Professores decidem por indicativo de greve nas universidades públicas, que poderá ter início no dia 15 do próximo mês

Greve

Vitor Fernandes 

Os professores das universidades federais brasileiras, institutos federais e Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFETs) decidiram por aprovar indicativo de greve da categoria para o dia 15 do próximo mês. A categoria alega que o governo não sinaliza para nenhum tipo de negociação sobre propostas apresentada. 

A categoria em reunião do ANDES – SN (Sindicato nacional dos docentes das instituições de ensino superior) utilizou como base o resultado das assembleias realizadas nas seções sindicais, que formou maioria em favor da indicação de greve nacional. A definição ocorrerá após uma nova rodada de discussões entre os sindicatos de cada instituição, o que deverá ocorrer entre 26 de março e 09 de abril. 

No dia 10 do próximo, mês em uma nova reunião promovida pelo ANDES, será decidida a realização ou não da greve nacional. Caso aprovada, na sequência o governo e reitorias serão informadas sobre a paralisação, que será deflagração cinco dias depois nos Campi universitários. 



Assembleia do ANDES-SN, quando os membros do sindicato nacional dos professores 

decidem por indicativo de greve - Imagem reprodução ANDES.



Decisão dos professores


Apesar de a primeira rodada de discussões nas instituições públicas, quando a maioria decidiu pelo indicativo de greve, não significa que o resultado será apenas o de confirmação da paralisação para o próximo. Para os organizadores, neste momento a categoria espera mais participações de docentes dos campi para decisão e, então, a deflagração do movimento grevista.


No entanto, como destaca publicação sindicato nacional dos professores após assembleia realizada no final de fevereiro no congresso dos docentes em Fortaleza, como há não posição do governo sobre as propostas, o objetivo é “dar continuidade ao trabalho de unidade de ação, visando fortalecer as campanhas salariais, desde o ano de 2024/ 2025, e intensificando a mobilização de base na construção de greve do ANDES, no primeiro semestre de 2024.”


O Sindicato dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmt), em votação, no último dia 14 deste mês, com participação de 48 membros, decidiu favorável à greve somando a decisão do ANDES da última assembleia. A reunião contou com a participação de representantes dos três campi (Cuiabá, Araguaia, Sinop). Ao final 38 foram decididos pela greve e 10 se manifestaram contrários à mobilização, e nenhuma abstenção. 


Conforme os professores da UFMT, em publicação da Adufmat em seu site, razões para a mobilização não faltam, e que a categoria tem o compromisso histórico de defender a Educação pública ao lado do Sinasefe (Sindicato Nacional que representa os servidores, docentes/ técnicos da Rede Federal de Educação Básica, Técnica e Tecnológica) e Fasubra (Federação de sindicatos de trabalhadores técnicos - administrativos em educação das instituições de ensino superior público do Brasil), que já iniciaram o movimento de greve.


A decisão de greve dos professores neste momento é delicada para o governo e comunidade acadêmica. O afastamento social durante a Covid-19, entre anos de 2020 e 2022, gerou instabilidade para as instituições, que tiveram que fechar seus campi durante meses. A maioria das universidades até hoje não conseguiram regularizar o calendário letivo, mesmo com a tentativa de realizar mais de um semestre acadêmico ao ano.

 

Na universidade mato-grossense, o calendário letivo fora de época não conseguiu concluir o segundo semestre de 2023, que será encerrado no começo do próximo mês. Os alunos que foram aprovados no último Exame Nacional do Ensino Superior (ENEM), na UFMT, somente poderão iniciar as aulas no mês de maio, o que seria referente ao primeiro semestre letivo de 2024.  

 

A evasão de estudantes nas universidades públicas brasileiras também é uma questão que soma aos problemas da educação superior neste momento, no Brasil, que pode ter consequência com uma greve prolongada.