No mês em que se comemora o dia do repórter, uma visão geral da sua formação universitária e atividade prática


Jornalismo

Agência Focaia
Reportagem
Barbara Argôlo
Jozean Benício de Almeida



No meio jornalístico há uma função com relevância na geração de informação que mereceu, por parte dos profissionais da imprensa, a definição de um dia no calendário anual para chamar de seu, o 16 de fevereiro, quando se comemora no Brasil o dia nacional do repórter. Como é aprendido nos bancos das universidades e no dia a dia da profissão ele é responsável pela produção cotidiana das notícias, que fazem parte dos mais variados meios de comunicação noticiosos em todo mundo.

O jornalismo praticado nos grandes centros econômicos geralmente ganha mais visibilidade e audiência, no entanto, em todos os estados e diferentes regiões do país lá estará um repórter. Na região do Araguaia as páginas dos jornais impressos não saem em branco, exigindo muito trabalho do jornalista, que atua em diferentes municípios, permitindo que a população esteja em contato com os acontecimentos e obtenha conhecimento do lugar em que mora.


Foto: Adailson Pereira


Em Barra do Garças (MT), há muitos repórteres espalhados em aproximadamente 15 veículos de imprensa, formados por quatro emissoras de televisão, oito rádios e alguns jornais. 

Conforme a jornalista e repórter, da afiliada do SBT em Barra do Garças, Juirana Nobres, a necessidade de capacitação e cursos para aprimoramento são essenciais para ser um bom repórter. “O profissional também deve estar antenado no que acontece no mundo e em outras mídias, além do local que trabalha. A leitura cotidiana é de suma importância”, diz.

Quando o assunto é pressão ideológica, de o profissional seguir as determinação política da empresa, a jornalista acredita que os proprietários das empresas de comunicação podem tentar impor uma opinião, porém é necessário que o repórter entenda que em todas as histórias existem dois lados, assim irá sentir-se menos pressionado.

Recém-formada em jornalismo, pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Alessandra Marimon, também repórter do SBT da cidade mato-grossense, diz que um dos maiores desafios que enfrenta é a prática. A agilidade, a preparação, e até mesmo a tranquilidade ainda são características que, segundo ela, precisam ser trabalhadas, para que possa melhorar profissionalmente. 

Para Marimon, situações tensas, podem gerar nervosismo e isso atrapalha a realização de um trabalho bem feito. Apurar informações corretamente também é algo que precisa ser feito, para não dar muita bola fora. 

Academia

O trabalho do repórter começa antes da prática, nas salas de aula dos cursos de jornalismo. O professor do curso, da UFMT CUA, Deyvisson Costa, analisa que a teoria e a prática jornalística caminham juntas, “onde a teoria não consegue avançar e se torna um muro, a prática faz um furo”, elencou. 

Para ele a formação do curso superior de jornalismo é imprescindível e a ausência desta formação se precariza as relações do mercado de trabalho na área. Questiona o professor, “como se contrata alguém que não possui diploma e que possa se sujeitar a receber salários mais baixos”.

Costa evidencia que o jornalismo mudou sua forma de produzir, uma vez que ocorrem mudanças na forma do fazer jornalismo. “A profissão exige hoje um profissional multitarefas. Um profissional que seja capaz de escrever um texto, editar uma matéria, planejamento e disponibilizar isso ao mercado de trabalho”.
Na universidade, para além da sala de aula, há atividades laboratoriais, no qual os estudantes produzem notícias, com o intuito de obter experiência e chegar preparado no mercado de trabalho. Neste sentido, a estudante do curso de jornalismo, da UFMT/CUA, Nathália Ramos, participa de curso de atividades prática que visa obter esta experiência profissional. 

Como relata, o trabalho do repórter começa desde a elaboração de uma pauta interessante até a entrega da matéria. Como faz questão de destacar, o repórter sofre diversas pressões, como observa nas trabalho em laboratório, como a questão da apuração da informação. Ela relata que são várias etapas para a produção de uma matéria jornalística, exigindo rigorosa investigação, saber qual fato tem relevância e atenção com a ética. Ainda segundo a estudantes, precisa haver atenção com público.

Diante de tantas exigências para se tornar um profissional de imprensa, como avalia, “para ser um bom repórter, primeiramente é necessário saber se é isso mesmo que você quer, porque é uma profissão que exige muito da pessoa”. Como afirma, ao se decidir estudar jornalismo fez algumas reflexões. No final, a graduanda na UFMT Araguaia chegou a conclusão de que, para ser o profissional reconhecido, “precisa gostar de escrever, ler, perguntar e também de questionar o que já tem pronto. Enfim, precisa ser curioso, ser jornalista”, finaliza.