Instituto
Agência Focaia
Reportagem
Vasco Aguiar
Fotos: Adailson Pereira/Fernando Lino
Diretora
do ICHS, Lennie Bertoque fala sobre os desafios do instituto.
A nova direção do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Araguaia, completou no mês de junho um ano de gestão, sob o comando de Lennie Aryete Bertoque. A professora recebeu a
Agência Focaia para apresentar um balanço deste período, avaliando as
dificuldades enfrentadas e salientando as conquistas de sua gestão.
Conquistas
De acordo com Lennie, um dos ganhos mais significativos de
seu mandato, que tem a duração de quatro anos, foi a implementação do Programa ICHS Interativo (foto abaixo), constituído por uma
série de eventos que propõe o debate de assuntos sociais com interesse
acadêmico. Para ela, o lado positivo é que este projeto envolveu estudantes de
todos os cursos do ICHS, como Jornalismo, Direito, Letras e Geografia, como também
professores e técnicos da universidade.
Os alunos, conforme relata Bertoque, tinham dificuldades de construir uma ação conjunta dentro do instituto. “A interação entre os estudantes [no ICHS Interativo] foi algo que se tornou gratificante, pude ver como eles se empenham para produzir algo”. Ela aponta que o foco da universidade é a formação dos acadêmicos e “podemos contribuir com ela de modo que percebam os valores sociais, e isso é um ganho muito grande”, ressalta.
Os alunos, conforme relata Bertoque, tinham dificuldades de construir uma ação conjunta dentro do instituto. “A interação entre os estudantes [no ICHS Interativo] foi algo que se tornou gratificante, pude ver como eles se empenham para produzir algo”. Ela aponta que o foco da universidade é a formação dos acadêmicos e “podemos contribuir com ela de modo que percebam os valores sociais, e isso é um ganho muito grande”, ressalta.
O próximo evento do ICHS Interativo, ainda sem data para acontecer, terá como tema “Ecologia, Política e Reapropriação Social da Natureza: Alternativa de Desenvolvimento Sustentável”, e contará, como de costume, com o envolvimento de alunos e professores do instituto, mas também terá a participação do ICET (Instituto de Ciências Exatas e da Terra) e ICBS (Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde). Segundo Bertoque, este será um encontro importante, pois pela primeira vez, em sua gestão, haverá uma parceria entre os três institutos do campus Araguaia.
A diretora aponta que o ICHS sofreu por anos sem ter a sua
disposição o trabalho de profissionais técnicos. Ela diz que apesar de saber
que as universidades federais vivem um momento de cortes financeiros, foi
solicitada a contratação de técnicos para o instituto. “Fomos até
Cuiabá brigar pela contratação de técnicos para os cursos de Direito, Jornalismo
e Geografia”. De acordo com ela, conseguiram que fossem encaminhadas quatro
vagas em concurso público. Com isso, relata a diretora, os técnicos foram
distribuídos da seguinte maneira, um foi direcionado ao curso de direito, dois
para o jornalismo e um para o curso de geografia.
Lennie revela que é comum se espantarem com a quantidade
técnicos que serão contratados para trabalhar nos laboratórios do ICHS, mas esclarece que existe uma razão para isso. "Entendemos que a vinda destes
profissionais seja uma maneira de equiparação com os demais institutos”. Ela
explica que o ICHS sofre essa defasagem há muito tempo. Enquanto o ICET e ICBS sempre tiveram técnicos “não tínhamos nenhum, era necessária essa reparação”,
justifica.
Dificuldades
A diretora relata que os
trâmites das ações na Universidade tendem a um excesso de burocracia, o que
gera, muitas vezes, empecilhos para colocar em prática algumas mudanças. Nos
últimos meses, muitas atribuições estão sendo repassadas à Direção, não apenas
para deliberação, mas para registro em sistemas da universidade. "Por
exemplo, a tramitação está se tornando eletrônica, mas é a direção que precisa
lançar no sistema as deliberações, uma a uma, com especificações de data,
local, número de ata, parecer e o que dificulta é o fato de os sistemas não
serem interligados. Assim, o trabalho fica mais complicado para comprovar as
atividades acadêmicas, como ocorre no Relatório de Encargos Anual (REA)."
A Prof.ª Lennie
acrescenta que o fato de não haver departamentos nos campi do interior é outra
dificuldade. "Sobre isso, não dá para deixar de comparar com o campus de
Cuiabá, onde há chefes de departamento, muitas vezes, mais de um por Curso.
Quando não há chefe de departamento, há diretor adjunto. Essas duas funções
atuam na parte administrativa juntamente com a direção, o que auxilia o
trabalho."
Ela cita que, até 2008,
havia departamentos nos campi do interior e que, com a extinção destes
departamentos, o coordenador passou a acumular funções também, a lidar com a
área administrativa e pedagógica, e na opinião da diretora, isso não é nada
produtivo. A Professora ressalta a urgência da discussão sobre a
retomada dessa instância nos campi do interior.
Sobre os espaços que pertencem ao instituto, ela afirma, “temos muitos grupos de pesquisa e de extensão bem estruturados mas não possuímos espaços para que estas atividades sejam desenvolvidas de maneira eficiente”. Ela salienta que o instituto está fazendo um levantamento de salas que estão sob a sua responsabilidade, mas que por alguma razão não vêm sendo utilizadas pelo ICHS ou até mesmo ocupadas por outros institutos."Nossa intenção é reorganizar estes espaços de modo a ocupá-los com projetos do nosso instituto, visto que há tempos solicitam um local fixo para seus encontros e atividades”, revela.