Falta de informação e pouca procura por atendimento médico agravam o quadro da saúde masculina na região do Araguaia

Saúde

 

Marcelo Borges

A falta de informação no Brasil tem gerado consequência preocupante para a população masculina quanto ao quadro de saúde da categoria. Uma situação que merece atenção no país, mas se mostra de difícil solução na região do Araguaia. Na tentativa de minimizar o problema, o professor da Universidade Federal de Mato Grosso, da área de saúde, Elias Rocha, coordena grupo de trabalho que vem se dedicando na geração de informações à comunidade regional.

No mês passado, durante a campanha do “Novembro Azul,” o trabalho foi realizado com os caminhoneiros com DST / AIDS.

Iniciado em 2012 o projeto Pró-homem permanece com sua proposta de realização de campanhas de prevenção às doenças masculina, com informações necessárias aos casos mais comuns que não recebem atenção necessária da população masculina. Neste sentido, o principal objetivo do projeto é levar a conscientização aos homens sobre o perigo das doenças que levam a consequências graves. 

O projeto é totalmente voluntário, sem nenhum tipo de custo para os atendidos, o professor diz que o grupo realiza palestras e atividades com os trabalhadores nas empresas, postos de combustíveis, no atendimento aos caminhoneiros na busca de conscientização. O projeto atende Barra do Garças (MT) e outras cidades da região.

 

Palestra realizada pelo Prof. Elias Rocha (em pé ao centro), no município de Água Boa (MT), cujas ações visam a conscientização das comunidades sobre as doenças que afetam a população masculina - Imagem: reprodução.

 

Segundo o professor, muitos dos homens não tem o cuidado básico com o seu aparelho genitor, acabam não tendo a noção de que essa má higiene pode causar. No período da pandemia, apesar das dificuldades causadas pelo distanciamento social, o grupo de trabalho conseguiu se adaptar e realizar atividades on-line, usando dispositivos digitais, tratando sobre vários temas de interesse da população masculina.

“Há muitos municípios no Brasil que não conseguem fazer o atendimento básico aos homens. No SUS temos esse atendimento previsto, mas no dia a dia isso não acontece da forma que deveria”.

Como consequência, ainda que haja trabalhos de atendimento às pessoas, conforme avalia Rocha, é preciso realizar campanha para divulgar atendimentos disponibilizados durante todos os anos nos postos de saúde. As campanhas de prevenção das doenças e tratamento não permitem esclarecimentos importantes às comunidades. 

 

Procura por atendimento em último caso

Diante da falta de atendimento público, no país se forma a cultura de não procurar recursos para tratamento da saúde, com uma população que se mantém sem assistência médica, aumentando problemas que poderiam ser resolvidos se a doença fosse diagnosticada no seu início.

O professor ressalta que “os homens geralmente não praticam exames preventivos, eles só procuram o médico quando já estão sentido algum tipo de dor nos seus órgãos genitores”. 

O destaque que se dá para informações sobre saúde masculina no país resulta em atenção ao tratamento do câncer de próstata, enquanto deveria abordar temas como: autoexame dos testículos, do pênis e da mama, desconstrução do machismo dentre outros temas.

O projeto desenvolvido pelo professor Elias Rocha tem a participação de pessoas voluntárias, em sua maioria formada por estudantes da UFMT.