Quatro chapas disputam as eleições para reitoria da UFMT; e realizam debates nos Campi da universidade.

Política


Claudio Nunes

Evellyn Oliveira



O segundo debate no Campus da UFMT Araguaia foi conduzido pelo estudante Wesley da Mata, membro da comissão da consulta informal para escolha da reitoria de 2024 -imagem Jhenniffer Muniz.



Na Universidade Federal de Mato Grosso teve início o período da corrida eleitoral para sucessão da atual reitoria, que encerra o seu mandato em março de 2024. Para o pleito, quatro chapas registraram candidaturas que disputam o cargo de reitor e vice, respectivamente. No Araguaia foi realizado na última quarta-feira (06) no auditório I do campus, na unidade II, o segundo debate entre os candidatos.

 

Em campanha, considerando a ordem do registro das candidaturas, a Chapa 1 tem como postulante Marluce Aparecida Souza e Silvano Macedo Galvão. A Chapa 2 é formada pelo atual reitor, que tenta a reeleição, Evandro Soares da Silva e Marcia Hueb. Chapa 3 tem como candidatos, Marcus Silva da Cruz e Lisiane Pereira de Jesus. e Chapa 4 traz Iramaia Jorge Cabral de Paulo e Alex Neves Junior.  


Durante a semana do debate, os candidatos permaneceram no Campus Araguaia, com visitas e reunião com os eleitores das duas unidades, da cidade de Barra do Garças e Pontal do Araguaia, dialogando sobre projetos e propostas administrativas, na corrida por apoios. Para esta semana o debate e visitas ocorreram com eleitores do campus da UFMT de Sinop, que fica no norte do estado.  


A escolha do futuro reitor é uma decisão pelo voto da comunidade acadêmica, formada pelas categorias de docentes, discentes e servidores técnicos. Para este ano, diferentemente da última eleição, realizada em 2020, o voto é paritário, obtendo o mesmo peso ao final para as três categorias. No último processo eleitoral para reitor da UFMT, o voto docente tinha o maior peso, de 70%, sendo que servidores técnicos e discentes ficariam com 15% cada.


O evento no Araguaia contou com intérpretes de LIBRAS do projeto DELA (Divulgação e Ensino de Libras no Araguaia) que garantiram no período do debate, com duração em torno de quatro horas, a acessibilidade para todos os presentes e as mais as pessoas que assistiram via internet, pelo canal do Youtube da ADUFMAT.


Propostas dos candidatos


Durante o debate para reitor no Campus Araguaia, a candidata Marluce Aparecida reivindica uma maior transparência das decisões da universidade. Imagem: Jhenniffer Muniz.



A professora Marluce Aparecida Souza e Silva que é vinculada ao Departamento de Serviço Social, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), na apresentação para os presentes no auditório do Campus Araguaia, ressaltou que é preciso a valorização do servidor público, com ampliação dos programas de pós-graduação para servidores técnicos administrativos, e atenção à saúde e qualidade de vida de docentes, discentes e servidores. 


Ela ainda avalia que quanto ao Araguaia é preciso melhorar a infraestrutura, porque “os estudantes devem ter acesso às cantinas do campus; e "precisamos também terminar todas as obras que não estão concluídas”.  


Durante o debate, Silva apresentou críticas à atual gestão de Evandro Soares e salientou que se for eleita e indicada pelo governo federal para a reitoria, na sua gestão não vai tolerar assédios por parte da administração para com os servidores de posições menores, dentro da hierarquia universitária. A candidata também disse que solucionará a falta de concursos para contratação de novos servidores técnicos no Araguaia, e prometeu ampliar as vagas para servidores públicos para a UFMT.



Evandro Soares disse que se for reeleito e indicado pelo governo federal continuará os trabalhos que iniciou, elencando para o auditório obras que realizou no período da sua gestão - imagem Jhenniffer Muniz.




O atual reitor, Evandro Soares da Silva, que é vinculado ao departamento de engenharia elétrica da universidade mato-grossense, destacou que para o Campus Araguaia é necessário a revitalização dos laboratórios, oferecendo serviços para a comunidade interna e externa, com investimento em mais tecnologia no campus. Ele prometeu realizar a compra de novos veículos para as aulas de campo.  


A criação de novos cursos para o Araguaia também é uma das propostas do candidato. Como afirma, “já estamos encaminhando a solicitação para criação de novos cursos na unidade, entre eles: medicina, zootecnia e medicina veterinária". 


Ao final, sobre as críticas recebidas pelos adversários na corrida ao cargo de reitor Silva acrescentou à reportagem que entende e avalia como naturais, pelo fato de ocupar a administração da UFMT, sinalizando ser estratégia política esperada durante a campanha. 


O atual reitor, para estas eleições, não manteve a parceria com a vice Rosaline Rocha Lunardi, professora do curso de enfermagem do Campus Araguaia, na busca pela reeleição. Ao seu lado na campanha a docente Marcia Hueb, do curso de medicina, do Campus de Cuiabá.



Marcus Cruz, ao lado da candidata à vice-reitoria, Lisiane Pereira de Jesus, destacou o seu comprometimento com a assistência estudantil, caso consiga ocupar o cargo de reitor da UFMT na próxima gestão - imagem Jhenniffer Muniz.



Concorrendo pela Chapa 3, Marcus Silva da Cruz, que é professor associado ao departamento de história da UFMT, Campus Cuiabá. No debate destacou que a UFMT é uma universidade de qualidade e respeito, e tem sua importância científica e social.


O candidato à reitoria fez críticas à atual gestão dizendo que é necessária uma melhor comunicação para com os servidores e estudantes, pilares essenciais da universidade.


Sobre o Campus Araguaia Silva destacou como proposta fortalecer o conceito de multicampi, com igualdade de condições e valorização de todos os quatro Campi da UFMT. Como destaca, “muitas estruturas como, a casa do estudante, auxílio transporte, fazenda experimental e a farmácia universitária, ainda não chegaram às unidades do interior”, descreve Cruz. 


A candidata Iramaia Jorge ao lado do vice, Alex Neves, enfatiza que antes de propor novas obras para os campi, é necessário o término daquelas que foram iniciadas, mas ainda sem conclusão - Imagem: Jhenniffer Muniz.



Por sua vez, a professora associada da UFMT e dos programas de pós-graduação em física ambiental e ensino de física, Iramaia Jorge Cabral de Paulo, da Chapa 4, avalia que “a reitoria deve deixar de executar a gestão da porta pra dentro das salas administrativas, é necessário mais diálogo com todos”. 


Sobre propostas para a UFMT Araguaia, a candidata se mostra pragmática ao destacar que não seria de bom senso propor novas edificações para o campus, sem antes indicar o término de obras inacabadas. Iramaia de Paulo prometeu ainda a criação de uma central de estágios para a instituição se for eleita e indicada pelo governo federal.