Pesquisadores da UFMT do Campus Araguaia desenvolvem curativo natural, à base de própolis e babosa.

Ciência 

 

Marcelo Borges

Pesquisa do campus Araguaia da UFMT ganha destaque nacional após produzir curativo em membranas à base de borracha natural para o tratamento de lesões . A pesquisa iniciou em 2012 em trabalho de pós-graduação (mestrado) do ICET - UFMT, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat). 

Conforme a professora de Imunologia, Paula Cristina, orientadora do projeto, a pesquisa teve inicio no curso de Ciência de Materiais, desenvolvido pela  estudante Angélica de Jesus Silva que desenvolve uma membrana de borracha natural, com a manipulação de própolis de Bijuí, uma abelha sem ferrão nativa do Brasil. 

Paula diz que o projeto começou nas trocas  de conhecimento entre grupos de estudos em que participava, um que vinha de experiência com própolis, e também o trabalho da professora Nara Cristina de Souza, com experiência em experimentos com borracha natural. 

Desde o início da pesquisa, sete alunos participaram em alguma etapa, contando também com o apoio de colaboradores de outros laboratórios.


Pesquisadores da UFMT no campus Araguaia desenvolvem curativo a partir de própolis e babosa - Imagem Reginaldo dos Santos/EPTV.

 

Neste momento, a pesquisa está em desenvolvimento no programa de pós-doutorado coordenado pela professora Paula Cristina e implementado pela estudante Loyane Almeida Gama Sales, que atuou como colaboradora em projetos anteriores, durante seu doutoramento. A atividade tem a parceria com pesquisadora Luana Caroline Hochberger do mestrado do ICET - UFMT 

Conforme disse Paula, o processo de testes é bem lento e rigoroso, é necessário a liberação de diversos órgãos e conselhos, como o Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA) e do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA). Após a aprovação, o projeto segue para análise e liberação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos. A partir daí que poderá ser realizada a fase de testes na aplicação do curativo natural em humanos.

Desafios da pesquisa

“A pesquisa científica é uma área muito linda que requer amor e dedicação. Pois, é também uma área cheia de desafios". Conforme orienta, os estudantes não devem desanimar "diante dos desafios e da falta de dinheiro"

Acrescenta que é necessário sempre se aprimorar e principalmente manter “sempre a mente aberta para novas descobertas. Algumas grandes descobertas da ciência aconteceram de estudos que aparentemente deram errado”. Principalmente se apaixonar por aquilo que faz na pesquisa. O que “torna o trabalho mais prazeroso e te dá forças em tempos difíceis”