em Cuiabá, assim como do Campus Araguaia nas unidades das cidades de Barra do Garças e Pontal, resultam em preocupação das comunidades acadêmicas, na tentativa de encontrar soluções. A questão, no entanto, revela falta de atenção com a saúde pública, por isso exigindo ações urgentes e medidas preventivas, no espaço universitário, e nos munícipios dos Campi.

 

Quanto à UFMT Araguaia, a prefeita do Campus, Marina Matos, destacou a necessidade de novas Políticas Públicas. “Não existem políticas institucionais ativas que tratem da matéria. Para que a gestão adote qualquer providência, é necessário ter base legal. Portanto, até o momento, não compete à Prefeitura [da UFMT Araguaia] resolver os impasses desta questão.” 

 

Matos aponta o abandono dos animais nas proximidades dos Campus, como motivo principal da quantidade no local, somando a isso, o carinho, cuidados e alimentação que recebem de parcela da comunidade interna do CUA.

 

Imagem aérea da UFMT, Campus Araguaia - Imagem Cristiano Costa.



Sobre uma possível solução para o impasse, ela apontou o fortalecimento das ONGs (Organizações Não Governamentais) através de políticas públicas, que possam realizar o trato e cuidados corretos com esses animais, bem como a castração. 

 

Animais abandonados em Barra do Garças

 

A reportagem tentou contato com ONGs de Barra do Garças para conhecer a realidade no município, quanto à população de animais em condições de rua, porém, sem localizar uma instituição que oferecesse informações. Segundo pesquisa do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo (IMVC), publicada em abril de 2024, no Brasil existem “121.3 milhões de cães e gatos, sendo 82,1 milhões cães e 39,2 milhões de gatos.” A estimativa resultada de pesquisas conduzidas pela Euromonitor International (EMI) entre os anos de  2022 e 2023.

 

Como destaca a Câmara Municipal de Barra do Garças, em publicação na página da instituição, “atualmente, Barra do Garças abriga uma considerável população de animais em situação de rua, como cães e gatos,” contudo, sem apresentar dados. Em vista disso, os vereadores do municipio aprovou no mês de abril deste ano, “o projeto de lei nº 028, de autoria do Poder Executivo, que institui o Conselho Municipal de Proteção Animal (COMPA) e o Fundo Municipal de Amparo aos Animais.” 

 

Como destaca a instituição, “o objetivo do Conselho Municipal de Proteção Animal é estudar e implementar medidas de proteção e defesa dos animais, associadas à responsabilidade social em saúde pública. Por sua vez, o Fundo Municipal de Amparo aos Animais, previsto no PL, destina-se à captação de recursos financeiros para subsidiar, de forma isolada ou complementar, o financiamento e investimento em ações voltadas à saúde, proteção, defesa e bem-estar dos animais.” 

 

A medida foi tomada pela presidência da Casa, mas “vale ressaltar que a criação de conselhos municipais é uma prerrogativa do Poder Executivo,” aponta o legislativo municipal. 

 

Campus UFMT Cuiabá

 

Em Cuiabá, a situação de abandono de animais é também preocupante. Recentemente, o Ministério Público de Mato Grosso decidiu, em parceria com ONGs, encontrar medidas de urgência, diante do alto índice de animais abandonados, que vivem dentro e no entorno da (UFMT) na Capital. Sendo assim, projeto teve início no mês de junho, com a implementação do chamado castra móvel Solidário, que oferece castração gratuita para cães e gatos abandonados, vivendo em condição de rua.


A iniciativa é desenvolvida pelas organizações não-governamentais (ONGs), Associação Lunaar e Associação Voz Animal, e tem como público-alvo o atendimento às famílias de baixa renda que são tutoras de Pets, mas não possuem condições de arcar com a cirurgia de castração dos animais domésticos. Além de atenção aos animais comunitários em situação de rua.


A presidente da Lunaar, Susielene Rodrigues Monteiro, na publicação a UFMT, explica que a iniciativa visa “dar o primeiro passo para a implementação da política de castração de animais.”

 

*Com Assessoria UFMT - SECOMM