Nesta sexta estudantes de Jornalismo UFMT/CUA concorrem com produções acadêmicas no ‘Intercom Regiões’

Evento

Agência Focaia

Redação

Júlia Viana

 

Em meio a pandemia de covid-19, eventos acadêmicos decidiram manter as atividades de maneira remota, como é o caso de um dos Congressos mais importantes da comunicação no Brasil, o Intercom, que é divido em duas edições regional e nacional. Marcada para ocorrer em Dourados (MS), o Intercom Centro-Oeste, será realizado no mês de outubro, apenas na modalidade Expocom, com participação do curso de jornalismo da UFMT/CUA, que estará concorrendo com trabalhos. 

 

Os campi Araguaia e Cuiabá da UFMT juntos contam com 34 trabalhos finalistas concorrendo 
na Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom). 
Imagem: Arquivo Focaia.
  

 Hoje na etapa Centro-oeste será a abertura, às 19h30, com participação Leonardo Sakamoto (UOL/Repórter Brasil) e Christina Carvalho Pinto (Hollun). Amanhã será realizada festa premiação ganhadores dos trabalhos acadêmicos aprovados por avaliadores.

O professor de Jornalismo da UFMT/CUA, Gilson Costa, conta que orientou quatro trabalhos aprovados no evento e está na expectativa de que mereça reconhecimento, pois foram fruto de muito trabalho e pesquisa por parte dos estudantes.

Mulheres

Os trabalhos foram o ensaio fotográfico “Elas por Elas” que foi resultado do das atividades da disciplina de fotojornalismo, ministrada ano passado, que discute o corpo feminino, os parâmetros majoritários, mostrar que o conceito de beleza e estética corporal pode, partir de um outro lugar, e quebrar estereótipos que a sociedade machista patriarcal desenvolveu ao longo de séculos.

De acordo com o professor, as estudantes fizeram um ensaio fotográfico mostrando seu corpo, capturando um outro padrão de corpo, mostrando que esse padrão é belo, potente, tem significado. O corpo como forma de empoderamento da mulher.

O outro trabalho que concorre no evento é o documentário “Território nosso corpo nosso espírito”, de Clea Torres e João Fernandes, como resultado de atividade de final de curso. Nele os estudantes mostram a luta das mulheres indígenas da etnia xavante, tanto daquelas mulheres que vivem nas aldeias quanto as mulheres que participam de movimentos nacionais e internacionais. “Um documentário muito bonito que está ganhando vários prêmios em festivais,” afirma Costa.

Cultura e terceira idade

Reportagem fotográfica é o terceiro trabalho com o tema: “Um olhar Sobre as Congadas - de Niquelândia”, da estudante Khristy Serpa realizado como conclusão da graduação, que está em andamento. A reportagem fotográfica destaca a congada (dança do congo) descendente das comunidades afro-brasileiras, localizada na cidade de Niquelândia, no interior do estado de Goiás. “Um trabalho feito com bastante dedicação, é a cidade que ela [estudante] nasceu, com muita curiosidade e respeito,” diz o professor.

“O Paralelo 15” também concorre orientado pelo professor no formato de um programa de telejornalismo voltado para internet realizado durante realização de disciplina no ano passado.  

“É um trabalho que envolveu toda a classe, é o diferencial desse trabalho, cada um fez a sua parte, fez sua respectiva reportagem na rua, foi pra campo, editou, foi um trabalho completo, o processo de pensar reportagem, sair pra desenvolver a pauta, produzir, voltar, editar, finalizar e montar a versão final do programa,” finaliza o docente.

“Idoso, família e instituição: olhares e perspectivas de vida no Lar da Providência,” orientado pelo professor de Jornalismo UFMT/CUA, Jorge Arlan,  estarão entre os mais avaliados nesta sexta. As autoras são as recém-formadas Kelly Souza Freitas e Lucineide Alves Dos Santos.

De acordo com o professor, foi um trabalho que envolveu muita pesquisa, as estudantes acompanharam o lar da providência em várias visitas e tomaram contato com aquela realidade. É um trabalho que tem bastante pesquisa, estudo, busca e observação.  

Além disso, coloca em discussão a temática fundamental para os tempos de hoje que é como a sociedade encara os seus idosos, as famílias, e as próprias instituições.

“Como os idosos acabam sendo tratados e suas perspectivas ao final da vida, quando temos uma cultural social que não compreende muito bem essa sua relação com as pessoas que já não tem tanta saúde, um estado físico bom, e que a cultura atual é muito do descarte, como se as pessoas pudessem ser máquinas, se estão bem podem ser úteis, se não estão em perfeitas condições passam a ser vistas como prejuízo,” conta Arlan.

Até esta sexta-feira (2), a comissão avaliadora definirá os 5 melhores trabalhos da região, para concorrer na categoria nacional.

Fé e misticismo

O egresso de jornalismo Araguaia, Victor Farias, conseguiu aprovar para o expocom o seu livro reportagem, que foi orientado pelo professor Gesner Duarte de Pádua. Como atividade de conclusão de curso, aborda o tema da fé no tratamento de pessoas com câncer, a relação que elas têm com com a fé durante esse período, apegadas à espiritualidade, observando a consequência para a sua recuperação.

“Ao longo de três meses eu me encontrava esporadicamente com elas para que eu pudesse ter mais riqueza de detalhes sobre o processo de tratamento de cada um. Também entrevistei os profissionais/médicos dos pacientes, para ouvir deles sobre essa relação de fé e ciência e como isso ajuda na recuperação. Um dos capítulos do livro traz só pacientes famosos e que apegaram a fé para ajudar na cura através do tratamento. Ex. Ana Maria Braga, Ana Furtado, Oscar Schimidt. Quis abordar nesse capítulo a ideia de influência que ele tem sobre aqueles que os acompanha.”

As estudantes Rabeche Alves, Graziella Egbuna e Jennifer Lima concorrem com programa no formato podcast, orientado pela professora do curso de jornalismo UFMT/CUA, Maria Luiza Rodrigues, como resultado de atividade realizada em sala de aula ano passado. O trabalho discute o misticismo na cidade Barra do Garças, com participação de entrevistado especialista no assunto.

A orientadora afirma ser muito gratificante que esse produto, feito dentro de uma disciplina com estudantes que ainda estão na metade do curso, ficou muito bem produzido, com um roteiro muito bem trabalhado e bem pensado, avalia.  


 
O número de participações representa um recorde da UFMT do evento de 
comunicação realizado no Centro-Oeste. Imagem: Reprodução.