Protestos contra o governo se intensificam; professora da UFMT/CUA diz que mobilizações podem resultar em impacto na política
Mobilização
Redação
Fernanda Moraes
As mobilizações contra o governo federal devem intensificar pelo país, após denúncias de corrupção envolvendo a compra de vacinas pelo ministério da saúde, com amplo destaque na mídia nacional durante a semana e investigações realizadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), em funcionamento no Congresso Nacional. Conforme o jornal Folha de São Paulo, neste sábado (3) novamente organizações sociais voltam para as ruas.
De acordo com o jornal paulista, "a campanha divulgou nesta quarta um balanço de 177 atos convocados em 165 cidades do Brasil e exterior." Segundo a Folha, membros organizadores de mobilização Nacional "esperam maior adesão do público" no protesto de amanhã.
| Em ato realizado no mês de junho em praia tradicional de Barra do Garças, grupos prestam homenagear às vítimas da Covid-19, no dia da mobilização nacional – imagem Genito Santos |
Na cidade de Barra do Garças também ocorreram protestos, conforme destaque da mídia local. De acordo com o jornal Semana7, entre maio e junho foram realizados dois atos, dia 29 de maio e 19 junho.
Entre as bandeiras do
movimento estão a falta de medidas do governo para redução da pandemia,
sinalização do chefe do executivo contra o uso de máscaras e incentivo ao uso de
medicamentos comprovadamente ineficazes para tratamento da doença, no instante em
que o país atinge mais de 500 mil mortes pela Covid-19.
Efeitos na política
A professora do
curso de jornalismo da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) Vanessa
Brasil de Carvalho, acredita que as últimas manifestações mostram a
insatisfação de uma parte da população brasileira com a condução da presidência.
“As aglomerações em tempos pandêmicos devem ser evitadas, porém, se as pessoas
estão na rua mesmo sabendo do perigo, é porque a situação já chegou a um nível
muito grave”, diz.
Com o quadro de mobilizações populares
no país, neste momento, poderia levar a modificações na forma de o governo conduzir
a política social, principalmente considerando a aproximação das eleições
presidenciais, a serem realizadas no próximo ano? Carvalho acredita que o impacto
pode ser efetivo na política, pode sim ter algum efeito prático, “embora seja
difícil quantificar. A pressão popular sempre tem importância”, afirma a
professora.
O professor da UFMT e
ex-vereador de Barra do Garças pelo Partido dos Trabalhadores, Odorico Cardoso,
diferentemente de Vanessa Carvalho não acredita que as mobilizações consigam
sensibilizar o governo, porém deixando os governistas “mais
acuados”.
Na avaliação de Cardoso, com dos protestos que se intensificam no Brasil contra o governo, haverá disputas
pela frente, pois, “infelizmente ainda têm quase 30% da população que bate
palmas e que agem de maneira completamente inadmissível”, critica.
