Assembleia Estudantil
Agência Focaia
Reportagem
Vasco Aguiar
Estudantes da UFMT/CUA participam de Assembleia para definir rumos da luta pelo transporte universitário no Campus.
O
Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT), Campus Universitário do Araguaia, organizou Assembleia Extraordinária
na noite de quinta-feira (23), para discutir problemas referentes a circulação
dos ônibus universitários da instituição - os chamados “pequis”- que fazem o
trajeto entre as duas unidades do campus, nas cidades de Pontal do Araguaia e
Barra do Garças. O objetivo dos estudantes é defender a manutenção dos pontos
dos ônibus no percurso intermunicipal, os quais a pró-reitoria anuncia que vai
retirar, alegando superlotação. A medida está prevista para entrar em vigor na
próxima segunda-feira (6). À reunião não esteve presente nenhum representante
da administração da universidade.
Notificações
Durante
a Assembleia, a Coordenadora de Assuntos Estudantis do DCE, Alanna Fernandes (foto ao lado),
afirmou que o DCE entrou em contato com a Polícia Federal sobre as notificações
que a pró-reitoria disse ter recebido sobre superlotação dos veículos
universitários, motivo para a suspensão das paradas dos veículos universitários
no trajeto, como informado pela pró-reitor. Como resposta do órgão público,
segundo Fernandes, seria necessário o envio de um ofício com número das placas
dos veículos universitários para confirmação se houve ou não notificação. Como
relato da coordenadora, a Polícia Rodoviária Federal não faz notificação às
instituições, ela notifica o veículo. “Se os ônibus não foram parados pela PRF,
significa que não tiveram autuação”, observa.
“Esta
notificação da PRF que a pró-reitoria diz ter recebido, foi apenas verbal, ou
seja, não tem validade legal. Isso mostra que a administração está preocupada
com uma possível notificação, uma possível autuação que pode se transformar em
multa”, afirma a coordenadora. Ela garante que enviará este oficio a PRF,
solicitando maiores informações a respeito das notificações.
Prefeitura
O
Presidente do DCE, Felype Guerra disse que se reuniu com a prefeita do Campus, Aliny Aparecida Lopes Ribeiro, para tratar sobre a rapidez das determinações das novas rotas
dos “pequis”. Segundo ele, houve por sua parte a iniciativa de ponderar para
que a prefeita intercedesse em nome dos estudantes e “segurasse” estas medidas
para, pelo menos, até o fim do semestre, com vistas as articulações dos
estudantes e, neste tempo, pleitear passe livre estudantil. Guerra relata que Ribeiro se negou a acatar o pedido.
Como
decidido pela pró-reitoria, a data anunciada fica mantida, dia 6 de março,
próxima segunda-feira, como informa Guerra, “infelizmente ela (prefeita) nos
disse que não iria atender nosso apelo. Tentamos todas as propostas para
segurar este prazo, mas não foram aceitas, ela foi irredutível”, reclama.
Contratos
Na reunião com os estudantes, o presidente do DCE disse também que conversou com a prefeita do
campus sobre o contrato dos motoristas da universidade. Segundo Guerra, o
contrato que prevê o “ligeirão” (trajeto sem paradas, viagem expressa de uma
unidade à outra) foi feito com os motoristas, e não com a empresa prestadora de
serviços de transporte. Para a prestadora, continua o presidente, existe outro
contrato, que rege além dos veículos, também o combustível. “Neste contrato não
está previsto o caminho que os ônibus devem fazer durante o seu percurso, isto
é previsto apenas no contrato dos motoristas”.
Conforme
Guerra, Ribeiro disse que os motoristas estão preocupados com a superlotação
dos ônibus, e também com medo de perderem a carteira de habilitação. Além
disso, reclamam que alguns alunos estão sendo rudes com eles em razão da
lotação.
Decisões
Estudantes durante reunião no Espaço Multiuso, da Unidade II, em Barra do Garças
Durante
a Assembleia estudantil foi proposto a formação de uma comissão, com um
representante de cada curso, que seguiu de eleição destas lideranças. Com os
nomes escolhidos, a comissão formada, juntamente com o DCE e CAs, negociarão
pontos divergentes com a pró-reitoria, prefeitura do campus, e qualquer
instância que possa ajudar a resolver os impasses no transporte.
Decidido
ainda que a comissão produzirá ofício a ser enviado ao Reitor em exercício,
Evandro Silva, em Cuiabá. Os representantes estudantis lembram que, no processo
de consulta à reitoria da UFMT, Myrian Serra e Evandro Silva, sinalizaram que
não retirariam o transporte do Araguaia, “em momento algum deixou explicito que
voltaria a ser ‘ligeirão’, ela (Serra) disse que não iria tirar os ônibus do Araguaia, e
melhor, em relação ao problema de lotação, ela se dispôs a ampliar a frota para
não ocorrer [excesso de] lotação”, afirma Guerra.
O mesmo
ofício será encaminhado ao Pró-reitor do campus Araguaia, Paulo Jorge, o qual
segundo Guerra, durante debate entre os candidatos a pró-reitoria do campus, em
2016, afirmou que não alteraria o transporte dos estudantes. A reivindicação
agora, conforme o representante estudantil, é para que no próximo contrato dos
ônibus universitários, estes constem como "linha", não “ligeirões”.