UFMT sem aulas presenciais por mais de um ano; calendário em ajustes para aulas remotas exige atenção dos estudantes

Aulas remotas

 

Redação 

Luara Romão


A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), ao longo dos últimos anos enfrenta o desafio de regularização de seu calendário acadêmico, em decorrência de realização de greves docentes e mobilizações de estudantes na defesa de melhoria nos serviços prestados. A última paralisação dos discentes ocorreu em virtude de proposta para aumento nos valores da alimentação no Restaurante Universitário, resultando em disputa com a reitoria com mudanças nas decisões apresentadas pela instituição, sinalizando dificuldades financeiras. 

Agora, com o isolamento social, durante a pandemia, a situação se agravou ainda mais com meses sem atividades presencias letivas nos campi, com reflexo no calendário e em razão das políticas educacionais brasileiras.

O primeiro semestre letivo de 2020 ficou comprometido, com a paralisação em definitivo das atividades, ainda que as aulas na universidade mato-grossense, referente ao segundo semestre letivo de 2019, terminassem no dia 13 de março ainda presenciais, dois meses depois do período de férias, que ocorre tradicionalmente em janeiro. 

 

Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário do Araguaia, sem aulas presenciais por mais de um ano em meio à pandemia que não dá sinais de redução de contágios – Imagem: Arquivo Focaia.


O retorno das aulas, então, flexibilizadas, depois de muito debate na comunidade acadêmica, somente se deu cinco meses depois, no dia 10 de agosto, com término no dia 16 de dezembro. As atividades acadêmicas referentes ao primeiro semestre letivo de 2020 mantiveram-se, com início do seu segundo bloco, no dia 8 de fevereiro de 2021 se estendendo até o próximo sábado (22), com aulas somente remotas, e com uso da Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).

Os estudantes da UFMT ainda seguem na busca de encerrar o período letivo, referente ao ano de 2020, no seu segundo semestre, com atividades acadêmicas a serem iniciadas na graduação no dia 14 do próximo mês, com término no dia 1º de outubro, como aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), na Resolução 84, aprovada em 11 de dezembro do ano passado.

O período de aula é comum a todos os quatro campi da universidade, que, ao longo deste tempo, enfrentam desafios para colocar professores e estudantes em sala de aula, diante da instabilidade do sistema remoto e falta de estrutura, em razão de demanda inesperada, com aulas simultâneas, sobrecarregando sistema digital da universidade e rede de internet nas cidades em que estão localizados os campi. Situação, em regra, que atinge todas as universidades públicas brasileiras, em maior ou menor proporção, de acordo com a sua condição estrutural e atualização tecnológica.

Os semestres letivos, que exigem 100 dias de aulas para as atividades acadêmicas, sofreram modificações para a regularização de 2020. Serão contabilizados para os dois períodos em média 83 dias, com vistas à redução de prazos, objetivando, assim, ganhar tempo, fazendo caber mais de dois semestres letivos em um ano de atividades, na busca de atualização do calendário acadêmico, que se mostra um sonho de verão para a universidade mato-grossense.

A situação ficou dramática porque há novas turmas para ingressar nos cursos com calendário atrasado, em praticamente um ano.

Considerando todos os arranjos necessários para manter as aulas em funcionamento, ainda que remotamente, em tempo de instabilidade da saúde do país, com forte impacto na universidade, os estudantes precisam ficar atentos quanto ao calendário acadêmico, observando alterações que foram necessárias para Resoluções aprovadas e em vigor, porém, na excepcionalidade de aulas flexibilizadas, ministradas a distância. 

Em 2020, o Consepe se reuniu muitas vezes para aprovar as Resoluções 32/2020, aprovada no começo do ano, e 87/2020, no final do segundo semestre. O Conselho, que, pressionado pela paralisação das atividades acadêmicas, vem se desdobrando para promover modificações durante o processo de aulas, com discussões e adequações, na busca de entendimentos para situações especiais, sobretudo referentes às matrículas, cancelamentos e trancamento de curso no período.

Datas importantes do calendário letivo

De 07 a 09 de junho ocorre o período de matrícula on-line para o segundo semestre letivo de 2020, dos veteranos dos cursos de graduação. Em sequência, do dia 14 de junho, será o início das aulas remotas, quando também ocorre o período para ajuste online de matrícula pelo aluno, que encerra-se no dia 15, para acréscimo ou cancelamento de disciplinas no sistema de créditos, seguindo diretrizes da Resolução Consepe 84/2020.

De 21 e 25 de junho, portanto, se efetiva a semana de requerimento de ajuste de matrícula pelo aluno para análise e homologação do coordenador dos cursos de graduação. Três meses depois virá o período de férias docente, que ocorrerá entre os dia 14 e 28 de setembro.  A finalização do semestre letivo, referente ao segundo semestre de 2020, será então no dia 01 de outubro, com atividades pedagógicas que devem caber em 81 dias letivo,  com período semestral ainda menor que o anterior.

Após encerramento do semestre letivo haverá recesso acadêmico, realizado entre 11 e 23 de outubro, de dez dias úteis, objetivando lançamento de notas pelos docentes e atualização do sistema para informações de avaliação referentes às aprovações, reprovações e desistência. Tempo também para os docentes realizarem planejamento das aulas remotas ou presenciais para o semestre seguinte. 

No dia 25 de outubro, conforme calendário acadêmico da UFMT, inicia-se o primeiro semestre letivo de 2021.

Trancamento de disciplinas

De acordo com a resolução CONSEPE 116/2021, a data final para a solicitação de cancelamento de componente curricular pelos discentes, referente ao semestre letivo 2020/1, via protocolo virtual, encerrou-se 16 de abril de 2021. Entretanto, em alguns casos os colegiados de cursos analisaram justificativas documentadas dos estudantes para trancamento de disciplinas, enviadas o via SEI (Sistema Eletrônico de Informações) após o período, amparados pela Resolução 87/2020.