Política educacional
Jornal A Gazeta (Cuiabá)
Redação
Dantielle Venturini
Obras da
Universidade Federal de Mato Grosso em Várzea Grande, do novo Hospital Júlio
Müller, a implantação de cursos de medicina em Rondonópolis e Sinop e as
atividades de pesquisa e extensão estão comprometidas devido à crise financeira
vivenciada por várias universidades federais no país, entre elas a UFMT.
Levantamento
feito pela Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan) da universidade indica que a
instituição precisará de R$ 14 milhões até dezembro de 2017.
Conforme
a universidade os problemas estão acumulando, as obras estão em passo mais
lentos e os cortes afetam áreas como manutenção, vigilância, iluminação e
limpeza.
De 2014
até agora, a universidade afirma ter perdido, em termos orçamentários, 50% dos
recursos de capital para obras e aquisição de equipamentos e 20% dos recursos
de custeio que envolvem manutenção, despesas básicas.
O
orçamento aprovado atualmente, mesmo sendo defasado, não está sendo liberado
integralmente, e para honrar os compromissos com os pagamentos de custeio, a
administração da instituição está “escolhendo” as despesas que serão pagas.
Para o
presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso
(Adufmat), Reginaldo Silva de Araújo, a situação em que se encontra a UFMT,
assim como outras universidades, já vem sendo alertada há anos pela categoria,
mas só agora foi admitida pelas instituições.
Conforme
ele, essa situação coloca em risco a qualidade do ensino da instituição, que
por conta da diminuição dos repasses pode até mesmo deixar de investir em
pesquisas e extensão. “É muito preocupante essa situação e corremos grandes
riscos de que a universidade tenha que suspender todos os investimentos”.
Segundo
Reginaldo, a situação já afetou, por exemplo, as obras do novo campus da
universidade em Várzea Grande.
Ele
explica que os alunos dos cursos de engenharia desse campus, que ainda nem está
em funcionamento, passam a correr riscos de os cursos serem cancelados. Além
disso, ele lembra também que os cursos de medicina, que estão sendo implantados
em Rondonópolis e Sinop, demandam grandes investimentos em infraestrutura,
assim como equipamentos e tecnologia, e com a queda nos repasses, eles já estão
sendo afetados.
“Medicina
precisa de uma grande estrutura, já temos notícias que faltam mais de 30% do
corpo docente para os cursos. Os cortes atingem todas as áreas, até mesmo a
contratação de professores e profissionais para esses cursos”.