Com novas regras, Parque Estadual da Serra azul exerce medidas de preservação no combate às queimadas
Meio Ambiente
Agência Focaia
Redação
Nathalia Gonçalves
Guarita principal, onde permite o acesso ao Parque e ao Discoporto, em Barra do
Garças (MT). Imagem: Reprodução
Após 4 anos, o Conselho Consultivo determinou em junho deste ano a
reabertura do Parque Estadual da Serra Azul para acesso da população da cidade
de Barra do Garças (MT), turistas e comunidades regionais. A interdição ocorreu
em razão de um incêndio que devastou 70% da vegetação local. A Agência Focaia
entrou em contato com a Gerência Estadual do parque para saber como foi esse
processo de reabertura, bem como as medidas a serem tomadas para a sua
preservação.
De acordo com analista de Meio Ambiente e Gerente Regional do
Parque Estadual da Serra Azul, Cristiane Schnepfleitner, desde que o parque foi
interditado em outubro de 2014, a SEMA (Secretaria de Estado do Meio Ambiente)
por meio da Gerência Regional trabalha na consolidação de parcerias para a sua
reabertura.
“Em outubro de 2014, o Conselho Consultivo do Parque Estadual da
Serra Azul foi reativado, celebramos Termo de cooperação técnica com a
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), Aliança da Terra,
e Associação dos Amigos dos Animais, ambos em 2015. Com a Prefeitura Municipal
de Barra do Garças no ano de 2017, além de firmar Termo de Ajustamento de
Conduta com o Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) em 2016”,
explicou.
Neste período de fechamento para o público obras foram realizadas
no local. Conforme Schnepfleitner “foi construída guarita na Escadaria da Fé,
reformada a escadaria, ampliado o Mirante do Cristo e restaurada a imagem da
Nossa Senhora. A via de entrada pela escadaria foi reaberta em dezembro de
2017. Também foi criado o Caminho Serra Azul, que estimula o uso das vias do
parque para caminhada, corrida e ciclismo”.
Com acrescenta, a prefeitura de Barra do Garças auxilia na
manutenção das estradas e espaços de uso público. A SEMA dispõe de cinco
servidores para auxiliar nos postos, assim como há equipe administrativa
cumprindo as demandas cotidianas.
Durante o período de seca a atenção se volta prioritariamente para
o monitoramento do parque para evitar incêndios. Com ações preventivas foi
criado o Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (PPCIF), com ações
para execução de aceiros e instalações de reservatórios.
“As ações são preventivas de monitoramento, notificação e
fiscalização, assim como de combate direto aos focos de incêndios no Parque e
na Área de Preservação Ambiental (APA). As ações ocorrem 365 dias no ano e, no
período das secas, estamos a postos e monitorando o Parque internamente e no
seu entorno com as viaturas, por câmeras e com drones, além de executar
autuações”, destacou a gerente.
Em torno do Plano de Manejo do Parque que são realizadas as ações
de vigilância e acesso do público, com avaliação do Conselho Consultivo.
Seguindo as normas definidas a entrada de pedestres pela Escadaria da Fé e
entrada principal está liberada para o uso público, com acesso permitido às
trilhas das Cachoeiras do Córrego Avoadeira.
Diariamente na entrada principal são liberados três ônibus e três
vans com mínimo de 70% de ocupação do veículo, além de 20 veículos
transportando idosos, PcD’ (Pessoa com Deficiência), crianças ou gestantes e 30
ciclistas, conforme os horários estabelecidos.
Imagem de 2017,
com trecho do Parque Estadual da Serra Azul em Barra do
Garças (MT),
quando houve incêndio atingido a vegetação. Imagem: Reprodução
Conforme Plano de Manejo, o Parque Estadual da Serra Azul possui
15 cachoeiras, em sequência ou individuais. Assim, atualmente o ordenamento da
trilha das Cachoeiras do Córrego Avoadeira contém quatro Estações nomeadas com
base em atributos da biodiversidade do Parque.
A Estação Astyanax xavante (nomenclatura de espécie exclusiva do
Parque, ou seja endêmica), Estação Mauritia flexuosa (planta popularmente denominado
buriti), Estação Tococa formicaria (uma referência à planta popularmente
conhecida como quaresmeira e que possui interação com formigas) e Estação
Augusta Longifolia (planta conhecida por sarão e abundante nas margens do
córrego).
“Objetivamente estamos em fase de verificação das respostas
positivas com a reabertura experimental de todos os atrativos de uso público e
proposição de melhorias, especialmente com projeto de instalação de amostra do
MuHNA no Centro de Visitantes em parceria com a UFMT, adequação da estrada
do caminho Serra Azul , revitalização do Discoporto e instalação de estruturas
de acesso na trilha das Cachoeiras do Córrego Avoadeira, especificamente em
local íngreme e de relevo abrupto no trajeto e na trilha que leva à cachoeira
do Pé da Serra”, finalizou.
Os horários para uso público do Parque
Escadaria da Fé, da 6h às 11h e das 15h às 18h.
Na Guarita Principal, das 7h às 16h.
No Clube da Usina (área privada) das 08h às 16h.
Centro de Atendimento ao Visitante (CAV) das 8h às 17h.
A UFM I (Mirante do Cristo) das 7h às 12h e das 14h às 19h.
Sede urbana da Gerência (SEMA - Av. Min. João Alberto) das 14h às
18h.
Às terças-feiras o parque se mantém fechado para manutenção de
rotina e demandas administrativas.