UFMT ajusta calendário acadêmico para resolver atraso de cerca de 5 meses e gera debate

Acadêmico


Evellyn Giovanna

 

A mudança no calendário acadêmico da Universidade Federal de Mato Grosso deste ano tem gerado debates entre os discentes, docentes e servidores técnicos.

 

Os semestres letivos sofreram alterações para adequação ao calendário civil. Desta forma, o início do semestre acadêmico 2023/1, para todos os Campi da UFMT, deve ocorrer no dia 29 de junho, com cerca de cinco meses de atraso do que seria o planejamento esperado para o período. A decisão da universidade resulta em redução do tempo de férias de alunos e professores.

 

A discussão é antiga e tem resquícios de paralisações e greves que ocorreram na universidade ao longo dos últimos anos, mais recentemente em razão do fechamento dos campi mediante a exigência de afastamento social motivado em razão da pandemia, com a disseminação da Convid-19. 


De acordo com o representante do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), instância responsável pela aprovação da mudança do calendário, Fernando Pedroni, entre as motivações para a medida estão: a evasão escolar, e o descompasso em relação ao calendário civil. “Há mais de uma década a UFMT não tem um ano inteiramente completo e organizado. O calendário ajustado ao civil é muito positivo para todos” declara.

 

Os docentes analisam que a alteração apresenta diversos pontos de vista, e que é necessário perceber aspectos positivos e negativos com o impacto das novas datas do calendário letivo. 


 

Calendário acadêmico apertado entre 2023 e 2024 gera debates na Universidade Federal de

Mato Grosso - imagem Cristiano Costa.  


O professor de Geografia do Campus CUA, Bruno Zucherato avalia que deve haver dificuldade de concentração dos estudantes nas disciplinas “nesses semestres com curto intervalo de descanso. O rendimento dos alunos diminui e fica mais difícil aprofundar alguns conteúdos de forma contínua.”

 

A mudança não deve prejudicar o semestre letivo que precisa chegar aos 100 dias, mas a alteração pode impactar principalmente os recessos de toda comunidade acadêmica. No final, como analisa os discentes ouvidos pela reportagem, após o período de adaptação, a universidade deverá normalizar as datas das férias, por muitos anos fora de época.

 

O professor do curso de Jornalismo da UFMT CUA, Gilson Costa, considera a importância de manter a instituição com um maior número de graduandos, com sensibilidade dos discentes quanto à alteração do calendário. “Isso afetará as férias, e a visita aos familiares, mas o processo de adequação deve trazer bons resultados e manter a instituição viva.” 

 

O estudante de Engenharia Civil do Campus Araguaia, Vinicius Souza diz que a mudança no calendário é inesperada e, por isso, deve alterar a vida dos universitários e dos professores, mas segundo ele positiva. “O novo calendário deve facilitar o aprendizado dos estudantes, e para os professores a forma de organização.” destaca o Souza.