FICA 2016 em novo formato, agora mais segmentado em relação às edições anteriores


Festival de Cinema


Agência Focaia
Jessé Santos



O festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA) ocorre todos os anos na Cidade de Goiás, e em 2016 completou a 18ª edição com novidades, a mudança no seu formado de trabalho. Se anteriormente a organização estava voltada para atender o público mais diversificado, para o evento realizado em agosto passado o governo goiano, responsável por sua organização, anunciou que, desta vez, o objetivo seria atender os interessados na temática ambiental e histórico-cultural. Com isso, redução da quantidade de pessoas foi percebida nas ruas da antiga capital do estado, entre os dias 16 e 21, na Cidade de Goiás. 

Foto - Jornal Diário de Aparecida
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Uma das ruas mais movimentas da cidade Goiás, de acesso à Casa da Poetisa Cora Coralina. Durante o Fica é uma das referências dos participantes do evento

 
O FICA, que está entre os maiores festivais ambientais da América Latina, trouxe como tema, neste ano, a "conservação e produção no cerrado". Seguindo a nova proposta, a programação se revelou mais segmentada que a dos anos anteriores. Nos seis dias do evento, porém, não faltaram shows musicais, mostras de cinema, dança e artesanato. 

Nas diversas oficinas e tendas com a temática relacionada ao cerrado, algumas ganharam destaque como a Tenda Multiétnica, que levou representantes de aldeias indígenas de Goiás, para debaterem a preservação da cultura indígena e problemas com a demarcação territorial no estado e região. Assim, acompanhando conflitos por terras pelo Brasil, bem como no centro-oeste, envolvendo tribos indígenas e as indústrias do agronegócio.

Novo formato 

Nos últimos três anos, o festival foi alvo de críticas da imprensa local e regional pela redução, por parte do governo goiano, nos investimentos no FICA. Diante das dificuldades no orçamento do Palácio das Esmeralda, desta forma, despender recursos para o Festival, como estratégia os organizadores preferiram mudar o formato do evento na busca de redução de despesas, contudo, valorizando o tema ambiental.

Em artigo publicado pela jornalista Gessy Chaves, no jornal goiano Classifique News, relata  a afirmação do superintendente de Cultura do Goiás, Nasr Chaul, em audiência pública, de que “a ênfase do novo formato do festival estaria na mostra de cinema e nos filmes”.

Este ano, as críticas foram levantadas assim que foi divulgado o primeiro anúncio da programação, onde não constava shows nacionais. Porém, logo foram amenizadas diante do acréscimo, de última hora, de novos artistas na lista de apresentações, como a presença do cantor Daniel Jobim (sobrinho de Tom Jobim), que fez seu show no sábado, véspera do encerramento do evento. No encerramento do festival, o público ainda pôde assistir, na praça Beira Rio, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo . 

Após a transformação do festival para o formato mais segmentado, o orçamento do evento neste ano, em torno de R$ 2,7 milhões, representa a metade dos investimentos do governo nas edições anteriores. Mesmo com o corte considerável no orçamento, o festival não deixou que os setores de maior importância sofressem o impacto da redução de verba, antes, resolveu canalizar os recursos para os pilares da programação, como a mostra de cinema e as atividades que se ligam diretamente à questão ambiental.

"Temos problemas como todo festival, mas sempre buscamos observar os erros e melhorar", conta o produtor de filmes, Eudaldo Guimarães, que participa do Fica desde a primeira edição. Para o Guimarães, o evento cultural só tem a crescer com o novo formato. Faz questão de ressaltar ainda que a Unesco o considera o quarto maior do mundo e o maior da América Latina no segmento da temática ambiental. 

Premiação

O festival distribuiu, no total, R$ 280 mil em premiações para os vencedores. O Troféu mais almejado pelos participantes, chamado Cora Coralina, de R$ 70 mil, foi dado aos representantes do documentário "La Supplication", do diretor Pol Cruchten, de Luxemburgo.  Mereceu destaque também o filme "Jonatas", do diretor Getúlio Ribeiro, que foi premiado quatro vezes, na 14ª Mostra ABD Cine Goiás, que é uma das categorias premiadas no Festival. A película mereceu prêmio para melhor ator, roteiro, ficção e som. 

Quatro dos dez filmes nacionais que concorreram, eram goianos. O filme “Taego Ãwa”, foi eleito o melhor filme pelo Júri Popular e ganhou a premiação de R$ 10 mil, levando o troféu Luiz Gonzaga Soares – cuja personalidade homenageada é um dos idealizadores do Fica. 

Além da premiação oficial, destaca-se no festival, o projeto educacional, “Se Liga no Fica”, promovido pelo governo do estado e Instituto Federal de Goiás (IFG). Três escolas da Cidade de Goiás, onde foram ministradas oficinas de produção audiovisual, também foram premiadas. A primeira com uma câmera de fotografia, a segunda com um projetor de vídeo e terceira com um kit de câmera versátil.