Cursos de graduação da UFMT Araguaia realizam na próxima semana calourada virtual para receber os novos universitários

Retorno das aulas

Agência Focaia

Reportagem

Thaynara Fernandes


Devido à pandemia, as universidades brasileiras tiveram de liberar os estudantes das aulas presenciais. Muitas delas estão literalmente sem atividades pedagógicas, aguardando o fim ou pelo menos a redução do quadro de infecção pelo novo coronavírus, o que deverá ocorrer somente em 2021. Entre elas a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), não conseguiu iniciar o semestre 2020/1 regular presencial, no mês de abril, mas decidiu não esperar mais e retomar as aulas, mas somente de forma online, com início na próxima segunda-feira (10).

Para não distanciar das atividades tradicionais, cursos de graduação da universidade mato-grossense, mantêm na primeira semana de atividades, a recepção dos estudantes ingressantes, com a chamada calourada. O curso de Jornalismo da UFMT, Campus Araguaia, como exemplo, programou para o primeiro dia, evento para os novos alunos do curso, feito remotamente, pela internet.

“Até onde podemos nós pensamos que poderia ser mais tarde, pensamos em aguardar o retorno às aulas presenciais, no entanto isso se tornou inviável porque a pandemia está se estendendo, e essa falta de contato dos alunos com a universidade, com os professores, com os projetos, assim inteiramente afastados, não é interessante”, diz o professor do curso, Jorge Arlan.


UFMT Araguaia retornará as aulas remotas, com atividades a partir da próxima semana –
imagem: arquivo Focaia

Mesmo com as limitações imposta pelos recursos remotos, os professores trabalham para  que os calouros sejam recebidos à semelhança de tempos de atividades presenciais. No planejamento, a calourada do curso de Jornalismo não será realizada somente no primeiro dia de atividades, mas dividida em duas etapas.

A primeira ocorre na próxima segunda-feira (10), com proposta mais descontraída, e outra numa segunda etapa, que por enquanto, não está com data marcada, conforme afirma Arlan.

“A primeira etapa de recepção aos calouros cumpre esse papel de recebê-los, de ouvir, de conversar, de mostrar a satisfação que nós [professores] temos de eles ingressarem na universidade, mesmo nessas condições, e começar um contato, um vínculo deles com o curso de Jornalismo da UFMT”.

A segunda etapa é um pouco mais concentrada em informação, “vamos explicar com detalhes qual é a estrutura do curso, como funciona, como são as disciplinas, como são os projetos de pesquisa, os projetos de extensão, o que se propõe o curso, qual é a formação jornalística. Nós precisamos encontrar maneiras de inserir os calouros”, explica Jorge Arlan.

Retorno das aulas

As aulas serão iniciadas fora do período normal e remotamente, como planejada pela UFMT, com atividades que vão de agosto a dezembro, com estudantes e professores de casa com disciplinas ministradas por sistema de videoconferência e atividades disponibilizadas em forma de arquivos.

A Universidade mato-grossense informa que serão aulas flexibilizadas, com a possibilidade de sua conclusão, principalmente as práticas, na forma presencial, e não seguindo o modelo Aulas a Distância (EaD).

Segundo Jorge Arlan, “é um impacto bem grande para todos nós. Não esperávamos que fosse assim o retorno as aulas, evidentemente que há limitações e que existem prejuízos”.

Segundo ele será necessário trabalhar com a possibilidade técnica oferecida pelas ferramentas das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), de modo a minimizar os problemas que surgirem.

Para que este retorno seja possível, diz o docente, os alunos e professores terão algumas dificuldades pela frente e que devem ser superadas.

“É um período de adaptação, nós não somos um curso de educação à distância. Alguns professores não têm as melhores condições em casa, têm crianças pequenas, e isso altera completamente o ambiente de casa, mas eles vão resolver de algum modo. De outro lado é a questão de uma falta de experiência no ensino remoto”.

Caloura do curso de Jornalismo, Adelany Ribeiro avalia que as aulas remotas podem ser um pouco complicadas, “na minha casa, por exemplo, temos um computador. A minha filha de 13 anos está tendo aulas online na rede estadual. Minha outra filha de 20 anos é acadêmica de Agronomia também na UFMT, e dia 10 retorna as aulas”.

Iago Silva, também calouro do curso de Jornalismo, menciona que é desmotivador iniciar o semestre a distância e compreende que “é função da universidade manter as aulas, a questão é garantir o acesso para todos”.

O professor da UFMT Araguaia Jorge Arlan afirma que apesar das dúvidas quanto as aulas ministradas remotamente, “mesmo de maneira limitada, nós vamos dar o sentido de que o curso está acontecendo, que ele tem a sua dinâmica, que não perdemos o contato com as nossas propostas, com as nossas ideias e que vai ser um aguardo das condições futuramente."

O docente acrescenta, com otimismo, "vamos fazer deste limão uma limonada, vamos descobrir coisas que nós não estamos acostumados a fazer e fazer melhor,”