Candidato à reitoria, Evandro Silva diz que se reeleito a UFMT seguirá na busca da Internacionalização e de estreitar relações institucionais

Eleições UFMT


Jhenniffer Muniz  

Faltando menos de uma semana para as eleições da reitoria realizadas pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que ocorrem no dia 6 de março, a Agência Focaia destaca a segunda entrevista dos candidatos. A reportagem conversa com o atual reitor e candidato à reeleição, Evandro Soarez da Silva.

 

Pertencente à Chapa 2, Silva disputa às eleições ao lado da professora Marcia Hueb, como candidata à vice-reitora.  A campanha do candidato trabalha com o lema UFMT “Adiante”, numa referência à continuidade do governo, o qual também ocupou o cargo de vice-reitor, no período entre 2016 e 2020, na gestão da professora Myriam Thereza de Moura Serra.

 

Em 2020, depois apresentar problemas de saúde, Serra se decidiu desvincular do cargo, alegando motivos pessoais, quando à época Silva assume a gestão da universidade Mato-grossense, entre os meses de março e outubro daquele ano. Nas eleições seguintes consegue se eleger como candidato majoritário internamente, com votos da comunidade acadêmica da UFMT, e é oficialmente indicado reitor pelo, então, Presidente Jair Bolsonaro. 


Evandro Silva é graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Mato Grosso, mestre e doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU).  Silva é docente vinculado à Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia (Faet) da UFMT desde 2009. 



Evandro Silva em campanha pela reeleição é entrevistado por estudantes da UFMT, durante 
debate entre os candidatos à reitoria no Campus Araguaia, unidade II 
- imagem Jhennifer Muniz.


Como candidato às eleições para a reitoria da UFMT, diante dos desafios da administração da universidade pública, quais as suas principais propostas de gestão para os próximos quatro anos?  


A proposta de Gestão da Chapa 2, Evandro e Márcia, foi elaborada pela comunidade universitária da UFMT, que considera no presente momento princípios importantes que não abrem mão, uma gestão democrática colegiada, a ética e a transparência, a gratuidade e universalidade com qualidade, a inovação com eficiência e sustentabilidade, assim como a inclusão, acessibilidade e o respeito à diversidade. 


Suas diretrizes fundamentam-se na descentralização da gestão, na promoção da integração ensino-serviço-comunidade, na defesa dos recursos públicos para a universidade pública e expansão com qualidade. Além disso, referencia-se em produtos e serviços inovadores, que promovam a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento de pessoas e bem-estar da comunidade acadêmica. 


A partir destes princípios e diretrizes às propostas contemplam ações que serão desenvolvidas em 10 eixos, que englobam o ensino, a pesquisa, a extensão e a inovação na UFMT. 


No ensino de graduação as propostas apresentadas visam aprimorar a oferta, melhorar a qualidade e consolidar os cursos ofertados na UFMT. 


Além disso, o plano de gestão apresenta propostas que destacam ações orientadas para a ampliação e inclusão, propiciando a permanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica e da diversidade na UFMT. 


Observa-se também nas proposições apresentadas, o interesse da Chapa (caso eleita) em discutir a viabilidade de implementação de novos cursos de graduação e outras possibilidades, como por exemplo a dupla diplomação, além do aprimoramento dos projetos pedagógicos dos cursos existentes, visando reduzir a evasão e aumentar o engajamento profissional dos estudantes egressos da Universidade Federal de Mato Grosso. 


No ensino de pós-graduação, além de continuar crescendo na oferta de novos programas de pós-graduação, a gestão destaca uma preocupação de evoluir na qualidade do atendimento à comunidade universitária, reduzindo a burocracia e modernizando a gestão, com o destaque para a otimização e o desenvolvimento de processos e sistemas institucionais. 


Outrossim, merece destaque a busca da excelência e a internacionalização dos cursos de pós-graduação e ainda no reforço às ações de institucionalização, que envolvem tanto a oferta de cursos de mestrados e doutorados a distância (ou em rede) quanto a ampliação dos cursos de residência nas diversas áreas de conhecimento, buscando maior integração com os ambientes de trabalho. 


Na pesquisa, inovação e desenvolvimento científico e tecnológico, a Chapa 2 apresenta como compromisso a consolidação de parcerias estratégicas institucionais para ampliação da inserção da UFMT em grupos e núcleos de pesquisa nacionais e internacionais. Há também preocupação com ações para apoiar institucionalmente o desenvolvimento de projetos de pesquisa em todas as áreas do conhecimento.  


A compreensão dos processos de inovação como parte da política de Pesquisa & Desenvolvimento e de integração da UFMT à sociedade é outro ponto bastante presente, junto ao compromisso de investir na ampliação da infraestrutura de pesquisa, parque de equipamentos e inovação tecnológica em todas as áreas do conhecimento. 


A necessidade potencializar o programa de Iniciação Científica e Tecnológica e suas modalidades como eixo estruturante da formação dos estudantes de graduação com vistas à demanda de profissionais altamente qualificados a ampliação dos processos de comunicação à sociedade os resultados das pesquisas desenvolvidas em todos os níveis na UFMT, evidenciando a importância da pesquisa na solução de demandas dos diferentes setores da sociedade. 


Na extensão universitária, a Chapa 2 apresenta o compromisso de estruturar uma política de Extensão para a UFMT, com a participação efetiva da comunidade acadêmica e da sociedade, fortalecendo o papel da extensão como agente de transformação tecnológica, social, ambiental e cultural, nos espaços extramuros da UFMT, baseado nas demandas prioritárias levantadas junto à comunidade. 


Cabe destacar a busca por uma solução, que viabilize o financiamento de ações da extensão, a exemplo do que já está implantado com o cartão pesquisador. 


Pretende-se também, fortalecer a política de sustentabilidade, por meio da integração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável às ações de extensão universitária, de forma articulada com todas as unidades acadêmicas e administrativas da UFMT. 


Essas propostas apresentadas serão alcançadas, por meio do investimento em modernização e eficiência de gestão, aprimorando especialmente a articulação com a área de Tecnologia de Informação da UFMT e o desenvolvimento de ações que visam a melhoria e eficiência de processos internos e externos nas unidades de extensão. 


A cultura, esporte e a vivência, contemplam ações de extrema importância para nossa instituição. As propostas apresentadas envolvem a implantação e a reestruturação dos equipamentos culturais da UFMT. A consolidação das práticas artísticas e culturais e a ampliação das ações de vivência na UFMT, por meio da implantação e reestruturação de espaços de vivência e fomento à projetos estudantis. 


Na perspectiva da cultura, as ações de acessibilidade e inclusão artística e cultural estão presentes. A Chapa 2 pretende desenvolver e implementar ações e projetos que tornem as atividades artísticas e culturais acessíveis às necessidades de inclusão das pessoas com deficiência, a exemplo do que já foi realizado, como ação piloto, com a exposição “Traduzindo Deusas”, que contou com tradução em libra e audiodescrição. Nossa proposta é fomentar a diversidade de ações, especialmente aquelas que envolvem expressões artísticas e culturais executadas pela comunidade artística def - (Arte def - produção artística de pessoas com deficiência). 


O esporte também tem destaque na Chapa 2, nossas propostas preveem a implantação e reestruturação de políticas específicas para fomento das equipes esportivas universitárias da UFMT e também visam ações de acessibilidade e inclusão esportiva, propiciando a participação e o desenvolvimento esportivo de pessoas com deficiência. 


Pretendemos também ampliar e consolidar as relações externas da UFMT junto à sociedade, visando restabelecer o protagonismo institucional no campo do esporte e social. 


No eixo da assistência estudantil, inclusão, acessibilidade e diversidade pretendemos garantir políticas de permanência dos estudantes na universidade com formação de qualidade, objetivando a ampliação e o fortalecimento das políticas de assistência estudantil para estudantes de graduação e pós-graduação em vulnerabilidade social, de forma a garantir a permanência na universidade. 


Além disso, é prioridade para a Chapa 2 implantar uma cultura de inclusão das pessoas com deficiência, transtorno do espectro autista e com altas habilidades ou superdotação na UFMT; e ainda, criar a Secretaria de Inclusão, onde estarão contempladas, por meio de coordenações e gerências as pautas dos estudantes com deficiência, transtorno do espectro autista e com altas habilidades ou superdotação, diversidade e ações afirmativas (indígenas e quilombolas). 


Promover a excelência na governança, gestão e na sustentabilidade são compromissos de Evandro e Marcia. As propostas contemplam ações que visam - promover a sustentabilidade nos ambientes institucionais por meio de boas práticas de governança e inovação, modernizando os serviços e a infraestrutura, com foco em práticas ambientalmente corretas, assim como a fomentar ambientes seguros e inclusivos com facilidade no acesso aos recursos e tecnologias institucionais.  


A Chapa 2 tem como proposta implantar um modelo de comunicação abrangente, fortalecendo a comunicação externa e o atendimento da comunicação institucional para apoiar atividades de ensino, pesquisa e extensão, assim como aprimorar a governança pública, a transparência e os processos de comunicação de resultados à sociedade, consolidando práticas de gestão democrática e a promoção de uma nova onda de transformação digital na UFMT por meio da atualização, aprimoramento e integração de sistemas de informações, bem como da implementação de serviços inteligentes e automação para impulsionar a eficiência institucional. 


O desenvolvimento de pessoas e promoção do bem-estar da comunidade acadêmica marcam a preocupação de uma gestão humanizada. Foram elaboradas ações que tem como finalidade estimular o desenvolvimento humano, fortalecendo competências e fomentando um ambiente propício ao bem-estar e à realização pessoal.


 A implementação de medidas para fortalecer a saúde e bem-estar dos servidores, visa o aprimoramento das condições laborais e à promoção da saúde física e mental da comunidade universitária e a otimização das jornadas de trabalho para os servidores da UFMT e HUJM [Hospital Universitário Júlio Müller] por meio do Programa de Gestão e Desempenho (modalidades teletrabalho/híbrido/ presencial), avaliando medidas para apoiar o deslocamento dos servidores que atuarão no novo HUJM. 


As propostas para o Hospital Universitário, iniciam pela preocupação em consolidar o HUJM como Hospital público de referência para a formação de profissionais da saúde para o SUS, por meio da inovação e da excelência na gestão, em regime de parceria com órgãos federais, municipais e estaduais. 


No fortalecimento das oportunidades de aprendizagem para o corpo discente, expandir as atividades assistenciais do HUJM, em consonância com a pactuação com gestores do SUS, por meio de articulações junto ao poder público para ampliar o quadro docente e técnico-administrativo em atividades docente-assistenciais, especialmente na unidade nova do hospital universitário. 


Para além disso, aprimorar o desenvolvimento de um modelo de gestão participativa e transparente no HUJM, por meio do restabelecimento do Conselho Consultivo, priorizando ações que visam humanizar a assistência à saúde, otimizar processos para redução da carga de trabalho e valorizar a atuação profissional de docentes e técnico administrativos do HUJM e no estabelecimento de uma gestão financeira eficiente no HUJM. Promovendo parcerias público e privadas para captação de recursos destinados às áreas de ensino e pesquisa clínica e básica, incentivando investimentos em tecnologias e novos medicamentos para beneficiar os usuários do SUS, reposicionando o HUJM nas discussões sobre políticas públicas loco-regionais. 


A Chapa 2, pretende ainda ampliar os processos de interação com a sociedade e participação em projetos estratégicos para o desenvolvimento de Mato Grosso. Para isso, pretende-se - criar uma política de articulação para ampliar a relação com a sociedade, promovendo o prestígio e reconhecimento da UFMT, por meio de sua excelência acadêmica e potencial para o desenvolvimento do estado de Mato Grosso e Região, objetivando ampliar as ações institucionais, que visam promover a compreensão pública da Ciência.  


Há propostas específicas do candidato para o Campus Araguaia quanto a investimentos nas suas duas unidades? 


No plano de governo da Chapa 2, há uma preocupação destacada na valorização da nossa UFMT Multicampi - Sinop, Araguaia e Várzea Grande.  


Nossas propostas contemplam ações que visam promover a autonomia, descentralização e excelência de gestão nos campi da UFMT, além da ampliação dos processos de articulação, inovação e desenvolvimento sustentável bem como a melhoria e o aprimoramento da infraestrutura multicampi. 


Especificamente para o Araguaia podemos destacar a preocupação da Chapa 2 para consolidar e aprimorar as estruturas de laboratórios, salas de aula e setores administrativos dos campi, por meio de investimentos em reforma/manutenção e modernização.  


Podemos citar ainda ações que visam promover a acessibilidade nas edificações e passeios dos campi, por meio das adequações estruturais necessárias. Pretendemos aprimorar o transporte institucional para deslocamento no campus do Araguaia e a articulação junto às entidades responsáveis, visando à melhoria do transporte público para os discentes do campus do Araguaia. 


Pretendemos também intensificar as articulações governamentais, visando finalizar a construção do centro de eventos no Campus Universitário Araguaia e da Biblioteca do Campus de Sinop. 


Quanto ao orçamento apertado da UFMT, assim como as universidades públicas brasileiras, como pretende buscar recursos no sentido de realizar melhorias na instituição?  


As propostas de gestão da Chapa 2 incluem ações intensas de articulação, visando a busca de recursos para além do que é garantido no orçamento da instituição.  


Em primeiro lugar, pretendemos continuar desenvolvendo projetos para obtenção de recursos, visando a ampliação dos sistemas fotovoltaicos e projetos sustentáveis, considerando que já conseguimos bons resultados na UFMT, promovendo uma economia em um dos recursos de custeio que representa um impacto considerável em nosso orçamento. 


Iremos intensificar ainda mais as ações de articulação junto aos Ministérios, a bancada federal e estadual, além de ampliar as relações institucionais com as agências de fomento públicas e privadas, objetivando aumento da captação de recursos para as atividades de inovação, ensino, pesquisa e extensão. 


Não obstante a articulação nacional, iremos ampliar ainda as interações com agências de fomento externas (nacionais e internacionais). 


Para otimizar os processos de captação, destacamos em nossa proposta a elaboração de um catálogo de produtos e processos dos grupos de pesquisa da UFMT, de forma a potencializar a captação de novos recursos para ações de pesquisa, inovação, extensão e desenvolvimento institucional por meio da nossa fundação de apoio Uniselva. 


Devido às dimensões de sustentabilidade previstas no plano de gestão, pretendemos avançar no desenvolvimento de ações voltadas ao atendimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de forma articulada com atividades de ensino, pesquisa e extensão, por meio de captação de recursos junto aos órgãos públicos e privados. 


Além disso, iremos definir e divulgar protocolos internos para a captação de projetos com pessoas jurídicas públicas e privadas estrangeiras. Incentivaremos o uso otimizado das estruturas administrativas e instalações físicas para prestação de serviço, captação de recursos e diminuição de custos. 


Outra prioridade é estabelecer parcerias público e privadas para captação de recursos e investimentos para as áreas de ensino e pesquisa clínica e básica no Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM). 


Do ponto de vista das ações desenvolvidas pela nossa Fundação de apoio Uniselva, pretendemos trabalhar com fundos endowments como vetor para financiamento de atividades de pesquisa, inovação, extensão e desenvolvimento institucional da UFMT; e, ainda, ampliaremos às ações de articulação potencializando a captação de recursos por meio de projetos administrativos e acadêmicos suportados pela nossa fundação de apoio. 


Para otimizar os processos de captação de recursos iremos criar uma unidade específica com atribuição exclusiva para a captação e gestão de projetos de ensino, pesquisa e extensão. 



Silva ao lado da candidata à vice-reitora, Marcia Hueb, durante debate entre os candidatos à 

reitoria, na UFMT, Campus Araguaia - imagem Jhenneffer Muniz.



Como avalia o futuro da UFMT diante dos desafios da educação pública brasileira, quanto à inovação e desenvolvimento na pesquisa e extensão?  


As propostas da Chapa 2 tem em um de seus eixos destinados à promoção da inovação e do desenvolvimento científico e tecnológico. Um dos principais desafios das de educação superior brasileiras, têm sido os recursos incipientes, que permitem o atendimento incipiente das demandas institucionais, com grande parte destinado para cumprir despesas relacionadas a folha de pagamento e despesas, e de forma muito incipiente o custeio básico da instituição, dificultando o avanço em ações para a promoção e desenvolvimento da inovação, na pesquisa e na extensão. 


Precisamos compreender a necessidade de investimentos na pesquisa e na inovação, por exemplo, a rede de laboratórios de pesquisa, que se constituem enquanto uma das principais ferramentas para a UFMT enfrentar os desafios da inovação. Essa rede está sendo estruturada para entender e atender as demandas da sociedade e colocando o laboratório no centro como uma unidade de colaboração.  


Cada laboratório da rede é um ponto de geração de ciência básica, aplicada e também de produtos, de soluções inovadoras, de parcerias e de prestação de serviços para empresas, ou seja, o laboratório é uma unidade de colaboração. 


Para vencer os desafios de conseguir recursos para a inovação na pesquisa e na extensão, precisamos continuar ampliando as nossas relações institucionais, com todos os setores do governo e da sociedade organizada, dentro e fora do país, ampliando os processos de captação de recursos institucionais, para além do que é garantido no orçamento institucional. 


Precisamos avançar mais nas parcerias estratégicas institucionais, consolidando a participação da UFMT em grupos e núcleos de pesquisas nacionais e internacionais e em parcerias que envolvem a inovação na pesquisa, na extensão e na extensão tecnológica com os mais diversos segmentos da sociedade. 


E para isso, a Chapa 2 apresenta iniciativas que têm como norte o apoio institucional no desenvolvimento de projetos de pesquisa e inovação em todas as áreas do conhecimento, compreendendo os processos de inovação como parte da política de Pesquisa & Desenvolvimento e de integração da UFMT à sociedade. 


Além disso, torna-se imprescindível o investimento na ampliação da infraestrutura de pesquisa, parque de equipamentos e inovação tecnológica em todas as áreas do conhecimento e na comunicação à sociedade sobre os resultados das pesquisas desenvolvidas em todos os níveis na UFMT, evidenciando a importância da pesquisa na solução de demandas dos diferentes setores da sociedade. 


E nesse sentido, o futuro que avaliamos é de uma UFMT “Adiante” que avance no desenvolvendo do ensino, da pesquisa, da extensão e da inovação, em consonância ao que estabelecemos democraticamente em nosso PDI, ou seja de uma instituição que tem a missão de formar cidadãos, qualificar profissionais, produzir conhecimentos e inovações conectados com a sociedade, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e o bem-estar social, e que tenha como visão de futuro uma instituição mato-grossense referência na resolução dos desafios da sociedade, por meio do ensino, pesquisa, extensão e inovação. 


Com base na expressão coletiva da comunidade universitária, o plano de governo da Chapa 2 foi elaborado, apresentando princípios e diretrizes alinhados com os valores da UFMT, ou seja - a Indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão, a ética, a democracia, a transparência, o respeito às diferenças, a equidade e o compromisso social. 


A universidade pública brasileira reconhece que há evasão nos cursos de graduação nos últimos anos, na UFMT em especial a desistência de graduandos é considerada alta. Caso seja eleito, quais medidas devem ser tomadas a curto prazo? 


Esse é um dos temas de destacada importância no âmbito das instituições públicas de Educação Superior. 


A curto prazo, a nossa proposta de governo apresenta a adoção de estratégias que evidenciam o compromisso com o desenvolvimento de mecanismos com impacto significativo na equidade de acesso e na conclusão de cursos na UFMT. 


Além disso, nossas propostas incluem ações no campo da assistência estudantil, na cultura, no esporte e na vivência universitária, e no suporte ao estudante, por meio de bolsas, auxílios e incentivos que são transversais às atividades que acontecem nos projetos pedagógicos, na extensão e na pesquisa, contribuindo significativamente para a permanência dos estudantes com impacto na redução da evasão em cursos de graduação. 


Todo este trabalho será resultado de atividades contínuas de estudos, monitoramentos e pesquisas a serem realizadas em parceria entre as unidades acadêmicas e administrativas da UFMT.  


É importante conhecer não apenas o perfil do estudante que ingressa na UFMT, mas também acompanhá-lo durante toda sua trajetória formativa e após sair da instituição (atenção aos egressos da instituição). Do ponto de vista dos egressos, pretendemos aprimorar os Projetos Pedagógicos de Cursos (PPCs), reduzir a evasão e aumentar o engajamento profissional dos estudantes egressos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), por meio da consolidação do Programa Institucional de Acompanhamento do Egresso (PIACE) e da participação de egressos em projetos de assessoria em atividades do ensino de graduação da UFMT. 


Pretendemos consolidar as ações da Pró-reitoria de Ensino de Graduação (Proeg) de inclusão e permanência dos discentes por meio dos programas de Tutoria e Monitoria com critérios democráticos e transparentes para a distribuição de bolsas. 


Iremos apoiar as políticas de inclusão, permanência e êxito estudantil e as ações de assistência estudantil desenvolvidas pela Pró-reitoria de Assistência Estudantil (PRAE), e aumento na oferta de bolsas. 


Ampliaremos o número de estudantes de graduação beneficiados pelas bolsas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica, por meio da ampliação de recursos institucionais, bem como por parcerias com as agências de fomento.  


Uma atenção especial será dada ao PIBITI [Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação], com estratégias de incentivo à maior participação dos discentes em projetos de inovação e tecnologia. 


Pretendemos também propor uma nova política de distribuição de bolsas PIBIC, de modo que mais professores e estudantes sejam atendidos focando no Plano de Trabalho do estudante e em seu perfil acadêmico. 


Quais as principais propostas apresentadas para os Campi da UFMT, que geralmente manifestam descontentamento com o distanciamento da sede administrativa da universidade? 


Um dos principais desafios da nossa instituição está na ausência de recursos materiais e humanos para atender às demandas institucionais nas atividades de ensino, pesquisa e extensão, onde pretendemos contemplar de forma isonômica todas as unidades administrativas e acadêmicas e os campi da UFMT. 


Para se discutir um orçamento escasso, diante de tantas demandas, a UFMT tem realizado um debate sobre o orçamento de forma participativa, em que sua distribuição é realizada a partir de representações colegiadas que pautam às áreas que possuem prioridade no contexto da UFMT. 


A proposta da Chapa 2 de promover a contratação de gerente de projetos UNISELVA em cada campus da Fundação de Apoio que tem como objetivo o aumento de captação de recursos para gerenciamento de projetos de ensino, pesquisa e extensão. Assim, dar condições para incentivar a criação de projetos de pesquisas e extensão com enfoque na agroecologia, preservação ambiental e agricultura familiar, voltados para os povos originários e para a população de baixa renda do interior do Estado de Mato Grosso. 


Nesse sentido, pretendemos avançar ainda mais discutindo coletivamente os processos de descentralização de recursos, de forma isonômica, respeitando a perspectiva multicampi e às prioridades estabelecidas na comissão de orçamento da UFMT.  


Em termos de Ensino, a Chapa 2 - Evandro e Márcia - propõe fortalecer as relações com os municípios do estado de Mato Grosso, com vistas à interiorização da Universidade por meio dos cursos de graduação da EaD [Ensino a Distância], e ampliar processo de interiorização dos cursos de Pós-Graduação na UFMT em áreas do conhecimento ainda não ofertadas pela instituição.  


Nos Campi Araguaia e Sinop há discussão da comunidade sobre emancipação da UFMT, criando universidades independentes, qual a sua posição sobre o assunto? O Senhor é favorável?


Mantemos a nossa decisão de ser favorável a projetos que expressem a vontade da comunidade universitária dos nossos campi da UFMT.