Falta de informação e pouca procura por atendimento médico agravam o quadro da saúde masculina na região do Araguaia
A falta de informação no Brasil
tem gerado consequência preocupante para a população masculina quanto ao
quadro de saúde da categoria. Uma situação que merece atenção no país, mas se mostra de
difícil solução na região do Araguaia. Na tentativa de minimizar o problema, o
professor da Universidade Federal de Mato Grosso, da área de saúde, Elias Rocha,
coordena grupo de trabalho que vem se dedicando na geração de informações à comunidade regional.
No mês passado, durante
a campanha do “Novembro Azul,” o trabalho foi realizado com os caminhoneiros
com DST / AIDS.
Iniciado em 2012 o projeto Pró-homem permanece com sua proposta de realização de campanhas de prevenção às doenças masculina, com informações necessárias aos casos mais comuns que não recebem atenção necessária da população masculina. Neste sentido, o principal objetivo do projeto é levar a conscientização aos homens sobre o perigo das doenças que levam a consequências graves.
O projeto é totalmente voluntário,
sem nenhum tipo de custo para os atendidos, o professor diz que o grupo realiza
palestras e atividades com os trabalhadores nas empresas, postos
de combustíveis, no atendimento aos caminhoneiros na busca de conscientização. O projeto atende Barra do Garças (MT) e outras cidades da região.
Segundo o professor,
muitos dos homens não tem o cuidado básico com o seu aparelho genitor, acabam
não tendo a noção de que essa má higiene pode causar. No período da pandemia,
apesar das dificuldades causadas pelo distanciamento social, o grupo de
trabalho conseguiu se adaptar e realizar atividades on-line, usando
dispositivos digitais, tratando sobre vários temas de interesse da população
masculina.
“Há muitos municípios
no Brasil que não conseguem fazer o atendimento básico aos homens. No SUS temos
esse atendimento previsto, mas no dia a dia isso não acontece da forma que
deveria”.
Como consequência, ainda que haja trabalhos de atendimento às pessoas, conforme avalia Rocha, é preciso realizar campanha para divulgar atendimentos disponibilizados durante todos os anos nos postos de saúde. As campanhas de prevenção das doenças e tratamento não permitem esclarecimentos importantes às comunidades.
Procura por atendimento em
último caso
Diante da falta de
atendimento público, no país se forma a cultura de não procurar recursos para
tratamento da saúde, com uma população que se mantém sem assistência médica,
aumentando problemas que poderiam ser resolvidos se a doença fosse diagnosticada no seu início.
O professor ressalta que “os homens geralmente não praticam exames preventivos, eles só
procuram o médico quando já estão sentido algum tipo de dor nos seus órgãos
genitores”.
O destaque que se dá
para informações sobre saúde masculina no país resulta em atenção ao tratamento do
câncer de próstata, enquanto deveria abordar temas como: autoexame dos
testículos, do pênis e da mama, desconstrução do machismo dentre outros temas.
O projeto desenvolvido pelo professor Elias Rocha tem a participação de pessoas voluntárias, em sua maioria formada por estudantes da UFMT.