Barra do Garças sedia manifestações de estudantes, docentes e técnicos contra o corte de verbas na educação brasileira

Movimento Estudantil

Agência Focaia
Reportagem
Nathália Gonçalves


Estudantes e professores durante a passeata contra os bloqueios de verbas na educação, no 
centro de Barra do Garças(MT) - Foto: Jessé Santos

Em Barra do Garças-MT, ocorreram nesta quarta-feira (15), mobilizações contra o bloqueio de verbas nos Institutos e Universidades Federais brasileiras. O movimento promoveu discussões nas duas unidades da Universidade Federal de Mato Grosso, com exposição de trabalhos acadêmicos na praça Sebastião Júnior e passeata pela avenida Ministro João Alberto.

Na UFMT Araguaia, em discurso pela manhã, o Pró-Reitor, Paulo Jorge da Silva, explicou a situação perante os cortes das verbas para a educação. Segundo ele, na universidade mato-grossense o corte de verbas chega a R$ 38 milhões, com isso, não deverá ter dinheiro para pagar fornecedores, já partir de junho.

Além disso, com as determinações do governo federal, com esvaziamento dos recursos da educação, a instituição terá que fazer corte nos cursos de graduação. Por isso, a população deve observar as medidas governamentais com atenção, diz o pró-reitor, numa referência às mudanças na estrutura do ensino superior, ocasionadas pelas medidas do governo contra a educação.

De acordo com Silva, a mobilização teve como foco desconstruir o que vem sendo dito sobre essas instituições públicas nas mídias e redes sociais daqueles que são apoiadores do desmonte da educação, e fazer com que a mobilização tenha como resultado a suspensão do corte e a suspensão do bloqueio.

“O que gostaríamos dessa mobilização, é nós, como comunidade universitária, falar a mesma linguagem. Precisamos nos mobilizar primeiramente aqui dentro, para depois nos mobilizar lá fora, mas a mobilização no todo é derrubar o corte e o bloqueio, e se Deus quiser amanhã ou depois, vamos conseguir”, avalia.

Durante a mesa redonda, o representante do grêmio estudantil do IFMT Araguaia, Victor Farias, explicou que a Instituição terá cortes que deverá prejudicar o seu funcionamento após o mês de agosto, sendo necessário promover mudanças administrativas no campus de Barra do Garças.

“Também estamos movimentando a #TiraAMãoDoMeuIF e #SalveAsFederais, e eles (estudantes) estão com o total ânimo para levar os projetos  de pesquisa, extensão e ensino para as ruas, para mostrar para a população o que a gente produz também”, diz Farias ao explicar como foi o engajamento dos docentes e estudantes do Instituto no trabalho para o movimentos em favor da educação pública.

Para a estudante a Giovanna Castrignano Camargo, caloura do curso de Enfermagem da UFMT Araguaia, já era esperado a atual situação de intervenção do atual governo na educação. “É triste saber que justo quando consigo entrar na faculdade tudo pode acabar, e não terem previsão de entrarem com as verbas, porque eles já sabiam que iria ter mobilização e não deram nota nenhuma sobre isso, então eu tenho muito medo de não conseguir os meus estudos e ainda ter que pagar por isso, sendo que eu nem tenho como”, reclama.

“Eu vim de São Paulo, as pessoas de lá nunca ouviram falar de coisas ruins que aconteceram na UFMT, sobre balbúrdias que aconteceram na UFMT, então, lá fora essa instituição tem um olhar muito bom”, destaca Camargo ao mencionar que a população tem uma visão positiva sobre a Universidade.