Educação
Agência Focaia
Reportagem
Júlia Viana
Júlia Tinan
Após
75 dias, a greve dos professores da rede de educação básica do Estado de Mato
Grosso chegou ao fim, na quarta-feira (14). Parte das escolas ficou com
atividades interrompidas desde o dia 27 de maio.
Escola
Estadual Senador Filinto Muller retorna as atividades, após mais de dois meses de escolas
fechadas. Imagem: Reprodução.
fechadas. Imagem: Reprodução.
Para o professor e Presidente do Sindicato
dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), Omar Cirino,
a categoria foi induzida a finalizar a greve, já que o corte de salário, já no
primeiro momento da greve, fragilizou o movimento. “Esse retorno foi um retorno
nervoso, nós tivemos que ser sensatos e propor a suspensão da greve porque não
dava mais pra sustentar”, afirma.
A categoria acatou
parcialmente a proposta feita pelo governador, Mauro Mendes (DEM), que propôs
estabelecer o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) partir do ano
que vem, atendendo as reivindicações dos professores do estado.
Os educadores não saíram da greve sem
resultado, como afirma Cirino, “com uma mão na frente e outra atrás.”
Das reivindicações, a categoria conseguiu o aumento
salarial de 7,69% para este ano de aumento aos professores e o
pagamento da RGA, além da concessão de licença-prêmio e licença para
qualificação profissional. Na negociação com o governo do estado saiu um
cronograma de obras para a reforma das unidades escolares de 400 escolas.
A categoria conseguiu que o governador
reconhecesse a lei 510, que diz respeito a uma tabela de subsídios aos
Profissionais da Educação Básica do Estado de Mato Grosso anualmente até o ano
de 2023, aprovada pelo governo do estado em 2013 que se refere ao reajuste
de salário de 7,69%. A lei foi aprovada no governo anterior, após 67 dias de
greve em 2013.
Os profissionais, no entanto, ainda aguardam
o governo dar garantia de que a lei não será questionada judicialmente, após a
volta ao trabalho, que a proposta seja cumprida integralmente durante a
gestão do governador Mauro Mendes.
A categoria, apesar do retorno às aulas,
exige do governo que seja apresentado um cronograma do aumento salarial para
2020 e a devolução imediata dos valores do corte de ponto.
Apesar da necessidade de greve com duração
superior a dois meses, na defesa de melhores condições para a educação
estadual, o presidente do Sintep se diz otimista, porque, segundo ele, “a luta
continua sempre, nós não fugiremos da luta”, assevera.
Calendário
O
Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep) afirmou em nota que o
ano letivo nas escolas deve ser encerrado somente em 2020. Um calendário de
reposição das aulas deve ser apresentado aos estudantes neste retorno às
atividades.