Aulas presenciais trouxeram esperança e desafios à comunidade acadêmica da UFMT/CUA

Aulas presenciais 

 

Claudio Nunes 

 

Depois de dois anos de atividades remotas, a UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) campus Universitário do Araguaia, retornou presencialmente em um cenário que exigiu esforço de toda comunidade acadêmica. Assim, o sentimento é de desafios e esperança na readaptação à rotina presencial nas aulas e laboratórios, depois do prolongado período convivendo com aulas a distância relacionado ao mesmo tempo os estudos e o cotidiano familiar. 

No sentido de compreender como avalia a comunidade acadêmica este período de transição, a Agência Focaia realizou entrevistas com segmentos da universidade, do Campus Araguaia, de modo a compreender a realidade entre o estar em casa com aulas e o momento do retorno e readaptação à rotina presencial no espaço universitário.

  

Comunidade acadêmica da UFMT Araguaia destaca desafios e sinaliza alívio com retorno das atividades presenciais. Imagem: arquivo Agência Focaia


 

A primeira conversa é com Marília Nonato Lima, discente do 2° semestre do curso de engenharia civil, campus Araguaia. Sobre a volta presencial ela diz que têm sido um tempo movimentado, de muitas oportunidades, uma experiência maravilhosa. 

Lima destaca a qualidade do ensino presencial, de ser superior as aulas oferecidas de forma remota. “Tive um semestre de experiência online e não se compara, o contato com a turma e com o professor facilita o aprendizado da matéria”, destaca. 

Will Campos, discente do 8° semestre de geografia, analisa que foi um ótimo retorno, quando pôde rever amigos e professores, apesar de ainda haver aulas de forma remota no período, portanto, com ensino híbrido.  

Diferente de Marília, Campos avalia a mudança das aulas remotas para presencial como uma transição difícil. Porque, como avalia, já estava se adaptando as aulas online e desta forma, espera que a pandemia não seja esquecida “para que usemos esse período como experiência, e possamos nos organizar e aprender. Também espero que estejamos [no próximo ano] em um governo melhor do que o atual”. 

Gisele Alves, discente do segundo semestre de biomedicina, declara que está sendo um ótimo período. A universidade proporcionou volta segura ao presencial, igualmente pôde conhecer os colegas e professores pessoalmente. 

Assim como Marília Lima, Alves ressalta a importância das aulas presenciais ao dizer que “a diferença é nítida, voltar as aulas presenciais foi extremamente necessário para um melhor ensino”. Como analisa, nas atividades presenciais é possível focar mais nas aulas que deixam de ser monótonas, se comparadas ao período remoto.  

Desafios docentes 

A professora de geografia da UFMT campus Araguaia, Lílian Souza, avalia também positivamente a volta presencial, apesar de entender que momento ainda seja complicado. A interação com os alunos em sala de aula devolveu o ânimo com a docência e, por isso, esperança em dias melhores. No entanto, ainda há o desafio do medo de contrair COVID-19. 

A docente afirma que a educação perdeu com o ensino remoto. “Em um país tão desigual como o nosso, no qual algumas pessoas não têm acesso às tecnologias digitais e nem seus direitos sociais básicos garantidos, muitos alunos e alunas ficaram excluídos do processo e acabaram abandonando os seus estudos por falta de recursos, de tempo ou de condições para estudar”. 

Paulo Fonseca, professor de biomedicina do campus Araguaia, analisa que as aulas remotas foram necessárias para atender um período de emergência sanitária. A UFMT ofereceu, segundo ele, o melhor que podia nas circunstâncias da pandemia, sendo o principal prejuízo na formação dos estudantes a falta de aulas práticas, que não puderam ser realizadas nos laboratórios neste período de afastamento social e aulas remotas, de maneira efetiva. 

Quanto à mudança na rotina dos estudantes, o docente avalia que a comunidade acadêmica desejava retornar presencialmente e explorar o potencial dos cursos ao máximo. “Com esse retorno, o número de projetos de pesquisa, iniciação científica e extensão universitária voltaram a crescer.” 

Com mesma posição dos colegas, quanto a necessidade de retorno às aulas presencias, o professor do curso de engenharia civil, da UFMT Araguaia, Danilo Konda, afirma que foi positivo. O desenvolvimento pessoal é algo que depende muito das experiências vividas em comunidade. Como resume, o convívio social é fundamental para se produzir um bom profissional. 

Konda argumenta que a universidade conseguiu superar quase todas as dificuldades, mas diz que “existe uma perda de qualidade no ensino remoto quando não há a capacitação dos professores e acredita que com o retorno, a instituição poderá recuperá-la."

Aulas práticas

Cristiano Costa, servidor técnico do curso de jornalismo responsável pelo trabalho acadêmico nos laboratórios da graduação, avalia como positivo o retorno das atividades presenciais também nas práticas. 

“Muitos estudantes não conheciam o Campus da UFMT/CUA e interagiam somente por computador. Percebi que no início havia receio e insegurança de algumas pessoas, mas aos poucos ganhamos confiança para retomar a rotina na universidade.”