Estudantes da UFMT/CUA reclamam da mobilidade no Campus e prefeitura destaca a falta de recursos

Acessibilidade

 

Filipe Damacena 

Falta de mobilidade na UFMT, Campus Araguaia, é o assunto que está em discussão entre a representação discente e a instituição. A avaliação dos graduandos diz respeito ao transporte das áreas internas da universidade, o qual feta toda a comunidade acadêmica, principalmente entre as pessoas com deficiência (PcD)

O estudante de graduação em direito, Adair Gonçalves Ribeiro Neto, reclama da dificuldade para usufruir completamente do transporte disponibilizado pela universidade, a começar pelo ponto de ônibus; próximo à portaria do Campus, que fica distante de muitos blocos das graduações e do Restaurante Universitário (RU).

Para Ribeiro Neto algumas soluções possíveis para tais dificuldades seriam a mudança do ponto de ônibus para próximo do RU, diminuindo assim o tempo gasto na locomoção.

Uma discussão que se arrasta na instituição é quanto à quantidade de estudantes que podem fazer uso do transporte universitário. As normas de trânsito, com base nos artigos 136, VI e 137 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), determina que nenhum estudante pode se manter em pé durante a viagem, porém, nem sempre há lugares disponíveis para todos nas poltrona. 

 

Campus UFMT Araguaia - Imagem Cristiano Sousa.

De acordo com Marina Matos de Souza Batista, Prefeita do Campus Universitário do Araguaia, o transporte com capacidade superior à informada pelo fabricante do veículo gera desgaste extra na parte mecânica, o que aumenta os custos com sua manutenção.

Os estudantes avaliam que seria necessário o acréscimo no número de veículos disponíveis pela universidade para atendimento dos discentes. Dois ônibus fazem o percurso entre as duas unidades do campus.

Batista, no entanto, destaca a falta de recurso para atender a reivindicação. Porque, segundo ela, os cortes no orçamento, bem como as obras a serem finalizadas na UFMT, em cumprimento ao Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado junto ao Ministério Público Federal (MPF), exige a conclusão de obras nos campi, o que limitam os gastos com o transporte no Campus Araguaia.

Em relação a mudança do ponto de ônibus Batista pede ao estudantes consenso na decisão, mas com cautela, observando a segurança dos discentes e do motorista ao estacionar. Os pontos de parada do transporte universitário não pode ser os mesmos dos ônibus municipais. A prefeita diz estar aberta para agendamento de reunião com comissão designada entre os alunos para avaliação das propostas da comunidade acadêmica.

Mobilidade no Campus

Guilherme Bispo, graduando em direito, que é PcD, reclama que "a Universidade fornece o básico da acessibilidade estrutural, como rampas de acesso e banheiros adaptados, mas somente dois blocos possuem elevadores." Acrescenta que, falta acesso para o planetário, assim como corrimões acompanhando as rampas para evitar acidentes.

Como informa a prefeita, em 2017 foi apresentado plano de acessibilidade apontando todos os locais que devem ser adequados, com uma lista de adequações, mas que está aguardando recurso financeiro.

Como destaca Batista, quanto ao acesso ao planetário, a Prefeitura e Pró-reitoria têm realizado conversas com a Reitoria, a fim de conseguir a instalação de elevador no Planetário e no bloco III de salas de aula. Nos blocos I e II há elevadores e em funcionamento.

A prefeita afirma que há falta de mão de obra, recursos e materiais para a instalação de corrimões auxiliares nas rampas de acesso aos blocos estudantis. 

Sobre o transporte Batista reforça que é preciso recursos públicos e avaliação dos fabricantes dos ônibus para a emissão de laudo técnico sobre a possibilidade de instalação de elevadores, considerando o modelo do veículo.