Apesar de receita maior, presidente do Twitter critica serviço


  

Folha de S. Paulo

Número de usuários americanos, os mais lucrativos, fica estagnado; companhia acumula prejuízo de US$ 1,5 bi em dois anos e meio 

O faturamento do Twitter voltou a crescer no segundo trimestre e as perdas da empresa ficaram menores no período, mas o serviço voltou a ser criticado por um dos seus fundadores, Jack Dorsey, que ocupa interinamente o cargo de presidente-executivo.

Para Dorsey, o microblog não é fácil de ser usado, o que explica por que ele não consegue aumentar rapidamente o seu quadro de usuários.

"Você deveria esperar que o Twitter fosse tão fácil como olhar para a janela."

No segundo trimestre, o site tinha 316 milhões de usuários ativos mensais, 2% mais que nos três meses anteriores. Para ter uma comparação, o rival Facebook tinha 1,44 bilhão de usuários no período de janeiro a março –dado mais recente disponível.

Para tornar o cenário mais difícil, o crescimento nos EUA está praticamente estagnado: desde o terceiro trimestre do ano passado, o total de usuários no país-sede gira em torno de 65 milhões.
No resto do mundo, são 250 milhões de participantes, 8 milhões a mais que no primeiro trimestre deste ano.

O problema é que a maior parte da receita com publicidade do Twitter vem dos Estados Unidos: 63% do total, apesar de o país ter um quinto dos usuários.

Ou seja, o usuário americano é muito mais valioso para o site do que o estrangeiro. Para cada US$ 1 gerado em receita com publicidade pelo americano, um usuário de fora dos Estados Unidos é capaz de produzir US$ 0,16.

Essa dificuldade de crescer nos EUA e aumentar o valor do usuário de fora do país ajuda a explicar por que a receita do Twitter, ainda que crescente, não empolga.

O site faturou US$ 502 milhões no segundo trimestre (praticamente um sétimo da receita do Facebook), 15% mais que nos primeiros três meses deste ano. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 61%.

A empresa teve prejuízo de US$ 137 milhões, queda de 16% em relação ao período de janeiro a março. Desde o primeiro trimestre de 2013, o Twitter acumula um prejuízo de US$ 1,5 bilhão.