Grupo Familiar Universitário diz não pertencer a denominação religiosa e visa auxiliar estudantes dentro da UFMT/CUA

Vivência Universitária

Agência Focaia
Reportagem
Suzana Ataíde

    Foto - Gabriel Ramos de Souza
    Membros do Grupo Familiar Universitário (GFU), reunidos em atividade religiosa na UFMT Araguaia

Na Universidade Federal do Mato Grosso, Campus Araguaia (UFMT/CUA) reúne-se, semanalmente, o Grupo Familiar Universitário (GFU). Uma pequena comunidade formada por estudantes organizados em torno da vida religiosa, com o objetivo de ajudar pessoas no convívio acadêmico. Músicas, palavras de incentivo e dinâmicas de diálogos são algumas das atividades dos estudantes, durante os encontros.

O grupo não pertence a nenhuma denominação religiosa.  Como definem sua liderança, todos são bem-vindos e a pluralidade de crenças tem destaque na formação do grupo. O objetivo não é apresentar uma religião “nós tratamos mais especificamente sobre as coisas de Deus, a pessoa do senhor Jesus Cristo sem falar de religião, sem falar de placa de qualquer que seja a igreja”. Afirma Gabriel Ramos de Souza ex-gestor do GFU, aluno do curso de Engenharia Civil da UFMT.

Início

A iniciativa de começar o grupo dentro da universidade começou com duas alunas do curso de enfermagem da UFMT que viram a necessidade de formar a comunidade com o propósito de buscar a convivência por meio de músicas e leituras bíblicas.

As reuniões inicialmente eram realizadas em frente à biblioteca, com poucas pessoas, desde então foram se desenvolvendo, ganhando espaço e já passaram por diferentes lideranças responsáveis pela realização dos encontros.

“O nosso objetivo principal, como cristãos, não tem uma denominação, mas nós professamos a fé em Cristo, então, a gente fala dos princípios bíblicos, incentivamos as pessoas a conhecerem os princípios, a conhecerem Jesus e a ter ânimo e disposição aqui dentro da faculdade”. Afirma Kelly Cristhel do Nascimento Pimentel, atualmente gestora do GFU, aluna do curso de Letras da UFMT.

A recepção dentro da universidade

Gabriel explica o quanto são bem aceitos pelas pessoas dentro da universidade, como a divulgação das reuniões na biblioteca e espaço vivência são bem recepcionadas pelos acadêmicos. “Recebe-se várias visitas de diferentes estudantes até de outros movimentos, que têm aqui na faculdade, ligados a religião”, afirma e acrescenta que muitas pessoas gostam e se animam para participar.

Já Kelly lembra que o único momento em que sentiu preconceito foi durante uma conferência, realizada dentro do espaço vivência na faculdade. “Pessoas disseram que a gente não deveria ter feito, que a gente não estava em um espaço adequado e tivemos algumas desavenças por conta disso e tal”, avalia.

A conferência

A conferência foi o momento em que o GFU ficou bem conhecido dentro do Campus. O evento, realizado dentro do espaço vivência da UFMT Araguaia, ocorreu durante uma semana com apresentações, músicas religiosas e o público estimado pelos organizadores superou o número de cinquenta pessoas presentes. “O DCE é responsável pelo espaço, então, nós fizemos um ofício, o DCE assinou e aceitou, o problema é que o espaço de vivência é do lado da biblioteca, e isso a gente não tem controle, algumas pessoas reclamaram do som” explica Kelly.

Realizada a reclamação, o DCE (Diretório Central dos Estudantes) efetuou uma reunião, convocando todos os estudantes a participar. A gestora conta que durante essa reunião, algumas pessoas promoveram cenas de preconceito. Segundo ela, pessoas disseram se identificar com determinada religião, e, por isso, "não concordo com isso”. Em contraposição, como resposta ao narrar o debate, disse aos colegas que “o espaço de vivência está lá e quem quiser fazer qualquer tipo de manifestação, se for aceito pelo DCE. Nós tivemos a atitude de fazer”.

As reuniões do GFU acontecem toda segunda feira às 12h no espaço de vivência. Atualmente possui cerca de 15 participantes e é livre para quem quiser participar.