UniCathedral se posiciona após movimento estudantil para igualdade na aplicação de provas bimestrais

Mobilização

 

Fernanda Moraes

Movimento estudantil realizado no pátio do Centro Universitário UniCathedral, instituição particular de Barra do Garças, chamou a atenção da comunidade acadêmica. Os alunos protestaram no dia 18 de novembro, durante o intervalo das aulas noturnas, reivindicando que as provas bimestrais fossem aplicadas de forma igualitária para todos, seguindo o modelo do formato online, mesmo nas atividades presenciais.

A mobilização teve início na porta da instituição, mas depois passou a ocupar o pátio da faculdade. De acordo com a comissão organizadora, cerca de 300 alunos que realizam atividades acadêmica no sistema presencial participaram do ato.

Após tratativas em reunião realizada entre a direção da Unicathedral e estudantes mobilizados, o reitor Sandro Luís Costa Saggin, explicou em entrevista concedida à Agência Focaia, que a situação já foi solucionada.

Questionado pelo rumo que o movimento havia seguido, o reitor afirmou que a diretoria e a coordenação decidiram atender à reivindicação dos alunos, mantendo as provas presencias, nas condições da avaliação online para o fechamento do semestre para quem estava frequentando o Centro Universitário. No caso daqueles que, responderam ao questionário no início do bimestre, dizendo que gostaria de continuar as aulas a distância, vão realizar avaliações remotas.

 

Centro Universitário – UniCathedral, localizado em Barra do Garças, onde aconteceu o movimento 

estudantil - Imagem reprodução site UniCathedral

 

Conforme Saggin pontuou, os alunos das provas presenciais poderão consultar livros ou internet, mas não devem conversar entre eles. “Chegamos em um consenso de todos, que iremos fazer a prova presencial, no papel, mas com direito a consulta, então o aluno que quiser consultar livros, internet, pode consultar, sob supervisão. Ele não pode é falar com o colega”, afirmou.

De acordo com reitor, a didática e o material disponibilizado para as aulas online são diferentes do presencial. “Eles estão com aulas gravadas, conteúdos escritos, não existe a dinâmica da aula ao vivo. Então é uma metodologia diferente, por isso, a prova também tem que ser diferente”, justificou.

Saggin afirmou ainda que o movimento aproximou os acadêmicos da gestão administrativa do Centro Universitário. Segundo ele, “após a discussão, passamos a interagir melhor com os alunos, porque depois foram aumentando as reivindicações, de serem ouvidos e de serem atendidos.  Até eram [atendidos], mas precisávamos ampliar isso”, ressaltou.

Como resultado da mobilização, a reitoria decidiu aumentar o número de representantes de classe, ao invés de ser uma, passou a ser três pessoas por turma. “A comunicação estava quebrada, se nós falássemos para um aluno e ele não repassasse [a informação], os outros não ficavam sabendo [do assunto]”, pontuou.

O reitor avalia que a falta de comunicação é em decorrência o tempo conturbado causado pela pandemia e promete abrir canais de comunicação com os estudantes, criando ouvidoria e espaço para reclamações.

 

A visão dos estudantes

O aluno Gabriel Teodoro do 10º semestre do curso de Direito, disse à Agência Focaia que a Pró-reitoria reuniu alguns estudantes no auditório da instituição para dialogar. Na ocasião, segundo ele, foram questionados pela instituição sobre as reivindicações.

“Expomos nossos pontos de vista, que a faculdade deveria nos ouvir mais, levar em consideração nossos anseios e tudo mais, e também expomos nossos pontos de vista referentes àquilo que vinha nos chateando durante muito tempo”, esclareceu o acadêmico.

Conforme explicou Teodoro, a faculdade teria afirmado que tentaria mudar a atual postura, além de procurar adotar um canal de comunicação, melhor, com os alunos”.

A principal reivindicação do movimento é a facilidade de os alunos em aulas remotas realizarem a prova online. “Os alunos presenciais não iriam ter a facilidade, que os alunos remotos teriam,” destacou. Na análise do estudante, a prova aplicada deveria ser a mesma, pelo fato de todos estarem aprendendo o mesmo conteúdo.

 “A faculdade pelo menos tentou nos escutar, conversou com todas as turmas, conversou com os alunos e agora é aguardar, o que irá acontecer”, destacou.

O movimento estudantil resultou em reconhecer a necessidade da ampliação da representação estudantil. Conforme o acadêmico surgiu o intuito de criar espaço de debate entre os estudantes. “Levamos a pauta e a pró reitoria se dispôs a apresentar a documentação para a criação de um grêmio ou conselho estudantil”, observou.