Com redução de verbas pelo governo para as universidades, Pró-reitoria UFMT/CUA faz contas para manter funcionamento do Campus
Economia
Reportagem
Luara
Romão
A
Universidade Federal de Mato Grosso está entre as instituições públicas do
ensino superior brasileiro com maior volume de corte de recursos pelo governo
federal para o ano de 2021, na ordem de 90% se comparado à 2013, quando a
instituição somou R$ 42 mi de investimento de capital, resultando em apenas R$ 4,2 mi para este ano.
Conforme
informação do site G1 a UFMT teve um corte de R$ 13 milhões no orçamento para este ano. A redução dos gastos na universidade mato-grossense leva a dúvida também sobre as despesas, como
auxílio discente, bolsas de pesquisa e extensão e realização de projetos
acadêmicos nos quatro campi da universidade, atividade indispensável para as
instituições de ensino públicas.
Quanto ao campus Araguaia a Pró-reitoria se mostra atenta, com otimismo para a manutenção do funcionamento das atividades essenciais, mas fazendo contas.
Para o ano de 2020, o orçamento
disponibilizado para o Campus Araguaia da Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT/CUA) foi de R$ 5.782.548,27 para custeio. Para
o exercício 2021 a previsão, portanto, com verbas a serem confirmadas, é de R$5.888.536,00, de acordo com Decreto de Programação Orçamentária nº 10.699 de 14/05/2021, mas sem considerar itens como
energia elétrica e contratos de Serviços de Tecnologia da Informação, vinculados à UFMT.
Conforme o Pró-reitor,
Rodrigo Ferreira de Azevedo, “Este recurso é no tocante a custeio, para
pagamentos das despesas [que envolvem contratos, materiais de consumo, diárias,
passagens, bolsas e benefícios aos estudantes], não sendo o recurso de Capital, no
que se diz novos investimentos e aquisições. Devido a contingenciamento
saberemos o real valor do campus de acordo com os desbloqueios do Ministério da
Economia junto ao [Ministério da Educação] MEC”.
Divisão dos recursos
A distribuição das verbas entre os campi da UFMT passa por diversas avaliações, através de matrizes de distribuição com aspectos como, alunos, cursos, servidores, áreas, consumos e conforme encaminhados pelo MEC, “atualmente nosso orçamento não é totalmente independente, estamos em estudos e implementações para a maior autonomia da gestão e distribuição dos recursos no âmbito do Campus Araguaia”, acrescenta o pró-reitor.
Com relação a divisão
orçamentária da Universidade há o custeio diante de contratos obrigatórios para
que haja funcionamento das unidades universitárias, de Barras do Garças e
Pontal do Araguaia, bem como as despesas necessárias para as execuções como
energia, água, locomoção.
Com os cortes de "36% das verbas de custeio determinados pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido) para as universidades federais", conforme publicado no site folha de São Paulo, estabelecidos pelo LOA [Lei do Orçamento Anual] 2021 e aprovado pelo congresso nacional, a preocupação da UFMT
é que seja necessária redução significativa na disponibilidade de bolsas e auxílios
discentes em um momento delicado, com atividades suspensas e aperto de recursos
para as universidades brasileira.
Como há sinalização do Ministério
da Educação de reduções orçamentárias para as universidades, Azevedo adianta
que, “dos campi do interior, o campus Araguaia é um dos que possuem uma das
maiores folhas e expressivo atendimento em porcentagem dos estudantes”.
O pró-reitor, no entanto,
reconhece que há a necessidade de ampliar os índices de atendimento aos
discentes, mas diante do quadro de aperto financeiro conseguiu conter, pelo
menos, a redução do auxílio aos alunos assistidos neste momento.
Impacto
A redução de recursos anunciada
pelo governo para as Universidades brasileira deverá ter impacto no campus
Araguaia, principalmente nos investimentos, impedindo novas obras, aquisições
de novos equipamentos permanentes, assim como itens que são incorporados ao
patrimônio da UFMT.
Na previsão da Pró-reitoria para
o ano de 2021 o funcionamento do Campus não sofrerá alterações, com manutenção
dos investimentos em economia de energia com placas fotovoltaicas, de veículos, diárias dos motoristas, mas será necessário diminuição de consumo
de combustível e contingenciamento de contratos.
“Assim a redução de custeio pelo
Governo Federal no orçamento da IFES, no tocante ao CUA, não permitirá o risco
de paralização ou não atendimento aos compromissos firmado. Porém, no tocante a
novas obras, por exemplo, foi decidido na Comissão de Orçamento Consepe/Consuni
2020, há não destinação de recursos para o ano 2021 para novas obras, sendo
prioridade finalizar as existentes”, complementa o Pró-reitor.
Em relação aos impactos da
redução de recursos para pesquisa e extensão, que vem ocorrendo nos últimos
anos, Azevedo explica que “O orçamento 2021 é aprovado de acordo com a LOA 2021, encaminhada para o Congresso, portanto já
temos essa deliberação. Sendo, sim, realizada reduções em um âmbito geral no
nosso custeio. [No entanto] a UFMT procurou amenizar ao máximo os impactos juntos aos
estudantes.”