Política Estudantil
Agência Focaia
Redação
Júlia Tinan
Foto: redes sociais
Estudantes
da UFMT/CUA, momento antes do embarque para viagem à Salvador (BA),
onde
participaram de evento estudantil promovido pela UNE.
Os
Estudantes brasileiros estiveram reunidos entre os dias 6 e 10 de fevereiro, em
Salvador (BA), para a 11° Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE) e o 15° Conselho Nacional de Entidades de Base (CONEB). O evento contou com a
participação de políticos, empresários, escritores e militantes políticos, que
trataram de temas ligados à política educacional, sistema político brasileiro e a situação que se encontram as minorias brasileiras. A UFMT Araguaia
disponibilizou um ônibus para a participação de representes estudantis do campus
universitário.
Os
nomes dos participantes que fariam a viagem à Salvador ficaram a cargo dos
Centros Acadêmicos (CAs), o Diretório Central dos Estudantes (DCE), do Coletivo Negro, Coletivo Feminista e Coletivo Cores.
Os estudantes organizaram arrecadação por meio de pedágio nas ruas para custear a
alimentação da viagem e receberam doações da Associação dos docentes da
Universidade Federal de Mato Grosso (ADUFMAT) e do Sindicato Nacional dos
Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), como conta o representante
do DCE, Pedro Alves.
A Bienal da UNE é um evento voltado para cultura, arte, ciência e tecnologia, realizado em cidades brasileiras. Na programação houve debates, seminários, shows, realização de visitas às comunidades locais e outras atividades culturais. Para esta edição, de 2019, a entidade estudantil homenageou Gilberto Gil, além da comemoração de 20 anos de Bienal.
A Bienal da UNE é um evento voltado para cultura, arte, ciência e tecnologia, realizado em cidades brasileiras. Na programação houve debates, seminários, shows, realização de visitas às comunidades locais e outras atividades culturais. Para esta edição, de 2019, a entidade estudantil homenageou Gilberto Gil, além da comemoração de 20 anos de Bienal.
O
CONEB, por sua vez, é uma instância do movimento estudantil, que dá direito a voz e voto de representantes
de Diretórios Acadêmicos (DAs) e Centros Acadêmicos (CAs) das Instituições de
Ensino Superior de todo o país.
Como
afirma Pedro Alves, os estudantes do Campus Araguaia voltaram da Bienal cheios
de aprendizados para a Universidade, considerando que há histórico da defesa de
política estudantis na universidade. “Esse era o nosso principal objetivo,
fazer com que os estudantes fossem para lá e despertasse a vontade de
mobilização estudantil, trazendo isso para os que não foram”.
O representante do DCE diz que a viagem para ele “foi um momento fundamental para compreender as relações políticas de juventude, entender como a UNE é constituída, como o movimento estudantil se organiza.”
O representante do DCE diz que a viagem para ele “foi um momento fundamental para compreender as relações políticas de juventude, entender como a UNE é constituída, como o movimento estudantil se organiza.”
Durante
a programação ocorreram debates conjunturais com representantes brasileiros
como a líder indígena, e candidata das últimas eleições à vice-presidência da
República pelo Psol, Sônia Guajajara, e o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT).
Um
dos debates mais aguardados foi sobre o tema “Censura, liberdade de expressão e
fake news”(notícias falsas). Na mesa de convidados, estavam presentem a também candidata presidencial ano passado, Manuela D’avila; a empresária Paula Lavigne; a fundadora
do site Jornalistas Livres, Laura Capriglione e atriz e escritora, Elisa
Lucinda.
A
estudante de matemática, representante do Coletivo Negro,
Shirlene Ribeiro, conta que a fala mais marcante para ela foi de Elisa Lucinda, que durante a
mesa tratou do tema empoderamento negro e racismo. “Ela diz que ‘nós temos que
lutar para que haja a democracia racial’, para que a gente possa alcançar os
mesmos lugares que os brancos, porque também conseguimos e também temos o
direito.”
Ribeiro
menciona que “a ida a Salvador foi um encontro com a nossa realidade, fomos ao Museu
Afro-Brasileiro, lá tem muita riqueza de origem africana, aquilo que a gente
sabia pela teoria se concretizou.” A estudante diz que trouxe para o Araguaia e
o Coletivo Negro o ativismo “a vontade de lutar, e mostrar que a gente pode.”
Política educacional
O 15°
CONEB teve como tema “A organização estudantil na resistência democrática”. O
objetivo do encontro foi atualizar a opinião e o posicionamento da União Nacional
dos Estudantes (UNE) sobre os principais debates nacionais, como educação,
política, desenvolvimento social.
Para o
aluno do curso de Engenharia Civil, Pedro Soares, que foi representando o CA de
Engenharia Civil, o mais importante foi interagir na formação da opinião sobre
a análise da conjuntura nacional. “No CONEB, a gente pode vivenciar a
construção do pensamento, a gente pode interagir com pessoas que dominam as
pautas tratadas.”
Soares acrescenta que por fazer um curso de exatas, onde não tem muita proximidade com
discussões sociais, foi muito importante estar lá, principalmente
porque o foco era a educação.
Foto: Ester Moraes
Placa do projeto
Comércio Sustentável na feira de Economia Viva,
sobre o qual estudante
de jornalismo do Araguaia obteve o segundo
lugar no ranking de
iniciativas.
A edição 2019 da Bienal, criou um espaço para mostrar projetos voltados para a economia solidária e economia colaborativa. A estudante do curso de Jornalismo Ester Moraes, participou com o seu projeto chamado Comércio Sustentável. “São economias que baseiam no modelo diferente do capitalista, elas assumem trocas, moedas alternativas como pagamento para prestação de serviços ou adquirir produtos.”, diz. O projeto da aluna, que continha um Brechó com vendas de roupas, calçados e acessórios, ficou em segundo lugar no ranking de iniciativas.
Moraes,
apesar de entender a importância do evento para a formação política dos
estudantes, critica as palestras por serem restritas a opinião da esquerda, valorizando
quem tem força política, do contrário "acaba que fica deslocado
e não consegue ter um aproveitamento completo do evento.”