Cineclube Roncador apresenta filmes documentários temáticos em mais uma edição, além de debate sobre práticas e preconceitos religiosos

Acadêmico

Barbara Argôlo
Redação
Agência Focaia
     Foto: Barbara Argôlo

Adélia Sousa falando sobre religiões de matrizes africanas, em debate no Cine Clube Roncador


O Cineclube Roncador da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Araguaia em parceria com o Núcleo de Produção Digital, realizou na última quinta-feira (30) mais uma edição do Cineclube Roncador. Desta vez em debate as práticas e preconceitos em religiões de matrizes africanas, presentes em todo território brasileiro. 

Na sessão, dois filmes foram exibidos, "Mestre Erenilton, a Voz que chama os Deuses", com direção de Marcos Cantanhede, que traz uma homenagem de Ney, um dos melhores percussionistas da tradição musical Afro-Brasileira contemporânea, a seu pai. Erenilton é um dos mestres de atabaque mais respeitados da Bahia, profundo conhecedor dos cânticos sagrados das quatro principais nações do culto do candomblé: ketu, ijexá, jeje e angola. 

A outra apresentação foi do filme "A boca do mundo - Exu no Candomblé", uma produção da Oka Comunicações que trata sobre múltiplas representações e significados do Orixá Exu, um dos deuses do Candomblé, religião brasileira de matriz africana.

Debate

Após a exibição dos documentários foi realizado um debate sobre o tema com a presença dos acadêmicos dos cursos de jornalismo, direito, letras, além de  representante da religião Candomblé de Angola, Adélia Sousa, conhecida por MAMETU GUERU, além da professora Monica Santos e a estudante do curso de Letras Dhjully.

O número de denúncias de intolerância religiosa aumentou 3.706% nos últimos cinco anos no Brasil, segundo relatório da Secretaria Especial de Direitos Humanos, órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Cidadania. O dado mostra a relevância da abordagem do tema tanto no meio acadêmico, como em toda a sociedade.

Para Melissa Nakamura estudante do curso de jornalismo da UFMT/CUA, presente à edição do Cineclube Roncador, “a nossa sociedade ainda precisa evoluir muito, e não só na questão religiosa. A mensagem é a de que pessoas que acreditam nessas religiões de matrizes africanas devem ter seus direitos e cultuar sua fé”.

Segundo a estudante Layra Santana, também do curso de jornalismo (UFMT/CUA) da universidade do Araguaia, o debate sobre as religiões de matrizes africanas é importante. Segundo ela, é quando se “abre um leque de informações sobre a pluralidade de religiões que temos no Brasil, evitando que essas religiões sejam marginalizadas”.

Acadêmico  

O Cineclube Roncador oferece certificação para os participantes de quatro sessões, de 20 horas, permitindo, assim, a aquisição de atividades complementares aos estudantes, necessárias para conclusão da graduação.