Nesta sexta estudantes de Jornalismo UFMT/CUA concorrem com produções acadêmicas no ‘Intercom Regiões’
Evento
Agência Focaia
Redação
Júlia Viana
Em meio a pandemia de covid-19, eventos acadêmicos decidiram manter as atividades de maneira remota, como é o caso de um dos Congressos mais importantes da comunicação no Brasil, o Intercom, que é divido em duas edições regional e nacional. Marcada para ocorrer em Dourados (MS), o Intercom Centro-Oeste, será realizado no mês de outubro, apenas na modalidade Expocom, com participação do curso de jornalismo da UFMT/CUA, que estará concorrendo com trabalhos.
Hoje na etapa Centro-oeste será a abertura, às 19h30, com participação Leonardo Sakamoto (UOL/Repórter Brasil) e Christina Carvalho Pinto (Hollun). Amanhã será realizada festa premiação ganhadores dos trabalhos acadêmicos aprovados por avaliadores.
O professor de Jornalismo da
UFMT/CUA, Gilson Costa, conta que orientou quatro trabalhos aprovados no evento
e está na expectativa de que mereça reconhecimento, pois foram fruto de muito
trabalho e pesquisa por parte dos estudantes.
Mulheres
Os trabalhos foram o ensaio
fotográfico “Elas por Elas” que foi resultado do das atividades da disciplina
de fotojornalismo, ministrada ano passado, que discute o corpo feminino, os
parâmetros majoritários, mostrar que o conceito de beleza e estética corporal
pode, partir de um outro lugar, e quebrar estereótipos que a sociedade machista
patriarcal desenvolveu ao longo de séculos.
De acordo com o professor, as
estudantes fizeram um ensaio fotográfico mostrando seu corpo, capturando um
outro padrão de corpo, mostrando que esse padrão é belo, potente, tem
significado. O corpo como forma de empoderamento da mulher.
O outro trabalho que concorre no
evento é o documentário “Território nosso corpo nosso espírito”, de Clea Torres
e João Fernandes, como resultado de atividade de final de curso. Nele os
estudantes mostram a luta das mulheres indígenas da etnia xavante, tanto
daquelas mulheres que vivem nas aldeias quanto as mulheres que participam de
movimentos nacionais e internacionais. “Um documentário muito bonito que está
ganhando vários prêmios em festivais,” afirma Costa.
Cultura e terceira idade
Reportagem fotográfica é o
terceiro trabalho com o tema: “Um olhar Sobre as Congadas - de Niquelândia”, da
estudante Khristy Serpa realizado como conclusão da graduação, que está em
andamento. A reportagem fotográfica destaca a congada (dança do congo)
descendente das comunidades afro-brasileiras, localizada na cidade de
Niquelândia, no interior do estado de Goiás. “Um trabalho feito com bastante
dedicação, é a cidade que ela [estudante] nasceu, com muita curiosidade e
respeito,” diz o professor.
“O Paralelo 15” também concorre
orientado pelo professor no formato de um programa de telejornalismo voltado
para internet realizado durante realização de disciplina no ano passado.
“É um trabalho que envolveu toda
a classe, é o diferencial desse trabalho, cada um fez a sua parte, fez sua
respectiva reportagem na rua, foi pra campo, editou, foi um trabalho completo,
o processo de pensar reportagem, sair pra desenvolver a pauta, produzir,
voltar, editar, finalizar e montar a versão final do programa,” finaliza o
docente.
“Idoso, família e instituição:
olhares e perspectivas de vida no Lar da Providência,” orientado pelo professor
de Jornalismo UFMT/CUA, Jorge Arlan, estarão entre os mais avaliados nesta sexta.
As autoras são as recém-formadas Kelly Souza Freitas e Lucineide Alves Dos Santos.
De acordo com o professor, foi um
trabalho que envolveu muita pesquisa, as estudantes acompanharam o lar da
providência em várias visitas e tomaram contato com aquela realidade. É um
trabalho que tem bastante pesquisa, estudo, busca e observação.
Além disso, coloca em discussão a
temática fundamental para os tempos de hoje que é como a sociedade encara os
seus idosos, as famílias, e as próprias instituições.
“Como os idosos acabam sendo
tratados e suas perspectivas ao final da vida, quando temos uma cultural social
que não compreende muito bem essa sua relação com as pessoas que já não tem
tanta saúde, um estado físico bom, e que a cultura atual é muito do descarte,
como se as pessoas pudessem ser máquinas, se estão bem podem ser úteis, se não estão
em perfeitas condições passam a ser vistas como prejuízo,” conta Arlan.
Até esta sexta-feira (2), a
comissão avaliadora definirá os 5 melhores trabalhos da região, para concorrer
na categoria nacional.
Fé e misticismo
O egresso de jornalismo Araguaia, Victor Farias, conseguiu aprovar para
o expocom o seu livro reportagem, que foi orientado pelo professor Gesner
Duarte de Pádua. Como atividade de conclusão de curso, aborda o tema da fé no
tratamento de pessoas com câncer, a relação que elas têm com com a fé durante
esse período, apegadas à espiritualidade, observando a consequência para a sua
recuperação.
“Ao longo de três meses eu me encontrava esporadicamente com elas para
que eu pudesse ter mais riqueza de detalhes sobre o processo de tratamento de
cada um. Também entrevistei os profissionais/médicos dos pacientes, para ouvir
deles sobre essa relação de fé e ciência e como isso ajuda na recuperação. Um
dos capítulos do livro traz só pacientes famosos e que apegaram a fé para
ajudar na cura através do tratamento. Ex. Ana Maria Braga, Ana Furtado, Oscar
Schimidt. Quis abordar nesse capítulo a ideia de influência que ele tem sobre
aqueles que os acompanha.”
As estudantes Rabeche
Alves, Graziella Egbuna e Jennifer Lima concorrem com programa no formato podcast,
orientado pela professora do curso de jornalismo UFMT/CUA, Maria Luiza
Rodrigues, como resultado de atividade realizada em sala de aula ano passado. O
trabalho discute o misticismo na cidade Barra do Garças, com participação de
entrevistado especialista no assunto.
A orientadora afirma ser muito
gratificante que esse produto, feito dentro de uma disciplina com estudantes
que ainda estão na metade do curso, ficou muito bem produzido, com um roteiro
muito bem trabalhado e bem pensado, avalia.