Aulas presenciais
Luiguy Kennedy
Voltar ou não as aulas presencias nos campi da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Esta é uma questão que está colocada na comunidade acadêmica da instituição. A suspensão das aulas presenciais ocorreu em 2020, deixando os campi vazios diante do afastamento social, com os brasileiros convivendo com período de oscilação dos casos de infecção da covid-19.
Neste momento, com a variante Ômicron, os casos de contaminação é alto em todo o estado de Mato Grosso, com aumento de demanda por leitos em hospitais.
Diante do quadro provocado pela pandemia, a UFMT reviu o planejamento de retorno das atividades presenciais para atendimento ao público, que teve início em novembro. No dia 20 de janeiro a universidade publicou portaria que prorrogou a suspensão das atividades presenciais nos campi com término na última sexta-feira (4). No entanto, a instituição decidiu manter a prorrogação até a próxima segunda-feira (14).
Em virtude da sinalização da universidade mato-grossense de realizar o retorno das aulas presenciais em abril, num cenário de agravamento da pandemia, os estudantes decidiram por mobilizações, em busca de respostas para a medida que divide opiniões na comunidade acadêmica.
Mobilização organizada pelos estudantes do Campus Araguaia reúne o apoio de diversos órgãos estudantis. Em discussão a volta às aulas na modalidade presencial ou híbrida. Imagem – Cristiano Costa. |
Neste sentido, os discentes elaboraram questionário, com pesquisa referente a vacinação contra COVID-19 e sobre o provável retorno das aulas presenciais e híbridas na universidade.
Em reunião realizada com os representantes dos colegiados,
congregações, diretórios e atléticas, os alunos deram início à mobilização nas
redes sociais, para debate do assunto nos campi da universidade. Entre os
pontos de discussão está a preparação dos espaços físicos e a disponibilização
de materiais de proteção, como álcool em gel e máscaras, e a garantia de serem
respeitados os protocolos sanitários.
A mobilização ocorrerá presencialmente. Em Cuiabá, será no
próximo sábado (12), às 15 horas, na praça do Restaurante Universitário.
No
Campus Universitário do Araguaia (CUA/UFMT), a mobilização ocorre também no
sábado (12), às 15 horas, em frente a Unidade II da UFMT, na cidade de Barra do
Garças.
Movimento
estudantil tem apoio das atléticas e União Estadual de Estudantes (UEE-MT). Na
segunda-feira (7) os discentes do campus realizaram live na rede social, com representantes estudantis da Universidade
Estadual do Mato Grosso (UNEMAT), Instituto Federal do Mato Grosso (IFMT),
Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e de faculdades particulares do
estado, para discutir o retorno das aulas presenciais.
Wesley da Mata, representante dos discente no Conselho de
Pesquisa e Extensão (CONSEPE), em entrevista à Agência Focaia, afirma que “existe uma grande parcela dos
estudantes que são favoráveis ao retorno das aulas presenciais nos campi da
universidade.”
Focaia: Nas redes sociais há discussão a respeito
do retorno das aulas presenciais e sinalização de mobilização. Os estudantes
são contrários a volta às aulas nos campi?
Wesley da Mata: Não
necessariamente, nós temos uma grande parcela dos estudantes da UFMT de todos
os campi que são a favor do retorno das aulas presenciais. Temos também uma
parcela dos estudantes que são a favor das aulas online. Então, nesse momento
na UFMT, inclusive a maioria dos estudantes debatem sobre o retorno presencial
das atividades, que pode perpassar também pelo formato híbrido.
Quanto à mobilização o que deverá ser
discutido?
Na
mobilização vamos discutir sobre a estrutura física da UFMT, assistência
estudantil, os pontos que a universidade precisa se preparar para o retorno dos
estudantes.
Apesar do aumento do Covid no Estado há
preocupação quanto as aulas remotas, em tempo tão prolongado?
Nós já
vamos para dois anos de aulas remotas, é muito preocupante, principalmente a
evasão da universidade, o impacto pedagógico envolvendo isso, e verificamos que
a universidade é cumprida por um tripé: ensino, pesquisa e extensão; e a
extensão tem sido bastante prejudicada com toda essa suspenção das atividades,
infelizmente.
Além disso, houve a divulgação nos grupos
de estudantes de um formulário de levantamento de dados a respeito da
vacinação, modelo de aulas, e a segurança quanto ao retorno. Quais os dados
levantados?
Sobre
o formulário, os dados ainda estão sendo levantados, até o dia 10. Nós
perguntamos em linhas gerais: se a pessoa se vacinou? Se sim, quantas doses?
Qual foi o tipo de vacina? Se a pessoa é da assistência estudantil? Se faz uso
do restaurante universitário? Qual o formato de aulas que prefere? E algumas
perguntas pessoais.
A manutenção dos campi vazios não poderia
aumentar pressão do governo sobre a instituição ou mesmo desgastes da
universidade pública, com redução de verbas?
Isso
pode ser um grande artificio de pessoas que atacam a universidade pública. Pois,
para eles a universidade fechada é sinônimo de que não esteja tendo aula, mas
está tendo aula de forma online, apesar de que muitos alunos preferem aulas
presenciais, está tendo aula no formato online.
Neste tempo de afastamento dos estudantes
das atividades presenciais não resultou em desmobilização da comunidade acadêmica?
Sim,
principalmente o movimento estudantil, se encontra desmobilizado, com a
mobilização que vamos fazer no sábado (12) nós visamos retornar à mobilização
do movimento estudantil.
Haverá presença de representantes da
reitoria?
Nós
convidamos representantes do PROEG (Pró-reitoria de Ensino de Graduação), a
PRAE (Pró-reitoria de Assistência Estudantil) para estarem presentes na mobilização no
campus Cuiabá.
As lideranças estudantes têm conhecimento
do planejamento de retorno das atividades presenciais nas universidades
públicas no Brasil?
Sim,
nós temos conhecimento e estamos acompanhando todas as universidades e as
principais que estão nesse processo de retorno.